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Projetos socioambientais: como uso de dados podem auxiliar a gestão?

Como exemplo de aperfeiçoamento por intermédio da coleta e uso de dados, Opice trouxe o caso da Rede de Atenção Psicossocial de Aracaju

Imagem aérea do Parque Augusta, na região central de São Paulo. (Murilo Rabusky/Reprodução)
Imagem aérea do Parque Augusta, na região central de São Paulo. (Murilo Rabusky/Reprodução)
I
Impacto Social

Publicado em 9 de dezembro de 2021 às, 10h00.

Por Jorge Ikawa*

Com o objetivo de discutir o uso de ferramentas inovadoras para a coleta de dados socioambientais, o Insper Metricis reuniu recentemente Isabel Opice, co-fundadora da ImpulsoGov, e Gustavo Maia, fundador e CEO do Colab, durante a 25ª Oficina de Impacto Socioambiental. O evento completo você confere aqui.

Opice falou sobre o trabalho desenvolvido pela ImpulsoGov com o intuito de estimular o uso de dados e tecnologia no setor público, com foco principalmente no SUS (Sistema Único de Saúde). “Existem dados sendo coletados todos os dias. Toda vez que uma gestante vai a uma UBS (Unidade Básica de Saúde) para fazer um pré-natal, isso gera um registro. Mas essa informação não é usada pelo sistema de saúde para melhorar a prestação de serviço”, comenta.

Como exemplo de aperfeiçoamento por intermédio da coleta e uso de dados, Opice trouxe o caso da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) de Aracaju, que contou com a atuação da entidade. A ação tinha por objetivo promover melhorias de gestão com base no fornecimento de informações descomplicadas e relevantes que subsidiassem o processo de tomada de decisão. A solução partiu de três pilares: definição de indicadores relevantes, conscientização dos gestores da importância dessas medidas e incorporação desses dados ao processo decisório. “Nossa visão para esse projeto é expandir. A gente quer atuar com mais municípios e levar essa solução para mais redes de atenção psicossocial”, ressalta.

Já Maia trouxe uma discussão sobre o cenário atual, em que, por um lado, cidadãos demandam bons serviços públicos e participação no processo decisório e, por outro, governos possuem o desafio de inserção em um mundo digital. Nesta situação, o uso de novas tecnologias poderia servir como um facilitador para ambas as partes. “A gente tem por um lado um app, uma plataforma que é um super app. Por outro lado, a gente tem a plataforma para o governo. E o cidadão está centrado ali. O aplicativo possui uma série de coisas. Imagine que é um super balcão. Basicamente há alguns serviços urbanos, de zeladoria urbana, como tapa-buraco, iluminação e coisas do tipo. Em vários municípios do país, todo o agendamento de vacinação contra a covid-19 foi feito por meio do Colab. Em Santo André, por exemplo, é possível pagar taxas e impostos. E a gente traz também uma camada de decisões democráticas, como o PPA (Plano Plurianual), orçamento participativo e revisão do plano diretor, por exemplo”, descreve.

Neste sentido, Maia conclui que o uso de novas tecnologias possibilita um grande avanço. “Não é só sobre escutar a população. É sobre escutar e prestar serviço de fato para a população”, finaliza.

*Jorge Ikawa é doutorando em Economia dos Negócios pelo Insper e pesquisador do Insper Metricis.