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Vamos à bolsa

Com a empresa B ClearSale estreando na B3, o movimento se fortalece como exemplo e caminho para boas práticas empresariais

 (NurPhoto/Getty Images)
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Francine Lemos

Publicado em 13 de agosto de 2021 às, 17h22.

Por Francine Lemos

No final de julho, a ClearSale, fintech brasileira B Certificada e focada em soluções antifraude, tornou- se a 40ª empresa a abrir capital na B3 em 2021. A empresa estreou no mais alto nível de governança da bolsa, listando suas ações no Novo Mercado, e também foi a primeira com certificado B a abrir capital depois de entrar para o Movimento. No dia da estreia, suas ações dispararam 20%, mostrando uma resposta positiva do mercado.

Abrir capital pode ser algo usual na economia de hoje, mas esse fato foi muito comemorado dentro do nosso movimento, principalmente, porque ter ações negociadas em bolsa significa também que a empresa está sendo colocada para avaliação do mercado. Práticas, gestão, produtos, serviços e estratégias são olhados com uma lupa e colocados à prova por potenciais investidores.

Essa lupa reforça todos os critérios que são avaliados na hora de certificar uma empresa com Empresa B. Há 15 anos, o Movimento B teve início nos EUA, quando um grupo de empresários visionários entendeu que precisávamos mudar o modelo econômico e fazer diferente ou não teríamos um futuro. Estamos em um momento histórico de mudança de cultura no mundo dos negócios em direção a esse modelo, com a sociedade começando a ver que esse é o caminho possível para que a humanidade e o Planeta continuem co-existindo. 

O case da ClearSale e o sucesso das ofertas de papéis ESG que tivemos recentemente na bolsa, mostram o amadurecimento dos investidores e do mercado que, cada vez mais, valorizam uma nova forma de fazer negócios. Não só: mostram também que os investidores estão olhando para esses critérios e avaliando que essa é uma opção rentável frente ao que se tem disponível. 

Ter empresas com bases sólidas de governança, como é o caso da ClearSale, sendo negociadas em bolsa, lança ainda mais luz à efetividade dos nossos critérios, reforçando que é possível aliar lucro e propósito de geração de impacto positivo. 

Os dois últimos anos têm sido marcados pela popularização e consolidação do ESG. Para nós, essa é só a porta de entrada para um novo modo de pensar e encarar o capitalismo. 

Que mais empresas B sejam negociadas em bolsa, pois o poder de resiliência já mostrado pela nossa rede e os critérios rígidos, transparentes e fundamentados de impacto que elas atendem podem abrir portas com um mercado de investidores. Se, no presente, algumas empresas ainda enxergam o ESG como custo e burocracia extra, elas vão começar a ver, muito em breve, que isso não será mais um diferencial, mas uma exigência para se captar recursos. E nós temos a certeza de que as Empresas B irão passar por esse momento com serenidade.