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Como você pode salvar a Amazônia comendo carne

Novo indicador vai ajudar o consumidor a escolher onde comprar seu bife comparando os níveis de controle e transparência dos frigoríficos e supermercados

Novo indicador vai ajudar o consumidor a escolher onde comprar seu bife comparando os níveis de controle e transparência dos frigoríficos e supermercados em relação à origem dos bois (Paulo Barreto/Reprodução)
MF

Marina Filippe

Publicado em 27 de abril de 2022 às 11h06.

Os consumidores mais atentos já sabem que a criação de gado é o principal motor do desmatamento da floresta amazônica. Segundo estudos  o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e  do projeto Amazônia 2030, pastos para o gado cobrem cerca de 90% da área total desmatada, e mais de 90% do desmatamento total é ilegal.

Com as mudanças climáticas cada vez mais visíveis e o mundo todo de olho na Amazônia, os consumidores brasileiros não querem mais carne associada ao desmatamento em seus pratos. Em pesquisa inédita realizada pelo Reclame AQUI, 57% dos participantes afirmaram que a informação clara sobre a procedência da carne é um fator relevante na hora da decisão da compra e 40% que já deixaram de comprar carne de fabricantes associados ao desmatamento ou violação de leis ambientais.

No entanto, ainda é difícil para a maioria das pessoas que vai a um supermercado ou açougue saber de onde vem aquela carne e se ela não impactou no desmatamento da Amazônia durante a sua produção. Para ter certeza de que aquele boi não pastou em áreas desmatadas ilegalmente, é preciso monitorar toda a cadeia produtiva, começando pela fazenda onde nasce o bezerro e seguindo por todo o caminho que o produto faz até chegar à mesa das pessoas.

Todas as pessoas que responderam à pesquisa do Reclame AQUI disseram que gostariam de ter acesso a indicadores transparentes sobre as políticas de sustentabilidade dos fabricantes de carne. A boa notícia é que, pela primeira vez, os consumidores terão uma ferramenta que vai ajudá-los a diferenciar uma empresa da outra: o Radar Verde .

Trata-se de um indicador que irá apontar para os consumidores quais frigoríficos e redes varejistas demonstraram melhor controle e transparência sobre sua cadeia de produção. A iniciativa foi lançada nesta quarta-feira (27/4) pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e o Instituto O Mundo Que Queremos e será realizada anualmente.

Segundo a pesquisa do Reclame AQUI, que foi encomendada pelo Radar Verde, 58% dos consumidores brasileiros acham que a informação clara sobre a procedência da carne é um fato relevante na hora da decisão de compra. Além disso, 79% avaliam que quem vende a carne bovina (supermercados e frigoríficos) deve ser responsável por verificar se a produção causou ou está relacionada com o desmatamento. Por isso, o Radar Verde identificou 113 frigoríficos com unidades ativas na Amazônia e os 70 maiores varejistas do país, segundo o ranking da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), um questionário para avaliar seu grau de transparência e controle sobre a cadeia de produção. Além disso, as empresas também terão que enviar evidências que comprovem as políticas descritas.

Esses dados vão gerar um índice, exposto em uma plataforma digital, que será uma ferramenta para os consumidores escolherem de onde querem comprar a carne que consomem; e para a sociedade como um todo compreender melhor sobre a cadeia produtiva da carne.

O novo indicador será fruto de uma avaliação anual que visa mostrar aos consumidores o quanto os estabelecimentos estão engajados no combate ao desmatamento da Amazônia e como esses estabelecimentos estão aprimorando suas técnicas de rastreio e auditoria ao longo dos anos. Uma empresa não será comparada com a outra, mas sim o aprimoramento de suas políticas anualmente. Participar da avaliação é vantajoso para a empresa porque é uma forma de demonstrar o seu avanço na aplicação de políticas e ações em compromisso contra o desmatamento na Amazônia Legal e também de acompanhar o seu próprio desenvolvimento anualmente através do índice.

Já temos, há anos, tecnologia para possibilitar esse controle. O próprio Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Bovinos e Bubalinos (SISBOV), usado por produtores que vendem para mercados mais exigentes, como o da União Europeia, consegue, por meio de um dispositivo eletrônico um completo histórico de por onde cada animal passou ao longo da vida. E há outros exemplos de sucesso e sistemas próprios por meio dos quais algumas empresas já estão vendendo – e sem cobrar mais caro por isso – carne 100% livre de desmatamento. Mas, a experiência mostra que, enquanto tiverem quem compre, os produtores seguirão postergando as adaptações necessárias para a transparência da origem da carne.

É aí que entra o Radar Verde. Com o índice, o consumidor poderá exercer seu poder de compra consciente de quais empresas demonstraram maior ou menor transparência e controle na cadeia da carne que vendem. E as empresas, para não perderem esse clientes, vão ter que cobrar de quem vende para elas um controle melhor. Mais de 70% dos consumidores disseram que estão dispostos a deixar de comprar em supermercados e frigoríficos que não conseguem garantir a procedência da carne que vendem. O Radar Verde vai ajudá-los mostrando quem faz isso melhor.

