Exame.com
Continua após a publicidade

Banco Central em debate

“A independência do Banco Central (Bacen) é típica de países institucionalmente avançados, democráticos e de inflação baixa. O Brasil está maduro para este passo. Está até demorando”, disse Gustavo Loyola, ex-presidente do Bacen, no evento “Independência do Banco Central: um debate necessário”, realizado nesta segunda, dia 29, no Rio de Janeiro. Participou ainda do encontro, promovido pelo Instituto Millenium e pela Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), o economista […] Leia mais

I
Instituto Millenium

Publicado em 1 de outubro de 2014 às, 15h47.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 08h18.

“A independência do Banco Central (Bacen) é típica de países institucionalmente avançados, democráticos e de inflação baixa. O Brasil está maduro para este passo. Está até demorando”, disse Gustavo Loyola, ex-presidente do Bacen, no evento “Independência do Banco Central: um debate necessário”, realizado nesta segunda, dia 29, no Rio de Janeiro. Participou ainda do encontro, promovido pelo Instituto Millenium e pela Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), o economista e também ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco. O debate foi mediado pelo presidente da ACRJ, Antenor de Barros Leal, e pelo economista Vítor Wilher.

Gustavo Franco afirmou que a discussão sobre a independência do Bacen se insere no debate sobre a democracia e a governança das instituições públicas. “A democracia elege o comandante, mas o comandante não é dono das instituições públicas. Elas têm vida própria, respondem a anseios que transcendem os governos. Cada instituição tem um equilíbrio delicado entre seus diversos públicos, acionistas maioritários e minoritários, consumidores etc. As instituições precisam estar protegidas, dentro do contexto da democracia”, defendeu Franco.

A transparência e a credibilidade do Banco Central são fundamentais para a boa condução da política monetária. “A falta de autonomia do Bacen leva a política econômica para a porta dos fundos. A captura de interesses particulares se dá em ambientes pouco transparentes”, disse Loyola.

Ambos os economistas defenderam que o presidente do Banco Central tenha um mandato, a exemplo do presidente da Comissão de Valores Mobiliários. “O Brasil precisa de instituições economicamente mais sólidas que permitam o desenvolvimento da economia de mercado”, disse Loyola. Ele ressaltou ainda que a democracia é um regime de regras para os governos, com cidadãos que encontraram mecanismos para cercear as ações discricionárias dos governos. “Aqueles que são contra a independência do Banco Central querem um regime de ausência de regras”, finalizou Loyola.

Confira a íntegra das palestras de Gustavo Franco e Gustavo Loyola no vídeo da transmissão feita durante o evento, via Twitter e Facebook. Clique aqui.

Leia também as matérias divulgadas pela imprensa sobre o debate:

Folha de S.Paulo: Presidente não é dono do BC, da PF e nem da Petrobras, diz Gustavo Franco

O Globo: Ex-presidente do BC diz que governo desenterrou ideias como zumbis

O Globo: Gustavo Loyola defende independêcia do Banco Central

G1: No Rio, ex-presidentes do BC defendem independência do órgão

Valor Econômico: Loyola e Franco defendem institucionalização da autonomia do BC