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Diplomatas criticam reserva de vagas para negros no Instituto Rio Branco

O Itamaraty decidiu adotar um (polêmico) sistema de cotas raciais para o concurso de diplomatas. Até mesmo defensores da política admitem que o critério abre brechas para distorções e injustiças, pois a instituição exige apenas que o candidato se declare afrodescendente para ser beneficiado. Para a titular do Departamento de Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Yvonne Maggie, a decisão do Itamaraty incentiva a disputa entre brancos […] Leia mais

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Instituto Millenium

Publicado em 30 de dezembro de 2010 às, 20h20.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 10h39.

O Itamaraty decidiu adotar um (polêmico) sistema de cotas raciais para o concurso de diplomatas. Até mesmo defensores da política admitem que o critério abre brechas para distorções e injustiças, pois a instituição exige apenas que o candidato se declare afrodescendente para ser beneficiado.

Para a titular do Departamento de Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Yvonne Maggie, a decisão do Itamaraty incentiva a disputa entre brancos e negros em um país “sem raças definidas”, mas com efetiva desigualdade social.

O embaixador aposentado Rubens Barbosa acredita que o Itamaraty cometeu um equívoco ao adotar o sistema para impulsionar o acesso de negros à diplomacia. Ele afirma que o Instituto Rio Branco já havia dado um passo importante e suficiente quando decidiu conceder bolsas para estudantes interessados na carreira, sem condições financeiras para se preparar para a difícil prova do Instituto Rio Branco.

O sociólogo Joaze Bernardino, da Universidade de Brasília (UnB), comemorou a decisão do Itamaraty, mas advertiu que a autodeclaração como preto e pardo, método tradicional de aferição, provoca confusão.

Fonte: “O Globo”