A importância do Senado
Artigo do senador Cristovam Buarque publicado no jornal O DIA comenta as reivindicações pela extinção do Senado: Importância do Senado Cristovam Buarque – Senador (PDT-DF) Rio – Não há democracia sem Congresso: o Parlamento, não o governo, é o centro do poder democrático. Nos países formados apenas pela soma de cidades, sem divisão política, social e cultural que caracteriza os estados, o parlamento pode ser unicameral: apenas a Câmara dos […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 30 de junho de 2009 às 01h34.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 13h30.
Artigo do senador Cristovam Buarque publicado no jornal O DIA comenta as reivindicações pela extinção do Senado:
Importância do Senado
Cristovam Buarque – Senador (PDT-DF)
Rio – Não há democracia sem Congresso: o Parlamento, não o governo, é o centro do poder democrático. Nos países formados apenas pela soma de cidades, sem divisão política, social e cultural que caracteriza os estados, o parlamento pode ser unicameral: apenas a Câmara dos representantes do eleitor.
Mas, quando o país é politicamente dividido em estados, surge a necessidade de um poder parlamentar que represente cada unidade da federação: é o Senado.
É o caso, por exemplo, do Brasil e dos Estados Unidos. Nesses países, a extinção do Senado levaria a uma democracia na qual os estados mais populosos dominariam todo as decisões.
Além dessa função de equilibrador da Federação, o Senado tem o papel de revisar as decisões da Câmara, de acordo com os interesses dos estados. Com duas Casas, o processo de decisões fica mais lento, mas evita mais erros, equilibra os resultados. A extinção do Senado exigiria desfazer a ideia de estados e supor que o Brasil é um só, quando somos 27 unidades com características e interesses especiais.
Se, do ponto de vista político e administrativo, o Senado é necessário, do ponto de vista ético não há justificativa para acabar com ele e há justificativas para acabar com os mandatos dos senadores atuais. Se o eleitor quiser, em 2011, pode surgir um novo Senado.
E, se a vontade de acabar com o Senado vem do nojo dos últimos escândalos, o que dizer quando a corrupção é na Câmara, no Judiciário, no Executivo? Fechar o Senado por causa de uma legislatura desmoralizada é como parar definitivamente de comer porque uma comida estragada aparece uma vez no prato.
Artigo do senador Cristovam Buarque publicado no jornal O DIA comenta as reivindicações pela extinção do Senado:
Importância do Senado
Cristovam Buarque – Senador (PDT-DF)
Rio – Não há democracia sem Congresso: o Parlamento, não o governo, é o centro do poder democrático. Nos países formados apenas pela soma de cidades, sem divisão política, social e cultural que caracteriza os estados, o parlamento pode ser unicameral: apenas a Câmara dos representantes do eleitor.
Mas, quando o país é politicamente dividido em estados, surge a necessidade de um poder parlamentar que represente cada unidade da federação: é o Senado.
É o caso, por exemplo, do Brasil e dos Estados Unidos. Nesses países, a extinção do Senado levaria a uma democracia na qual os estados mais populosos dominariam todo as decisões.
Além dessa função de equilibrador da Federação, o Senado tem o papel de revisar as decisões da Câmara, de acordo com os interesses dos estados. Com duas Casas, o processo de decisões fica mais lento, mas evita mais erros, equilibra os resultados. A extinção do Senado exigiria desfazer a ideia de estados e supor que o Brasil é um só, quando somos 27 unidades com características e interesses especiais.
Se, do ponto de vista político e administrativo, o Senado é necessário, do ponto de vista ético não há justificativa para acabar com ele e há justificativas para acabar com os mandatos dos senadores atuais. Se o eleitor quiser, em 2011, pode surgir um novo Senado.
E, se a vontade de acabar com o Senado vem do nojo dos últimos escândalos, o que dizer quando a corrupção é na Câmara, no Judiciário, no Executivo? Fechar o Senado por causa de uma legislatura desmoralizada é como parar definitivamente de comer porque uma comida estragada aparece uma vez no prato.