Exame.com
Continua após a publicidade

“As liberdades de expressão e de imprensa não estão plenamente consolidadas em nosso país”

O Brasil tem sido apontado como um lugar perigoso para o livre exercício da imprensa, segundo relatórios de organizações como o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) e a Associação Brasileira de Empresas de Radiodifusão e Televisão (Abert). Em 2013, ano em que a Constituição completou 25 anos, o país ganhou destaque no site da ONG internacional Repórteres sem Fronteiras por registrar graves casos de violência contra jornalistas. Para […] Leia mais

I
Instituto Millenium

Publicado em 29 de outubro de 2013 às, 11h33.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 08h46.

Daniel Slaviero

O Brasil tem sido apontado como um lugar perigoso para o livre exercício da imprensa, segundo relatórios de organizações como o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) e a Associação Brasileira de Empresas de Radiodifusão e Televisão (Abert). Em 2013, ano em que a Constituição completou 25 anos, o país ganhou destaque no site da ONG internacional Repórteres sem Fronteiras por registrar graves casos de violência contra jornalistas.

Para o presidente da Abert Daniel Slaviero, a sociedade é a mais prejudicada pelo crescente número de agressões à liberdade de imprensa, que aumentaram exponencialmente após as manifestações de junho, segundo o especialista. Nesta entrevista, Slaviero comenta a violência do Estado e critica projetos autoritários que, segundo ele, são contrários à livre iniciativa.

Leia a entrevisa.

Instituto Millenium: Um relatório divulgado pela Abert no Congresso Internacional de Radiodifusão chamou atenção para 136 violações contra veículos de comunicação em 2013 no Brasil. Em 2012 foram registradas 51. Em sua opinião, qual é o motivo desse aumento?
Daniel Slaviero: Este ano será marcado como um ano sombrio para a liberdade de expressão e de imprensa no país. O aumento do número de violações contra jornalistas e empresas de comunicação aconteceu após a onda de protestos iniciada no mês de junho, onde minorias infiltradas nas manifestações agrediram profissionais de imprensa. No entanto, a grande maioria desses ataques partiu de policiais, o que nos faz refletir sobre o papel do Estado em coibir excessos e respeitar o trabalho dos profissionais de imprensa.

As manifestações ocorreram em virtude das redes sociais, mas elas só ganharam tamanha dimensão e repercussão por que foram amplamente cobertas pela mídia. Esses ataques são um contrassenso, ainda mais no ano em que a Constituição brasileira faz 25 anos. É um claro sinal de que as liberdades de expressão e de imprensa não estão plenamente consolidadas em nosso país.

Imil: A violência da polícia contra a imprensa é reflexo apenas do despreparo da instituição?
Slaviero: O Estado deve saber separar o trabalho da imprensa dos manifestantes e coibir qualquer tipo de violência. Esses ataques são de determinados agentes que querem impedir o pleno exercício da imprensa, seja para omitir a forma como os manifestantes estavam sendo reprimidos, seja pelo simples desprezo ao jornalismo.

Desde junho há casos emblemáticos, como o jornalista da “Folha de S. Paulo” que perdeu a visão com um tiro de bala de borracha e da fotógrafa do “Correio Braziliense” que foi vítima de spray de pimenta sem nenhum motivo aparente. Quando um profissional ou veículo de comunicação é impedido de exercer sua função quem mais perde é a sociedade

LEIA A ENTREVISTA COMPLETA