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Ainda o livre-arbítrio

Por Sol Moras Sagabinaze Claro que nem todos têm condições de exercer o livre-arbítrio com plenitude. Crianças, malucos e psicopatas, por exemplo. As crianças e os malucos, por isso mesmo, têm responsáveis e os psicopatas, se representarem perigo aos outros, têm de ser afastados do convívio social. Livre-arbítrio não é ter a capacidade de decidir voar ou fazer coisas fora do alcance da sua natureza, ele só faz sentido por […] Leia mais

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Instituto Millenium

Publicado em 5 de agosto de 2010 às, 01h22.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 11h29.

Por Sol Moras Sagabinaze
Claro que nem todos têm condições de exercer o livre-arbítrio com plenitude. Crianças, malucos e psicopatas, por exemplo. As crianças e os malucos, por isso mesmo, têm responsáveis e os psicopatas, se representarem perigo aos outros, têm de ser afastados do convívio social. Livre-arbítrio não é ter a capacidade de decidir voar ou fazer coisas fora do alcance da sua natureza, ele só faz sentido por estar limitado pelas circunstâncias da realidade. É bom esclarecer esse ponto porque a confusão entre liberdade e poder é grande, você não deixa de ter livre-arbítrio porque a mulher com quem você quer ficar não quer ficar com você. O seu livre-arbítrio (e a sua liberdade e o seu direito) termina quando começa o do outro. Repare que são as mesmas pessoas que confundem liberdade com poder que questionam a existência do livre-arbítrio, retratando o ser humano como um ser sem escolha ou sem capacidade de escolha. Qual é o resultado desse raciocínio? Se as pessoas não são capazes de cuidar de si mesmas e tomar decisões por conta própria, então uma instância superior (formada curiosamente também por homens) tem que ter o poder de tomar as decisões “certas” por você. Deu pra entender onde essa desqualificação do livre-arbítrio vai dar?

(Publicado no blog de Sol Moras)