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Como as PMEs devem se preparar para a transformação digital

Um levantamento feito pelo Sebrae revelou que 43% das Pequenas e Médias Empresas ainda fazem a gestão financeira em um caderno e apenas 27% usam uma planilha do Excel

O expediente longo é produtivo? 
 (Getty Images/Getty Images)
O expediente longo é produtivo? (Getty Images/Getty Images)
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Gustavo Caetano

Publicado em 21 de janeiro de 2021 às, 06h00.

Com a chegada da pandemia causada pelo novo coronavírus e a crise econômica que se instaurou no país, muitas empresas fecharam suas portas por falta de recursos financeiros e adaptabilidade dos negócios. Por outro lado observamos muitos negócios se reinventando para continuar com suas operações. Uma das estratégias adotadas foi a utilização da tecnologia e a digitalização de processos que antes eram feitos de forma tradicional, offline e lenta. Porém, nem todos conseguiram se adaptar facilmente a essas transformaçõee necessidades impostas pelo contexto atual.

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As pequenas e médias empresas, por exemplo, sentiram mais dificuldade em mergulhar nessa transformação já que esse universo era totalmente novo e o desafio era dar o primeiro passo na direção do digital. O modelo tradicional de venda, operação e relacionamento com o cliente funcionava até entãe era confortável continuar realizando os serviços da forma como sempre foi feito. Só que a dura realidade é que foi preciso uma pandemia para nos lembrar que o que nos trouxe até aqui não é garantia que vai nos levar até muito mais longe. 

Para se ter uma ideia, um levantamento feito pelo Sebrae revelou que 43% das PME´s ainda fazem a gestão financeira em um caderno e apenas 27% usam uma planilha do Excel. Esses dados mostram que o uso de inovações que realmente agreguem valor ainda está distante dessas companhias e que a transformação digital ainda nãera prioridade.

Mas esse cenário mudou radicalmente diante dos últimos acontecimentos globais e as PMEs  também foram forçadas a mudar, mesmo porque esse movimento nãse tornou opcional, mas uma questão de sobrevivência. Para isso, é muito importante que os gestores das micro, pequenas e médias companhias entendam que inovação nãse trata de criar metodologias do zero, mas sim rever antigos processos e pensar em novas formas de resolver os mesmos problemas de forma mais ágil e eficiente. Nesse contexto, o digital pode ser o caminho mais fácil de combinar a oferta com as demandas do mercado.

A necessidade de uma real transformação digital para as PMEs se dá principalmente pelo fato de os consumidores estarem cada vez mais empoderados e exigentes. E a consequência é um mercado mais competitivo, onde a agilidade e assertividade são palavras de ordem. Por isso, é preciso que as Pequenas e Médias Empresas entendam, de uma vez por todas, a importância que elas têm na economia brasileira e olhem aseu redor para que nãsejam engolidas pelo status quo e pelo medo do novo.

Podemos perceber que uma transformação estrutural e cultural será indispensável para as marcas que pretendem escalar seus negócios. Eapesar dos desafios, hoje as plataformas tecnológicas estão muito mais acessíveis e democráticas. Há algum tempo era comum os pequenos acabarem esbarrando nos limites de serem detentores de plataformas, comprar tecnologias para poder se diferenciar. Porém, essa desculpa não cabe mais para quem deseja, nãapenas se manter, mas tambése destacar eseu respectivo mercado, já que hoje é possível alugar tais plataformas, ter acesso a aplicativos por valores acessíveis, customizar as tecnologias oferecidas e criar soluções simples e de fato inovadoras para problemas específicos. 

O que deixo aqui de lição (se é que posso dizer assim), é que os gestores de PMEs devem focar esforços em gerar valor para o consumidor e reduzir atrito. Se for adotar sistemas, tecnologias, o caminho é encontrar ferramentas eficientes e não, necessariamente, criações mirabolantes. Se cada um deles conseguir resolver pequenos problemas operacionais, o ganho em otimização já terá um impacto significativo no resultado. 

Por fim, faça diagnósticos periódicos para identificar pontos da jornada do cliente que precisam seaprimorados, prepare seus colaboradores para essa nova realidade no trabalho ese possível, invista eequipes multidisciplinares. Por meio dessa tríade será possível criar não só um núcleo, mas uma verdadeira atmosfera colaborativa e que vai dar espaço para o surgimento da inovação. Nos dias de hoje, ter um mindset digital não é mais uma opção, e sim uma obrigação. A conversa agora não é sobre implementar ou não, mas sim quando será feito. Por isso, revisite seus processos e adote novas maneiras para realizar as mesmas atividades de forma mais eficaz. O ano já começou e com ele uma nova oportunidade de fazer diferente, fazer a diferença

*Gustavo Caetano é CEO da Sambatech e Samba Digital