TheraSkin avança com seu processo de Inovação
A TheraSkin está sendo a primeira indústria farmacêutica da América Latina a usar computação cognitiva da IBM na descoberta de produtos para a pele.
Felipe Ost Scherer
Publicado em 2 de maio de 2017 às 20h08.
A TheraSkin, uma das principais marcas do país nas áreas de medicamentos dermatológicos e dermocosméticos está sendo a primeira indústria farmacêutica da América Latina a usar computação cognitiva da IBM na descoberta de produtos para cuidados com a pele. A empresa, fundada por Basílio Scavarelli há quase 80 anos e hoje comandada por sua filha Rosa Scavarelli, tem um parque industrial de 15 mil metros quadrados em São Bernardo do Campo (SP) e produz mais de 7 milhões de unidades por ano. No mercado brasileiro, está presente em mais de 30 mil farmácias, possui um portfólio de mais de 46 produtos.
Deli Oliveira, gerente da área de PD&I da TheraSkin, esteve na última semana num programa com o médico Dr. Drauzio Varella para um bate-papo com um tema denominado “ Repensando a Medicina ”. O Sr. Oliveira foi um dos convidados e falou acerca dos esforços da indústria farmacêutica no processo de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, respondeu perguntas sobre a utilização da inteligência cognitiva no processo de pesquisa de novos medicamentos.
Deli abordou discussões que evidenciaram o quanto a empresa busca atender as necessidades de médicos e dos consumidores através do desenvolvimento de produtos inovadores. Ressaltou ainda que a TheraSkin acredita que a Inovação é a catalisadora e que com ela é possível gerar soluções para os pacientes, sustentabilidade ambiental, aumento da sua competitividade e otimização de suas operações.
Fazendo alusão a isso, Deli explicou sobre o case de utilização do Watson for Drug Discovery, que foi uma parceria com a IBM e falou também sobre a metodologia aplicada, macro resultados e os próximos passos desse importante projeto e que foi um marco para o meio industrial farmacêutico no Brasil.
“Inicialmente ouvimos a classe médica sobre as principais desordens dermatológicas e as principais carências ainda não atendidas pela indústria farmacêutica e assim buscarmos alvos candidatos e para isso foi montado um time multidisciplinar, composto pelas áreas de pesquisa, departamento médico e novos negócios. O intuito desta equipe multidisciplinar era a soma de competências e visões diferentes que se referem a aspectos clínicos, biológicos, químicos, técnicos e de mercado. Muitas vezes as empresas praticam a inovação reativa, realizada através da observação dos produtos já existentes. A plataforma Watson for Drug Discovery permite o desenvolvimento de inovação mais proativa na empresa, que está relacionada a soluções para atender as necessidades dos pacientes, as quais eles ainda não identificaram possuir, mas que o pesquisador consegue perceber que elas irão melhorar muito sua qualidade de vida, e estes irão querer utilizar as soluções. O Watson ajuda e permite uma atuação mais relacionada à causa raiz de uma determinada patologia e assim sendo, propicia um desenvolvimento que de um produto que evitará que certa patologia se estabeleça”, explicou Deli.
Deli respondeu algumas perguntas sobre o projeto:
1) Quais foram os principais benefícios do projeto Watson na TheraSkin?
A utilização do Watson for Drug Discovery representou uma grande economia de tempo para o time técnico da TheraSkin. Os pesquisadores conseguiram, em uma busca rápida, relacionar e interligar uma extensa quantidade de artigos e textos científicos, com o propósito de identificar alvos biológicos não convencionais e propor moléculas candidatas para condições dermatológicas. Desta forma, as horas trabalhadas foram otimizadas e os resultados obtidos de forma mais ágil. Adicionalmente, a plataforma possibilitou o estudo de uma grande quantidade de alvos candidatos, o que permite a seleção e utilização de soluções direcionadas a alvos específicos de desordens dermatológicas, reduzindo efeitos colaterais relacionados ao um possível produto a ser desenvolvido. Neste sentido, o Watson possibilitou o início do desenvolvimento de produtos com maior evidência de eficácia e segurança. Entendemos que os grandes beneficiados são os dermatologistas e consequentemente os nossos consumidores, que irão dispor de soluções melhores e mais inovadoras para o tratamento de diversas patologias.
2) Durante a utilização da plataforma Watson for Drug Discovery, quais foram as maiores dificuldades?
Acredito que durante a condução deste projeto, tivemos duas dificuldades. A primeira se refere ao entendimento e utilização da plataforma. No início foi necessário um tempo de adaptação e aprendizado. O segundo desafio se refere a interpretação dos dados gerados pelo Watson. Durante a utilização, a plataforma gera possíveis genes candidatos para uma determinada patologia, baseado na literatura científica e dados estatísticos. Os pesquisadores tiveram que estudar estes genes candidatos para confirmar o benefício nas doenças dermatológicas estudadas. Neste sentido, o know-how do nosso time científico fez toda a diferença.
