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Como criar unidades de avaliação de impacto?

O Insper realizou a 23ª Oficina de Impacto Socioambiental e discutiu a importância de unidades de avaliação de impacto, tendo como exemplo o BNDES

BNDES: retomada do turismo beneficia também os patrimônios históricos (Nacho Doce/Reuters)
BNDES: retomada do turismo beneficia também os patrimônios históricos (Nacho Doce/Reuters)
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Impacto Social

Publicado em 14 de maio de 2021 às, 14h14.

Última atualização em 14 de maio de 2021 às, 15h25.

Por Jorge Ikawa

O Insper Metricis realizou recentemente a 23ª Oficina de Impacto Socioambiental. O evento teve por objetivo discutir a importância de unidades de avaliação de impacto, tendo como exemplo o caso do BNDES. A discussão contou com a presença de Victor Pina, superintendente de Planejamento Estratégico do BNDES, e de Lycia Lima, vice-diretora do CLEAR (Centro de Aprendizagem em Avaliação e Resultados para o Brasil e a África Lusófona) e professora da FGV-EAESP. O evento completo você confere ao final do texto.

Victor Pina ressaltou a necessidade de monitoramento e avaliação no BNDES. “Primeiro, a gente é um banco, mas um banco diferente, um banco de desenvolvimento. A gente não é medido simplesmente por quanto a gente empresta e para quem a gente empresta. Precisamos conhecer resultados alcançados nessa nossa missão de promover desenvolvimento”, comenta. O superintendente da instituição listou ainda dois outros motivos para o uso de instrumentos de monitoramento e avaliação: o fato de compor uma estrutura pública e o relacionamento com os financiadores. “Como banco de desenvolvimento, a gente faz captações institucionais e em nichos muito específicos de mercado, como green bonds, por exemplo. Para quaisquer dessas captações, não são apenas os retornos financeiros discutidos, a gente também discute impacto”, complementa.

Como exemplo concreto do uso de ferramentas de avaliação na implementação de políticas públicas, Victor Pina citou a introdução do PEAC (Programa Emergencial de Acesso a Crédito), uma das medidas econômicas contra a covid-19. “Antes desse programa ser estabelecido, nós fizemos uma avaliação ex ante, fizemos uma conta de custo e benefício, o quanto era melhor fazer isso do que simplesmente pagar seguro-desemprego e tentar manter as empresas sobrevivendo por um período”, descreve.

Lycia Lima lembrou a visão que gestores e funcionários tinham sobre ferramentas de controle e avaliação no Brasil. “Há uns 15 anos, essa agenda estava muito atrelada à agenda de controle. No governo era a questão do Tribunal de Contas. Não era uma agenda muito bem-vinda. O gestor, a pessoa que trabalhava com o programa, tinha receio, tinha medo, não gostava”, comenta. No entanto, ela já vê mudanças nesse cenário. “Ao longo desses últimos anos, eu acho que a comunidade que trabalha nessa área e várias instituições vieram caminhando no sentido de entender que, na verdade, monitoramento e avaliação é um valiosíssimo instrumento de gestão”, complementa.

Confira:

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