 

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Os consumidores mais atentos já sabem que a criação de gado é o principal motor do desmatamento da floresta amazônica. Segundo estudos  o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e  do projeto Amazônia 2030, pastos para o gado cobrem cerca de 90% da área total desmatada, e mais de 90% do desmatamento total é ilegal.

Com as mudanças climáticas cada vez mais visíveis e o mundo todo de olho na Amazônia, os consumidores brasileiros não querem mais carne associada ao desmatamento em seus pratos. Em pesquisa inédita realizada pelo Reclame AQUI, 57% dos participantes afirmaram que a informação clara sobre a procedência da carne é um fator relevante na hora da decisão da compra e 40% que já deixaram de comprar carne de fabricantes associados ao desmatamento ou violação de leis ambientais.

No entanto, ainda é difícil para a maioria das pessoas que vai a um supermercado ou açougue saber de onde vem aquela carne e se ela não impactou no desmatamento da Amazônia durante a sua produção. Para ter certeza de que aquele boi não pastou em áreas desmatadas ilegalmente, é preciso monitorar toda a cadeia produtiva, começando pela fazenda onde nasce o bezerro e seguindo por todo o caminho que o produto faz até chegar à mesa das pessoas.

Todas as pessoas que responderam à pesquisa do Reclame AQUI disseram que gostariam de ter acesso a indicadores transparentes sobre as políticas de sustentabilidade dos fabricantes de carne. A boa notícia é que, pela primeira vez, os consumidores terão uma ferramenta que vai ajudá-los a diferenciar uma empresa da outra: o Radar Verde .

Trata-se de um indicador que irá apontar para os consumidores quais frigoríficos e redes varejistas demonstraram melhor controle e transparência sobre sua cadeia de produção. A iniciativa foi lançada nesta quarta-feira (27/4) pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e o Instituto O Mundo Que Queremos e será realizada anualmente.

Segundo a pesquisa do Reclame AQUI, que foi encomendada pelo Radar Verde, 58% dos consumidores brasileiros acham que a informação clara sobre a procedência da carne é um fato relevante na hora da decisão de compra. Além disso, 79% avaliam que quem vende a carne bovina (supermercados e frigoríficos) deve ser responsável por verificar se a produção causou ou está relacionada com o desmatamento. Por isso, o Radar Verde identificou 113 frigoríficos com unidades ativas na Amazônia e os 70 maiores varejistas do país, segundo o ranking da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), um questionário para avaliar seu grau de transparência e controle sobre a cadeia de produção. Além disso, as empresas também terão que enviar evidências que comprovem as políticas descritas.

Esses dados vão gerar um índice, exposto em uma plataforma digital, que será uma ferramenta para os consumidores escolherem de onde querem comprar a carne que consomem; e para a sociedade como um todo compreender melhor sobre a cadeia produtiva da carne.

O novo indicador será fruto de uma avaliação anual que visa mostrar aos consumidores o quanto os estabelecimentos estão engajados no combate ao desmatamento da Amazônia e como esses estabelecimentos estão aprimorando suas técnicas de rastreio e auditoria ao longo dos anos. Uma empresa não será comparada com a outra, mas sim o aprimoramento de suas políticas anualmente. Participar da avaliação é vantajoso para a empresa porque é uma forma de demonstrar o seu avanço na aplicação de políticas e ações em compromisso contra o desmatamento na Amazônia Legal e também de acompanhar o seu próprio desenvolvimento anualmente através do índice.

Já temos, há anos, tecnologia para possibilitar esse controle. O próprio Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Bovinos e Bubalinos (SISBOV), usado por produtores que vendem para mercados mais exigentes, como o da União Europeia, consegue, por meio de um dispositivo eletrônico um completo histórico de por onde cada animal passou ao longo da vida. E há outros exemplos de sucesso e sistemas próprios por meio dos quais algumas empresas já estão vendendo – e sem cobrar mais caro por isso – carne 100% livre de desmatamento. Mas, a experiência mostra que, enquanto tiverem quem compre, os produtores seguirão postergando as adaptações necessárias para a transparência da origem da carne.

É aí que entra o Radar Verde. Com o índice, o consumidor poderá exercer seu poder de compra consciente de quais empresas demonstraram maior ou menor transparência e controle na cadeia da carne que vendem. E as empresas, para não perderem esse clientes, vão ter que cobrar de quem vende para elas um controle melhor. Mais de 70% dos consumidores disseram que estão dispostos a deixar de comprar em supermercados e frigoríficos que não conseguem garantir a procedência da carne que vendem. O Radar Verde vai ajudá-los mostrando quem faz isso melhor.

 

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