3) Quanto tempo para que estes medicamentos inovadores cheguem ao mercado?
Este tempo é variável e depende do estágio de desenvolvimento da tecnologia e sua complexidade. Por exemplo, se escolhermos um gene que já apresente um composto elucidado, o tempo será mais curto. Mas se tivermos que pesquisar um ativo para inibir ou ativar este gene, o tempo para que o medicamento chegue ao mercado será mais extenso. Não há como ainda afirmar com exatidão um tempo previsto para que esses medicamentos cheguem ao mercado, mas todos os esforços estão sendo praticados para que essas soluções cheguem ao consumidor com a maior brevidade possível.
4) Quais são os próximos passos para este projeto?
Como o resultado foi muito promissor, o primeiro passo será a priorização. Baseado em dados de mercado e o contato próximo com os dermatologistas que ocorre através do nosso time de médicos e consultores, conversas com Key opinion leaders, iremos escolher algumas condições dermatológicas. Este processo será conduzido pelos pesquisadores da Theraskin que realizarão um estudo aprofundado de todos os mecanismos. Tendo realizado a escolha dos genes, iremos decidir se faremos o desenvolvimento no modelo de inovação aberta, com parcerias com universidades, centros de pesquisas, start-ups e outras empresa ou se conduziremos o desenvolvimento interno.
5) Qual modelo a Theraskin prefere, inovação aberta ou desenvolvimento interno?
Historicamente, a indústria farmacêutica, com o intuito de gerar produtos inovadores e que solucionem necessidades médicas não atendidas, são caracterizadas por grandes investimentos na área de Pesquisa. Entretanto, com o aumento progressivo destes custos e as dificuldades para o desenvolvimento de novos produtos, percebeu-se que através da inovação aberta, seria possível minimizar estes custos e potencializar os lançamentos através da soma de competências. Desta forma, a Theraskin acredita na importância da inovação aberta para o desenvolvimento de soluções inovadoras e vê a possibilidade de utilizar este modelo. Inclusive, estamos conduzindo um mapeamento tecnológico a fim de identificar os potenciais parceiros para este projeto que na ocasião serão avaliados com maior profundidade os interesses de ambas as partes.
Quem quiser assistir o debate sobre o uso do Watson na medicina pode acessar: https://www.facebook.com/116721918342821/videos/1635542849794046
Felipe Ost Scherer
A TheraSkin, uma das principais marcas do país nas áreas de medicamentos dermatológicos e dermocosméticos está sendo a primeira indústria farmacêutica da América Latina a usar computação cognitiva da IBM na descoberta de produtos para cuidados com a pele. A empresa, fundada por Basílio Scavarelli há quase 80 anos e hoje comandada por sua filha Rosa Scavarelli, tem um parque industrial de 15 mil metros quadrados em São Bernardo do Campo (SP) e produz mais de 7 milhões de unidades por ano. No mercado brasileiro, está presente em mais de 30 mil farmácias, possui um portfólio de mais de 46 produtos.
Deli Oliveira, gerente da área de PD&I da TheraSkin, esteve na última semana num programa com o médico Dr. Drauzio Varella para um bate-papo com um tema denominado “ Repensando a Medicina ”. O Sr. Oliveira foi um dos convidados e falou acerca dos esforços da indústria farmacêutica no processo de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, respondeu perguntas sobre a utilização da inteligência cognitiva no processo de pesquisa de novos medicamentos.
Deli abordou discussões que evidenciaram o quanto a empresa busca atender as necessidades de médicos e dos consumidores através do desenvolvimento de produtos inovadores. Ressaltou ainda que a TheraSkin acredita que a Inovação é a catalisadora e que com ela é possível gerar soluções para os pacientes, sustentabilidade ambiental, aumento da sua competitividade e otimização de suas operações.
Fazendo alusão a isso, Deli explicou sobre o case de utilização do Watson for Drug Discovery, que foi uma parceria com a IBM e falou também sobre a metodologia aplicada, macro resultados e os próximos passos desse importante projeto e que foi um marco para o meio industrial farmacêutico no Brasil.
