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Cristina Kirchner defende nacionalização da imprensa

Governos que não conseguem lidar com críticas veiculadas pela imprensa prestam um desserviço à evolução da liberdade de imprensa na América Latina. Esse parece ser o caso do governo da presidente Cristina Kirchner, da Argentina, como é possível avaliar na matéria abaixo, publicada em “Veja.com”: “A presidente argentina, Cristina Kirchner, defendeu a nacionalização da imprensa do país em discurso nesta terça-feira. “Às vezes penso se não seria importante nacionalizar – […] Leia mais

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Instituto Millenium

Publicado em 20 de outubro de 2010 às, 14h34.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 11h00.

Governos que não conseguem lidar com críticas veiculadas pela imprensa prestam um desserviço à evolução da liberdade de imprensa na América Latina. Esse parece ser o caso do governo da presidente Cristina Kirchner, da Argentina, como é possível avaliar na matéria abaixo, publicada em “Veja.com”:

“A presidente argentina, Cristina Kirchner, defendeu a nacionalização da imprensa do país em discurso nesta terça-feira. “Às vezes penso se não seria importante nacionalizar – não estatizar – os meios de comunicação para que adquiram consciência nacional e defendam os interesses do país – não os do governo”, afirmou Cristina, durante uma inauguração em Mercedes, na província de Buenos Aires. segundo o jornal Clarín.

Esta não é a primeira vez que ela aproveita um evento oficial para atacar a mídia. A presidente é acusada de tentar controlar a imprensa, com medidas que prejudicam os principais jornais da Argentina.

Cristina lamentou que a imprensa critique as baixas taxas de crescimento da país quando, segundo ela, os “meios foram cúmplices da política de entrega do patrimônio nacional, promovida por governos anteriores”. A presidente disse ainda que em outros países a imprensa não faz esse tipo de crítica aos governos.

Ainda de acordo com a Cristina, a economia do país está indo ‘melhor do que nunca’. Ela defendeu o aumento de gastos públicos durante a crise e o uso de reservas do Banco Central para pagar a dívida externa.

Histórico – A relação de Cristina com a mídia tem sido conflituosa. A presidente trava uma batalha contra os jornais Clarín e La Nación, os quais acusa de adquirir a principal fábrica de papel do país no início da ditadura militar, em 1976, após os donos da companhia serem torturados. O objetivo do governo é acabar com a participação dos periódicos na Papel Prensa.

Além disso, o governo tenta levar a presidente do grupo Clarín, Ernestina Herrera de Noble, de 85 anos, à prisão, levantando a suspeita de que seus filhos adotivos tenham sido sequestrados de pessoas desaparecidas durante a ditadura.”