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Desconfio que, depois dessa, Chávez decretará guerra (mais uma vez…) à Colômbia. Confiram na notícia publicada em “O Globo” o diálogo nada diplomático que ocorreu entre os dois chefes de Estado: Uribe para Chávez: Seja macho Em clima de desunião, líderes do continente decidem criar novo bloco, sem EUA e Canadá CANCÚN, México. Líderes e representantes de 32 países latinoamericanos e caribenhos reunidos ontem em Cancún, no México, acordaram a […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2010 às 15h48.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 12h16.

Desconfio que, depois dessa, Chávez decretará guerra (mais uma vez…) à Colômbia. Confiram na notícia publicada em “O Globo” o diálogo nada diplomático que ocorreu entre os dois chefes de Estado:

Uribe para Chávez: Seja macho

Em clima de desunião, líderes do continente decidem criar novo bloco, sem EUA e Canadá

CANCÚN, México. Líderes e representantes de 32 países latinoamericanos e caribenhos reunidos ontem em Cancún, no México, acordaram a criação de um novo bloco regional — incluindo todos os países do continente com exceção de Estados Unidos e Canadá — para fazer frente à Organização dos Estados Americanos (OEA). Mas a decisão, uma demonstração dos países de busca por unidade, acabou ofuscada por um bateboca de baixo calão entre o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe.

Numa mostra dos problemas que um novo bloco regional pode vir a enfrentar quando estabelecido, Chávez e Uribe se afrontaram quando o presidente venezuelano disse que a Colômbia tinha um plano para matá-lo. Uribe perdeu a cabeça.

— Não sou jagunço, não sou paramilitar! Seja macho, fique aqui, porque às vezes você insulta quando está longe, e quando estamos cara a cara não nos falamos — disparou Uribe quando Chávez ameaçou abandonar a reunião.

Venezuelano manda Uribe “al carajo”

A briga, divulgada por um funcionário colombiano que pediu para não se identificar, aconteceu durante o almoço na segunda-feira a portas fechadas e começou quando Uribe reprovou Chávez pelo embargo comercial imposto a seu país. O presidente venezuelano respondeu à estocada com a acusação de que grupos de cerca de 300 paramilitares colombianos estariam por trás de um plano para matá-lo.

Segundo afirmou Mario Silva, apresentador do programa venezuelano “La Hojilla”, Chávez o mandou “al carajo”.

Alguns presidentes, em especial o cubano Raúl Castro, intervieram para acalmar os ânimos. Diante da cena de novela mexicana, os líderes reunidos em Cancún para a criação de um bloco regional acabaram resolvendo formar antes um grupo de países amigos da Venezuela e da Colômbia, para sanar as desavença entre as duas nações. A ideia já havia sido aventada anteriormente e ganhou propulsão com a briga. Na base do conflito está a ligação do governo colombiano com os EUA, seu principal financiador da guerra contra o narcotráfico.

Em declarações oficiais, Chávez e Uribe minimizaram o ocorrido a portas fechadas e se comprometeram a superar suas diferenças. O colombiano afirmou que os dois países tinham prometido “cessar as intervenções públicas que (os) atrapalham”. Já Chávez disse estar confiante de que as duas nações poderiam “voltar a ter confiança e relações transparentes” através da mediação.

Em dois dias, comunidades no Facebook com “Chávez, seja macho” já tinham mais de 500 integrantes.

O conflito ocorreu durante as discussões para a formação do grupo que poderia se chamar Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos, entidade que substituirá o Grupo do Rio e a Cúpula da América Latina e Caribe (Calc).

A ideia seria fazer um paralelo com a OEA, criticada por parte dos países pela grande influência americana e, mais recentemente, pelo fraco desempenho na crise hondurenha. Honduras, que não compareceu ao evento em Cancún, também integrará o bloco, que reunirá ao todo 33 membros.

Mas o grupo ainda pode levar alguns anos até sair do papel.

Seus membros marcaram de se encontrar na Venezuela e no Chile em 2011 para avançar no projeto, a ser concluído nos próximos anos.

— (Esses conflitos) certamente afetam o processo de integração. Precisamos buscar uma forma de superá-los — reconheceu posteriormente o presidente equatoriano, Rafael Correa.

Colômbia e Equador também tentam desatar nós Já o presidente boliviano, Evo Morales, acusou Uribe de ser “um agente” dos Estados Unidos que tentou fazer fracassar a cúpula latino-americana ao provocar a briga com Chávez.

— Tenho a obrigação de denunciar algo: quase que esse encontro vai para o brejo, não tenho nenhum medo de dizer a verdade, pois a adversidade se enfrenta com a verdade — afirmou Morales.