“Inicialmente ouvimos a classe médica sobre as principais desordens dermatológicas e as principais carências ainda não atendidas pela indústria farmacêutica e assim buscarmos alvos candidatos e para isso foi montado um time multidisciplinar, composto pelas áreas de pesquisa, departamento médico e novos negócios. O intuito desta equipe multidisciplinar era a soma de competências e visões diferentes que se referem a aspectos clínicos, biológicos, químicos, técnicos e de mercado. Muitas vezes as empresas praticam a inovação reativa, realizada através da observação dos produtos já existentes. A plataforma Watson for Drug Discovery permite o desenvolvimento de inovação mais proativa na empresa, que está relacionada a soluções para atender as necessidades dos pacientes, as quais eles ainda não identificaram possuir, mas que o pesquisador consegue perceber que elas irão melhorar muito sua qualidade de vida, e estes irão querer utilizar as soluções. O Watson ajuda e permite uma atuação mais relacionada à causa raiz de uma determinada patologia e assim sendo, propicia um desenvolvimento que de um produto que evitará que certa patologia se estabeleça”, explicou Deli.
Deli respondeu algumas perguntas sobre o projeto:
1) Quais foram os principais benefícios do projeto Watson na TheraSkin?
A utilização do Watson for Drug Discovery representou uma grande economia de tempo para o time técnico da TheraSkin. Os pesquisadores conseguiram, em uma busca rápida, relacionar e interligar uma extensa quantidade de artigos e textos científicos, com o propósito de identificar alvos biológicos não convencionais e propor moléculas candidatas para condições dermatológicas. Desta forma, as horas trabalhadas foram otimizadas e os resultados obtidos de forma mais ágil. Adicionalmente, a plataforma possibilitou o estudo de uma grande quantidade de alvos candidatos, o que permite a seleção e utilização de soluções direcionadas a alvos específicos de desordens dermatológicas, reduzindo efeitos colaterais relacionados ao um possível produto a ser desenvolvido. Neste sentido, o Watson possibilitou o início do desenvolvimento de produtos com maior evidência de eficácia e segurança. Entendemos que os grandes beneficiados são os dermatologistas e consequentemente os nossos consumidores, que irão dispor de soluções melhores e mais inovadoras para o tratamento de diversas patologias.
2) Durante a utilização da plataforma Watson for Drug Discovery, quais foram as maiores dificuldades?
Acredito que durante a condução deste projeto, tivemos duas dificuldades. A primeira se refere ao entendimento e utilização da plataforma. No início foi necessário um tempo de adaptação e aprendizado. O segundo desafio se refere a interpretação dos dados gerados pelo Watson. Durante a utilização, a plataforma gera possíveis genes candidatos para uma determinada patologia, baseado na literatura científica e dados estatísticos. Os pesquisadores tiveram que estudar estes genes candidatos para confirmar o benefício nas doenças dermatológicas estudadas. Neste sentido, o know-how do nosso time científico fez toda a diferença.
3) Quanto tempo para que estes medicamentos inovadores cheguem ao mercado?
Este tempo é variável e depende do estágio de desenvolvimento da tecnologia e sua complexidade. Por exemplo, se escolhermos um gene que já apresente um composto elucidado, o tempo será mais curto. Mas se tivermos que pesquisar um ativo para inibir ou ativar este gene, o tempo para que o medicamento chegue ao mercado será mais extenso. Não há como ainda afirmar com exatidão um tempo previsto para que esses medicamentos cheguem ao mercado, mas todos os esforços estão sendo praticados para que essas soluções cheguem ao consumidor com a maior brevidade possível.
4) Quais são os próximos passos para este projeto?
Como o resultado foi muito promissor, o primeiro passo será a priorização. Baseado em dados de mercado e o contato próximo com os dermatologistas que ocorre através do nosso time de médicos e consultores, conversas com Key opinion leaders, iremos escolher algumas condições dermatológicas. Este processo será conduzido pelos pesquisadores da Theraskin que realizarão um estudo aprofundado de todos os mecanismos. Tendo realizado a escolha dos genes, iremos decidir se faremos o desenvolvimento no modelo de inovação aberta, com parcerias com universidades, centros de pesquisas, start-ups e outras empresa ou se conduziremos o desenvolvimento interno.
5) Qual modelo a Theraskin prefere, inovação aberta ou desenvolvimento interno?
Historicamente, a indústria farmacêutica, com o intuito de gerar produtos inovadores e que solucionem necessidades médicas não atendidas, são caracterizadas por grandes investimentos na área de Pesquisa. Entretanto, com o aumento progressivo destes custos e as dificuldades para o desenvolvimento de novos produtos, percebeu-se que através da inovação aberta, seria possível minimizar estes custos e potencializar os lançamentos através da soma de competências. Desta forma, a Theraskin acredita na importância da inovação aberta para o desenvolvimento de soluções inovadoras e vê a possibilidade de utilizar este modelo. Inclusive, estamos conduzindo um mapeamento tecnológico a fim de identificar os potenciais parceiros para este projeto que na ocasião serão avaliados com maior profundidade os interesses de ambas as partes.
Quem quiser assistir o debate sobre o uso do Watson na medicina pode acessar: https://www.facebook.com/116721918342821/videos/1635542849794046
Felipe Ost Scherer