Um reencontro com Sérgio Vieira de Mello
Compartilhar a trajetória desse importante estadista brasileiro nos enche de esperança por dias melhores
Tamires Vitorio
Publicado em 19 de julho de 2019 às 11h03.
Última atualização em 19 de julho de 2019 às 11h04.
Sérgio Vieira foi o grande estadista brasileiro do século XX. Em tempos de falta de lideranças, sua memória é referência para os mais jovens e esperança de que um mundo melhor ainda é possível.
Neste mês, tive a oportunidade de encontrar pessoalmente Carolina Larriera, economista e ativista humanitária, companheira de Sérgio Vieira de Mello e última pessoa a vê-lo com vida antes dos ataques a bomba de 2003 contra os escritórios da Organização das Nações Unidas (ONU) em Bagdá (Iraque).
Sérgio era então o representante especial do Secretário-Geral da ONU no país.
Foi um encontro muito especial, porque, há 10 anos, quando li a biografia do Sérgio — “O Homem que Queria Salvar o Mundo”, escrita por Samantha Power —, sua história de vida me inspirou a seguir carreira nas relações internacionais. Não fosse Sérgio, não estaria hoje na ICC Brasil apostando na cooperação internacional — no âmbito do comércio e da política — como instrumento para a construção de um mundo melhor.
Sérgio Vieira mudou a minha vida e, certamente, influenciou a de milhares de outros jovens pelo mundo que hoje atuam em organizações internacionais. Mais importante que isso, porém, Sérgio salvou milhões de vidas.
Dedicou-se à construção da paz, liderando, por meio do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR), operações de campo que resultaram na proteção e repatriação de milhões de refugiados em países devastados por conflitos como Camboja, Bósnia, Bangladesh, Moçambique, Vietnã, Líbano e Sudão.
Sérgio também esteve à frente da administração interina de países recém-criados, como o Timor Leste — independente em 1999 — e liderou a reconstrução de países no pós-guerra, como o Iraque.
Por todas as missões em que passou, destacou-se pela capacidade de conversar com todos os lados de um conflito para minimizar os efeitos colaterais da guerra sobre a população civil, o que faz dele um grande estadista. Seu nome já era cotado para a sucessão de Kofi Annan como Secretário-Geral da ONU.
Após 16 anos de sua morte, o mundo é um lugar mais perigoso. Em tempos de populismos e ausência de lideranças políticas, precisamos revisitar a história de Sérgio Vieira de Mello, sobretudo entre os mais jovens, resgatando sua história em prol da promoção dos valores de paz, tolerância e cooperação.
Ao lado de Gilda Vieira de Mello, sua mãe, Carolina dirige hoje, no Rio de Janeiro, o Centro Sérgio Vieira de Mello, que tem como missão não apenas preservar sua memória, mas também a de utilizar seu legado como base para projetos que estimulem o surgimento de vidas significativas capazes de atuar em prol de um mundo melhor e apoiem jovens brasileiros de baixa renda a atravessar as fronteiras mentais e geográficas do mundo.
A memória vence a morte e nos dá novas esperanças, de um país e de um mundo melhores. Obrigado, Sérgio: sua chama vive!
Sérgio Vieira foi o grande estadista brasileiro do século XX. Em tempos de falta de lideranças, sua memória é referência para os mais jovens e esperança de que um mundo melhor ainda é possível.
Neste mês, tive a oportunidade de encontrar pessoalmente Carolina Larriera, economista e ativista humanitária, companheira de Sérgio Vieira de Mello e última pessoa a vê-lo com vida antes dos ataques a bomba de 2003 contra os escritórios da Organização das Nações Unidas (ONU) em Bagdá (Iraque).
Sérgio era então o representante especial do Secretário-Geral da ONU no país.
Foi um encontro muito especial, porque, há 10 anos, quando li a biografia do Sérgio — “O Homem que Queria Salvar o Mundo”, escrita por Samantha Power —, sua história de vida me inspirou a seguir carreira nas relações internacionais. Não fosse Sérgio, não estaria hoje na ICC Brasil apostando na cooperação internacional — no âmbito do comércio e da política — como instrumento para a construção de um mundo melhor.
Sérgio Vieira mudou a minha vida e, certamente, influenciou a de milhares de outros jovens pelo mundo que hoje atuam em organizações internacionais. Mais importante que isso, porém, Sérgio salvou milhões de vidas.
Dedicou-se à construção da paz, liderando, por meio do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR), operações de campo que resultaram na proteção e repatriação de milhões de refugiados em países devastados por conflitos como Camboja, Bósnia, Bangladesh, Moçambique, Vietnã, Líbano e Sudão.
Sérgio também esteve à frente da administração interina de países recém-criados, como o Timor Leste — independente em 1999 — e liderou a reconstrução de países no pós-guerra, como o Iraque.
Por todas as missões em que passou, destacou-se pela capacidade de conversar com todos os lados de um conflito para minimizar os efeitos colaterais da guerra sobre a população civil, o que faz dele um grande estadista. Seu nome já era cotado para a sucessão de Kofi Annan como Secretário-Geral da ONU.
Após 16 anos de sua morte, o mundo é um lugar mais perigoso. Em tempos de populismos e ausência de lideranças políticas, precisamos revisitar a história de Sérgio Vieira de Mello, sobretudo entre os mais jovens, resgatando sua história em prol da promoção dos valores de paz, tolerância e cooperação.
Ao lado de Gilda Vieira de Mello, sua mãe, Carolina dirige hoje, no Rio de Janeiro, o Centro Sérgio Vieira de Mello, que tem como missão não apenas preservar sua memória, mas também a de utilizar seu legado como base para projetos que estimulem o surgimento de vidas significativas capazes de atuar em prol de um mundo melhor e apoiem jovens brasileiros de baixa renda a atravessar as fronteiras mentais e geográficas do mundo.
A memória vence a morte e nos dá novas esperanças, de um país e de um mundo melhores. Obrigado, Sérgio: sua chama vive!