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&, diz Amaury de Souza

A segunda palestra do ciclo “Brasil, presente e futuro”, parceria entre o Instituto Millenium e a Casa do Saber, foi ministrada pelo cientista político e conselheiro do Instituto, Amaury de Souza.  Para Souza, a reforma política deve ser feita para o eleitor, não para a classe política, e deve se concentrar na reforma do sistema eleitoral atual, muito criticado pelo palestrante. REFORMA ELEITORAL “O sistema eleitoral proporcional em lista aberta, […] Leia mais

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Instituto Millenium

Publicado em 6 de abril de 2011 às, 15h41.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 10h19.

A segunda palestra do ciclo “Brasil, presente e futuro”, parceria entre o Instituto Millenium e a Casa do Saber, foi ministrada pelo cientista político e conselheiro do Instituto, Amaury de Souza.  Para Souza, a reforma política deve ser feita para o eleitor, não para a classe política, e deve se concentrar na reforma do sistema eleitoral atual, muito criticado pelo palestrante.

REFORMA ELEITORAL

“O sistema eleitoral proporcional em lista aberta, no Brasil, não funciona mais”, afirmou Amaury, admitindo que sua implementação, em 1932, fora muito útil para dar fim ao sistema distrital do império e da república velha. “O Brasil mudou, hoje vemos o excessivo poder nas mãos do presidente, o enfraquecimento do congresso e um poder político muito concentrado em pequenas cidades, redutos políticos. As grandes cidades elegem poucos representantes”. Além disso, o gasto público excessivo somado ao custo de campanhas políticas e a fragmentação partidária tornam o sistema político atual inviável.

VOTO DISTRITAL

Em tom didático, ao apresentar os principais sistemas eleitorais democráticos vigentes no mundo, Amaury defendeu o voto distrital como solução para a reforma. “Não existe sistema eleitoral ideal, mas, para o Brasil, eu defendo o voto majoritário uninominal em pequenos distritos: o voto distrital”. Este sistema torna os representantes políticos responsabilizáveis, segundo ele, uma vantagem insuperável, além de reduzir o número de partidos e fortalecer a base parlamentar do governo.  Afirmou ainda que o voto distrital daria fim às inúmeras coligações, que agregam os micro-partidos aos grandes. “Na câmara dos deputados, ninguém mais é eleito. Hoje, a maioria esmagadora está lá devido à sobra de votos de figuras populares, como o comediante Tiririca.”

O ciclo de palestras “Brasil, presente e futuro” terá continuidade no dia 3 de maio, com o cientista político, Eduardo Viola, falando sobre desenvolvimento e sustentabilidade. Clique aqui para saber mais.

Em breve, disponibilizaremos, em nosso podcast, o áudio completo da palestra de Amaury de Souza. Acompanhe, no site do Instituto Millenium.