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José M. Camargo: "Previdência transfere renda de pobre para rico"

Economista tira suas dúvidas sobre a reforma da Previdência

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Instituto Millenium

Publicado em 25 de janeiro de 2018 às, 09h52.

Última atualização em 25 de janeiro de 2018 às, 10h04.

Você ainda não entende a necessidade de reformar a Previdência Social brasileira? Tudo bem, a propaganda de setores privilegiados pelo atual sistema tem sido forte e eficiente, especialmente por 2018 ser ano eleitoral. Mas basta uns minutos de sua atenção para entender que a conta não fecha. Fatores como o envelhecimento da população brasileira e o aumento de sua expectativa de vida, os privilégios dos funcionários públicos e a falta de uma idade mínima dos trabalhadores do setor privado para a aposentadoria, por exemplo, são alguns dos pontos que precisam ser revistos pela legislação. Caso contrário, a contribuição dos jovens, no futuro, tomará deles, via impostos, quase a totalidade de seus salários para a manutenção dos privilégios de alguns. Também vale lembrar que, de acordo com o relator da reforma na Câmara, deputado Arthur Maia, os gastos previdenciários podem tomar 82% do Orçamento Geral da União até 2024. Ou seja, vai faltar dinheiro para os gastos essenciais.

Para esclarecer as principais questões da proposta que está prevista para ser votada pelo Congresso Nacional no dia 19 de fevereiro, o Instituto Millenium entrevistou o economista José Márcio Camargo, Ph.D. pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT). Camargo explica a necessidade da alteração nas regras da Previdência que, para ele, “é o maior programa de transferência de pobre para rico do mundo”:

“Vai ter que fazer uma reforma, não tem jeito. Se não fizer uma reforma, daqui a 10 anos não vai sobrar dinheiro para educação, saúde, gastos de manutenção do Estado etc. Alguma coisa vai ter que ser feita. Ou então, vão ter que aumentar os impostos sistematicamente. Quando mais tempo demorar para fazer a reforma, mais drástica ela vai ter que ser para colocar as coisas no lugar”, alerta. Assista à entrevista:

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