Ganha 2022 quem tiver um projeto
O presidente Bolsonaro terá menos de dois anos para entregar resultados coerentes com alguns dos temas para os quais foi eleito
Gilson Garrett Jr.
Publicado em 3 de fevereiro de 2021 às 17h06.
Com a definição do novo comando do Congresso, a expectativa é que fique claro o projeto do governo Bolsonaro para a reta final do seu primeiro mandato. O presidente terá menos de dois anos (contando a campanha) para entregar resultados coerentes com alguns dos temas para os quais foi eleito: as reformas econômicas, o combate à corrupção, a pauta de costumes e a segurança. Embora por enquanto, conforme as pesquisas, bastaria para uma vitória em 2022 ele assustar o eleitor com a volta do PT.
A última rodada da pesquisa EXAME/IDEIA confirma o quadro: O PT (Lula) segue firme como segunda força na simulação de primeiro turno em 2022, ficando à frente das demais forças de esquerda (Ciro Gomes, Guilherme Boulos, Flávio Dino) e das de centro e direita (Luciano Huck, João Dória, Luiz Henrique Mandetta, Sérgio Moro). Mas perde o fôlego nas simulações de segundo turno, o que para além da narrativa “fantasma da volta do PT” traz valor estatístico para o cenário que mais interessaria ao atual presidente.
Ainda na visão de segundo turno, vale acompanhar de perto as batalhas das regiões Norte e Nordeste. Antes cidadela do PT, o Nordeste de hoje ganha novos competidores, inclusive o próprio presidente Bolsonaro, a partir do auxílio emergencial, que apesar de suspenso pode (e deve) ser retomado pelo novo Congresso. Já no Norte, o presidente sofre o desgaste do caos no combate à Covid-19. Nas duas regiões, a vantagem é do apresentador Luciano Huck, nome mais competitivo para vencer Bolsonaro no segundo turno. Destaque também na área é o governador do Maranhão, Flávio Dino, um desconhecido nacionalmente mas com 20% de avaliação positiva no Nordeste, mesma região em que Ciro Gomes alcança 28% de aprovação.
O PT, quem diria, sonha com a volta dos trabalhos no STF, também nesta semana, mais especificamente com a decisão do ministro Gilmar Mendes sobre a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro nos processos que envolvem Lula. O que não quer dizer que, na melhor das hipóteses, o ex-presidente se tornará elegível. Mas sonhar, afinal, é um direito de todos.
Caso optasse por um projeto e através deste a união acima de nomes, a esquerda (Lula mais Boulos mais Ciro) teria os mesmo 35% de Bolsonaro, num cenário de muito maior competitividade. O que pega é que além de não ter projeto, os três nomes da esquerda têm individualmente alta rejeição (de 30 a 35 pontos percentuais). O que mostra, mais uma vez, o nível de alta polarização entre as forças políticas em nosso país.
Nem centro nem esquerda apresentaram – ou sequer começaram a debater, até aqui - seus projetos de país para o futuro. Se não correrem e continuarem a disputa através de nomes, podem acabar por assistir Bolsonaro novamente juntar seus temas em um guarda-chuva que pareça um projeto e neste caminho ganhar um segundo mandato.
Com a definição do novo comando do Congresso, a expectativa é que fique claro o projeto do governo Bolsonaro para a reta final do seu primeiro mandato. O presidente terá menos de dois anos (contando a campanha) para entregar resultados coerentes com alguns dos temas para os quais foi eleito: as reformas econômicas, o combate à corrupção, a pauta de costumes e a segurança. Embora por enquanto, conforme as pesquisas, bastaria para uma vitória em 2022 ele assustar o eleitor com a volta do PT.
A última rodada da pesquisa EXAME/IDEIA confirma o quadro: O PT (Lula) segue firme como segunda força na simulação de primeiro turno em 2022, ficando à frente das demais forças de esquerda (Ciro Gomes, Guilherme Boulos, Flávio Dino) e das de centro e direita (Luciano Huck, João Dória, Luiz Henrique Mandetta, Sérgio Moro). Mas perde o fôlego nas simulações de segundo turno, o que para além da narrativa “fantasma da volta do PT” traz valor estatístico para o cenário que mais interessaria ao atual presidente.
Ainda na visão de segundo turno, vale acompanhar de perto as batalhas das regiões Norte e Nordeste. Antes cidadela do PT, o Nordeste de hoje ganha novos competidores, inclusive o próprio presidente Bolsonaro, a partir do auxílio emergencial, que apesar de suspenso pode (e deve) ser retomado pelo novo Congresso. Já no Norte, o presidente sofre o desgaste do caos no combate à Covid-19. Nas duas regiões, a vantagem é do apresentador Luciano Huck, nome mais competitivo para vencer Bolsonaro no segundo turno. Destaque também na área é o governador do Maranhão, Flávio Dino, um desconhecido nacionalmente mas com 20% de avaliação positiva no Nordeste, mesma região em que Ciro Gomes alcança 28% de aprovação.
O PT, quem diria, sonha com a volta dos trabalhos no STF, também nesta semana, mais especificamente com a decisão do ministro Gilmar Mendes sobre a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro nos processos que envolvem Lula. O que não quer dizer que, na melhor das hipóteses, o ex-presidente se tornará elegível. Mas sonhar, afinal, é um direito de todos.
Caso optasse por um projeto e através deste a união acima de nomes, a esquerda (Lula mais Boulos mais Ciro) teria os mesmo 35% de Bolsonaro, num cenário de muito maior competitividade. O que pega é que além de não ter projeto, os três nomes da esquerda têm individualmente alta rejeição (de 30 a 35 pontos percentuais). O que mostra, mais uma vez, o nível de alta polarização entre as forças políticas em nosso país.
Nem centro nem esquerda apresentaram – ou sequer começaram a debater, até aqui - seus projetos de país para o futuro. Se não correrem e continuarem a disputa através de nomes, podem acabar por assistir Bolsonaro novamente juntar seus temas em um guarda-chuva que pareça um projeto e neste caminho ganhar um segundo mandato.