Em outro exemplo das relações espinhosas dentro do continente, também foi acertada no evento a criação de uma “comissão de assuntos sensíveis” para sanar desavenças entre Colômbia e Equador. Os laços diplomáticos entre os dois países foram suspensos por mais de um ano depois que, em 2008, um acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) foi atacado por militares equatorianos.

Desconfio que, depois dessa, Chávez decretará guerra (mais uma vez…) à Colômbia. Confiram na notícia publicada em “O Globo” o diálogo nada diplomático que ocorreu entre os dois chefes de Estado:

Uribe para Chávez: Seja macho

Em clima de desunião, líderes do continente decidem criar novo bloco, sem EUA e Canadá

CANCÚN, México. Líderes e representantes de 32 países latinoamericanos e caribenhos reunidos ontem em Cancún, no México, acordaram a criação de um novo bloco regional — incluindo todos os países do continente com exceção de Estados Unidos e Canadá — para fazer frente à Organização dos Estados Americanos (OEA). Mas a decisão, uma demonstração dos países de busca por unidade, acabou ofuscada por um bateboca de baixo calão entre o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe.

Numa mostra dos problemas que um novo bloco regional pode vir a enfrentar quando estabelecido, Chávez e Uribe se afrontaram quando o presidente venezuelano disse que a Colômbia tinha um plano para matá-lo. Uribe perdeu a cabeça.

— Não sou jagunço, não sou paramilitar! Seja macho, fique aqui, porque às vezes você insulta quando está longe, e quando estamos cara a cara não nos falamos — disparou Uribe quando Chávez ameaçou abandonar a reunião.

Venezuelano manda Uribe “al carajo”

A briga, divulgada por um funcionário colombiano que pediu para não se identificar, aconteceu durante o almoço na segunda-feira a portas fechadas e começou quando Uribe reprovou Chávez pelo embargo comercial imposto a seu país. O presidente venezuelano respondeu à estocada com a acusação de que grupos de cerca de 300 paramilitares colombianos estariam por trás de um plano para matá-lo.

Segundo afirmou Mario Silva, apresentador do programa venezuelano “La Hojilla”, Chávez o mandou “al carajo”.

Alguns presidentes, em especial o cubano Raúl Castro, intervieram para acalmar os ânimos. Diante da cena de novela mexicana, os líderes reunidos em Cancún para a criação de um bloco regional acabaram resolvendo formar antes um grupo de países amigos da Venezuela e da Colômbia, para sanar as desavença entre as duas nações. A ideia já havia sido aventada anteriormente e ganhou propulsão com a briga. Na base do conflito está a ligação do governo colombiano com os EUA, seu principal financiador da guerra contra o narcotráfico.

Em declarações oficiais, Chávez e Uribe minimizaram o ocorrido a portas fechadas e se comprometeram a superar suas diferenças. O colombiano afirmou que os dois países tinham prometido “cessar as intervenções públicas que (os) atrapalham”. Já Chávez disse estar confiante de que as duas nações poderiam “voltar a ter confiança e relações transparentes” através da mediação.

Em dois dias, comunidades no Facebook com “Chávez, seja macho” já tinham mais de 500 integrantes.

O conflito ocorreu durante as discussões para a formação do grupo que poderia se chamar Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos, entidade que substituirá o Grupo do Rio e a Cúpula da América Latina e Caribe (Calc).

A ideia seria fazer um paralelo com a OEA, criticada por parte dos países pela grande influência americana e, mais recentemente, pelo fraco desempenho na crise hondurenha. Honduras, que não compareceu ao evento em Cancún, também integrará o bloco, que reunirá ao todo 33 membros.

Mas o grupo ainda pode levar alguns anos até sair do papel.

Seus membros marcaram de se encontrar na Venezuela e no Chile em 2011 para avançar no projeto, a ser concluído nos próximos anos.

— (Esses conflitos) certamente afetam o processo de integração. Precisamos buscar uma forma de superá-los — reconheceu posteriormente o presidente equatoriano, Rafael Correa.

Colômbia e Equador também tentam desatar nós Já o presidente boliviano, Evo Morales, acusou Uribe de ser “um agente” dos Estados Unidos que tentou fazer fracassar a cúpula latino-americana ao provocar a briga com Chávez.

— Tenho a obrigação de denunciar algo: quase que esse encontro vai para o brejo, não tenho nenhum medo de dizer a verdade, pois a adversidade se enfrenta com a verdade — afirmou Morales.

Em outro exemplo das relações espinhosas dentro do continente, também foi acertada no evento a criação de uma “comissão de assuntos sensíveis” para sanar desavenças entre Colômbia e Equador. Os laços diplomáticos entre os dois países foram suspensos por mais de um ano depois que, em 2008, um acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) foi atacado por militares equatorianos.

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