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Do Estado de São Paulo: O texto faz um relato sobre a proibição de reportagens relacionadas a investigação da Polícia Federal sobre o empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). A medida foi tomada pelo desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Está em vigor desde o dia 31 de julho. Segundo o NYT, a determinação judicial foi “amplamente vista como um retrocesso […] Leia mais

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Instituto Millenium

Publicado em 1 de setembro de 2009 às, 21h17.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 13h22.

Do Estado de São Paulo:

O texto faz um relato sobre a proibição de reportagens relacionadas a investigação da Polícia Federal sobre o empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). A medida foi tomada pelo desembargador Dácio Vieira, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Está em vigor desde o dia 31 de julho.

Segundo o NYT, a determinação judicial foi “amplamente vista como um retrocesso depois de importantes avanços na remoção de restrições a uma imprensa livre”- referência à derrubada, pelo Supremo Tribunal Federal, da Lei de Imprensa herdada da regime militar.

A reportagem põe a medida que atingiu o Estado no contexto de outras ameaças à liberdade de imprensa na América Latina, que partem principalmente de governantes. Exemplo mais destacado é o da Venezuela.

“Além do Brasil, o caso Sarney deu relevância a preocupações por toda a América Latina de que, apesar de uma década definida pela ascensão de líderes populistas que prometeram ajudar os oprimidos, muitos juízes continuam a se curvar aos caprichos dos poderosos ao censurar jornalistas”, aponta o texto escrito pelo correspondente Alexei Barrionuevo.

“Para a família de José Sarney, a enxurrada diária de reportagens sobre nepotismo e corrupção envolvendo seu nome não dava para aguentar”, diz Barrionuevo, ao descrever a ofensiva de Fernando Sarney para bloquear as reportagens. A investigação da PF incluiu a gravação de conversas telefônicas de Fernando com o pai.

Ouvido pelo NYT, o diretor de Conteúdo do Grupo Estado, Ricardo Gandour, declarou: “As gravações mostram um senador, com seu filho e parentes próximos, negociando empregos e benefícios como se o Senado fosse uma empresa privada, de propriedade da família”.

MILITARES

“Um coronel do Exército brasileiro observou as primeiras milhares de cópias do da edição dominical do jornal O Estado de S.Paulo saírem das impressoras. Então ordenou a parada das máquinas e confiscou a edição.” Assim começava reportagem do NYT, em 25 de setembro de 1969, sobre a ação de censores em jornais de São Paulo e do Rio.

Em 1973, o diário americano voltava a abordar, de forma parecida, o mesmo drama. “Todas as noites, por volta das 23h, um censor da Polícia Federal brasileira vai à Redação de O Estado de S.Paulo, o jornal mais influente do País, lê todas as provas e corta qualquer material que trate de assuntos tabu ou que pareçam ?inconvenientes?.”

No fim de 1974 e início de 1975, o Estado, que completava 100 anos, foi tema de nova reportagem e de editorial no NYT. “Quase solitário entre os jornais brasileiros, o Estado firmemente se recusa a praticar a autocensura, preferindo demonstrar sua independência ao imprimir colunas de poesia nos espaços em branco deixados pelas atribuladas tesouras dos agentes do governo”, dizia o editorial.