Distritão, distrital ou distrital misto?
Ficou confuso com o noticiário político? O Instituto Millenium esclarece as diferenças de cada sistema eleitoral para você
Publicado em 11 de agosto de 2017 às, 17h24.
Última atualização em 15 de agosto de 2017 às, 11h34.
Aprovado na comissão especial da Câmara durante a madrugada da última quinta-feira (10), o sistema eleitoral conhecido como “distritão” está no centro das discussões envolvendo a proposta de reforma política e tem dividido opiniões. Para esclarecer as dúvidas a respeito do funcionamento desse modelo de votação e compreender as principais diferenças em relação ao sistema atualmente em vigor, o Instituto Millenium conversou com o cientista político Nuno Coimbra Mesquita.
Nuno identifica dois princípios de voto existentes nos modelos eleitorais no mundo: o proporcional (adotado no Brasil) e o distrital (comum a países como Estados Unidos e Inglaterra). No sistema proporcional, os eleitores votam em candidatos específicos ou em partidos. Em seguida, os votos são somados e as cadeiras são distribuídas proporcionalmente entre os partidos de acordo com o cálculo do quociente eleitoral, que consiste na divisão entre o número de votos válidos na eleição e a quantidade de vagas a serem preenchidas.
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Já com o voto distrital, o país seria dividido em distritos que elegeriam seus respectivos representantes. Cada um desses distritos equivaleria a uma cadeira no Câmara. Segundo o cientista político, esse modelo favorece a redução de custos das campanhas eleitorais, já que os candidatos têm de se concentrar em suas próprias localidades, e não em estados inteiros. Em contrapartida, o voto distrital misto, caso implementado, faria com que parte dos candidatos fossem eleitos por voto proporcional e, a outra parte, pelo voto distrital.
No chamado “distritão”, por sua vez, apenas os candidatos mais votados seriam eleitos, o que, na visão de Nuno Coimbra, faria com que os cidadãos escolhessem os políticos somente em função do nome, e não de seus partidos. “Temos muitos partidos no Congresso Nacional. O Brasil é o país com o maior índice de fragmentação partidária, o que traz custos muito grandes em termos de governabilidade. Com o “distritão”, você perde mais ainda a importância da filiação partidária porque os partidos não são mais levados em consideração”, critica. Ele defende que o debate sobre a reforma política deveria analisar a adoção de mecanismos que corrijam distorções no próprio sistema eleitoral em vigor, a exemplo do fim das coligações partidárias.
Ouça!
1) O que é o voto distrital?
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2) O que é o voto distrital misto?
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3) O que é o “distritão”?
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