Exame.com
Continua após a publicidade

Baixa qualificação profissional prejudica competividade da economia

O Indicador do Alfabetismo Funcional (Inaf/2011-2012) revelou que 65% das pessoas com ensino médio completo não apresentam nível pleno de alfabetização e 38% dos brasileiros com formação superior têm nível insuficiente em leitura e escrita. Para o economista e especialista do Imil Vitor Wilher, a baixa qualificação da mão de obra é o principal gargalo da economia brasileira. “A gente está em um nível considerável de pleno emprego. Mas as […] Leia mais

I
Instituto Millenium

Publicado em 19 de julho de 2012 às, 17h27.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 09h22.

O Indicador do Alfabetismo Funcional (Inaf/2011-2012) revelou que 65% das pessoas com ensino médio completo não apresentam nível pleno de alfabetização e 38% dos brasileiros com formação superior têm nível insuficiente em leitura e escrita.

Para o economista e especialista do Imil Vitor Wilher, a baixa qualificação da mão de obra é o principal gargalo da economia brasileira. “A gente está em um nível considerável de pleno emprego. Mas as empresas têm grandes dificuldades para contratar porque as pessoas desempregadas são muito pouco qualificadas.”

A última edição da pesquisa, produzida pelo Instituto Paulo Montenegro e a organização não governamental Ação Educativa, aponta que apenas 26% da população pode ser considerada plenamente alfabetizada. Os chamados analfabetos funcionais representam 27%, e 47% da população apresentam nível de alfabetização básico.

Wilher ressalta os prejuízos econômicos causados pelas deficiências do setor de educação. “Isso afeta tanto o aumento da capacidade de produção quanto a própria produtividade da economia”, explica.

Sobre a relação entre a queda da  competitividade da economia brasileira nos mercados internacionais e o déficit educacional, o especialista afirma: “A questão da mão de obra é central para você entender porque o Brasil não consegue competir em pé de igualdade com outras economias, como a da Alemanha e a da China”.

O especialista criticou a simples associação entre o baixo crescimento econômico e os indicadores macroeconômicos. “Não dá ficar colocando a culpa somente na taxa de câmbio ou na taxa de juros. Hoje, a questão da qualificação da mão de obra é o ponto central de qualquer discussão sobre competitividade da economia brasileira”, concluiu.