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Comentário sobre dois temas discutidos no debate presidencial

1) Indústria Naval Realmente o volume de empregos na industria naval cresceu no governo Lula. A questão principal é entender porque cresceu. A resposta é o aumento exponencial das encomendas da Petrobras. E porque as encomendas atingiram volumes tão elevados? Graças ao modelo de abertura do mercado de petróleo, implantado no governo FHC, que permitiu a Petrobras bater todos os recordes de produção e lucro e finalmente atingir a auto-suficiência […] Leia mais

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Instituto Millenium

Publicado em 8 de agosto de 2010 às, 22h10.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 11h28.

1) Indústria Naval

Realmente o volume de empregos na industria naval cresceu no governo Lula. A questão principal é entender porque cresceu. A resposta é o aumento exponencial das encomendas da Petrobras. E porque as encomendas atingiram volumes tão elevados? Graças ao modelo de abertura do mercado de petróleo, implantado no governo FHC, que permitiu a Petrobras bater todos os recordes de produção e lucro e finalmente atingir a auto-suficiência em petróleo. É bom não esquecer que o pré-sal só foi descoberto devido ao modelo do governo FHC. O campo de Tupi foi leiloado pela ANP em 2000 e naquela ocasião arrematado pela Petrobras, BG e Petrogal. Todos os campos já licitados do pré-sal foram leiloados pela ANP e em todos os campos a Petrobras possui parceiros. Ou seja, sem o modelo do governo FHC a produção e o nível das reservas de petróleo no Brasil não seriam as atuais e consequentemente as demandas para a indústria naval teriam sido bem menores.

2) Luz para Todos

O Programa Luz para Todos é importante e precisa ter continuidade. Entretanto, é bom entender que esse programa é financiado pelos consumidores de energia elétrica e que esse subsídio significa tarifas mais elevadas para todos os consumidores residenciais, comerciais e industriais. Até concordo que esses subsídios ao Programa Luz para Todos fazem sentido. O que não faz sentido é existir uma carga tributária que somada aos encargos setoriais representam hoje 45,1% da tarifa final. É bom lembrar que em 2002, último ano do governo FHC, esse total era de 35,9%. Hoje a tarifa de energia elétrica no Brasil é uma das mais altas do mundo, tirando competitividade da indústria nacional. Portanto, discutir modicidade tarifária a sério, significa discutir a carga tributária e os encargos setoriais. O setor elétrico não pode e não deve ser encarado como um setor coletor de impostos e sim um setor que representa um dínamo para o desenvolvimento do país.

(Publicado no blog de Adriano Pires)