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Iremos alcançar as metas da Agenda 2030?

Como o Brasil se apresenta no cumprimento dos 17 ODS faltando somente 9 anos para o prazo final estabelecido pela ONU?

Floresta Amazônica (Leo Correa/Glow Media/AP)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de setembro de 2021 às 16h18.

Por Francine Lemos

No mês em que se completa 6 anos em que foi criada a Agenda 2030, na qual estão estabelecidos os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), vale a reflexão sobre como estamos progredindo e o que devemos fazer em termos de mobilização para avançar nesse tema.

O cenário político e econômico brasileiro dos últimos anos, aliado a uma pandemia que parece não ter fim, fez com que o país regredisse em diversos aspectos ligados a múltiplos ODSs, com destaque para o ODS 3, que fala sobre saúde e bem-estar.

Muito se falou sobre o Brasil ser um forte candidato a destaque positivo com relação ao Objetivo 7, que trata sobre energia limpa e acessível. Porém, com a crise hídrica e energética piorando ano a ano e o preço da conta de luz subindo a níveis preocupantes, além de outros entraves para maior incentivo à implantação de estruturas de energia solar e fontes limpas, também há dúvida se iremos avançar.

Sem o comprometimento e um maior envolvimento de agentes governamentais no cumprimento das metas estabelecidas nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, nos resta a mobilização do meio empresarial.  Apesar do atual buzz sobre ESG, que supõe um envolvimento maior das organizações com o tema, vemos que não possuímos um desempenho ousado o suficiente para atingir os ODS. Mais do que relatar esforços em relatórios, o que temos visto é que precisamos de mudanças mais estruturais, que nem sempre são fáceis, para que tenhamos avanços reais e relevantes.

Nem sempre será fácil atingir esses Objetivos, eu sei. As empresas precisam impactar suas cadeias de valor e seus modelos de negócios para que os resultados apareçam e façam a diferença. É necessário emprestar sua voz, autoridade e recursos em termos de colaboração e ação coletiva para ter impactos além de seus próprios muros. Com menos de uma década para alcançar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, é urgente corrigir o curso e os negócios devem desempenhar um papel essencial nessa aceleração.

O B Lab, em parceria com o Pacto Global das Nações Unidas,desenvolveu uma ferramenta online de gerenciamento de impacto, gratuita: a SDG Action Manager. Ela reúne a Avaliação de Impacto B do B Lab, os Dez Princípios do Pacto Global e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável com a intenção de viabilizar que empresas realizem ações significativas por meio de autoavaliação dinâmica, benchmarking e aprimoramento. Seu objetivo é capacitar empresas de todos os tamanhos, no mundo inteiro, para adoção de medidas significativas e acompanhamento do progresso em direção ao cumprimento dos ODSs. Ela é um primeiro passo para empresas que ainda não sabem por onde começar e contribui para que as ações sejam realmente efetivas e audaciosas.

O que move essa e outras iniciativas é a convicção de que é  possível mudar esse cenário de estagnação em relação às metas da Agenda 2030. Acreditamos que, como movimento, o Sistema B Brasil tem em sua rede uma série de bons resultados que podemos e devemos compartilhar. Estamos na década da ação - e promover a mudança se tornou urgente.

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Por Francine Lemos

No mês em que se completa 6 anos em que foi criada a Agenda 2030, na qual estão estabelecidos os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), vale a reflexão sobre como estamos progredindo e o que devemos fazer em termos de mobilização para avançar nesse tema.

O cenário político e econômico brasileiro dos últimos anos, aliado a uma pandemia que parece não ter fim, fez com que o país regredisse em diversos aspectos ligados a múltiplos ODSs, com destaque para o ODS 3, que fala sobre saúde e bem-estar.

Muito se falou sobre o Brasil ser um forte candidato a destaque positivo com relação ao Objetivo 7, que trata sobre energia limpa e acessível. Porém, com a crise hídrica e energética piorando ano a ano e o preço da conta de luz subindo a níveis preocupantes, além de outros entraves para maior incentivo à implantação de estruturas de energia solar e fontes limpas, também há dúvida se iremos avançar.

Sem o comprometimento e um maior envolvimento de agentes governamentais no cumprimento das metas estabelecidas nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, nos resta a mobilização do meio empresarial.  Apesar do atual buzz sobre ESG, que supõe um envolvimento maior das organizações com o tema, vemos que não possuímos um desempenho ousado o suficiente para atingir os ODS. Mais do que relatar esforços em relatórios, o que temos visto é que precisamos de mudanças mais estruturais, que nem sempre são fáceis, para que tenhamos avanços reais e relevantes.

Nem sempre será fácil atingir esses Objetivos, eu sei. As empresas precisam impactar suas cadeias de valor e seus modelos de negócios para que os resultados apareçam e façam a diferença. É necessário emprestar sua voz, autoridade e recursos em termos de colaboração e ação coletiva para ter impactos além de seus próprios muros. Com menos de uma década para alcançar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, é urgente corrigir o curso e os negócios devem desempenhar um papel essencial nessa aceleração.

O B Lab, em parceria com o Pacto Global das Nações Unidas,desenvolveu uma ferramenta online de gerenciamento de impacto, gratuita: a SDG Action Manager. Ela reúne a Avaliação de Impacto B do B Lab, os Dez Princípios do Pacto Global e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável com a intenção de viabilizar que empresas realizem ações significativas por meio de autoavaliação dinâmica, benchmarking e aprimoramento. Seu objetivo é capacitar empresas de todos os tamanhos, no mundo inteiro, para adoção de medidas significativas e acompanhamento do progresso em direção ao cumprimento dos ODSs. Ela é um primeiro passo para empresas que ainda não sabem por onde começar e contribui para que as ações sejam realmente efetivas e audaciosas.

O que move essa e outras iniciativas é a convicção de que é  possível mudar esse cenário de estagnação em relação às metas da Agenda 2030. Acreditamos que, como movimento, o Sistema B Brasil tem em sua rede uma série de bons resultados que podemos e devemos compartilhar. Estamos na década da ação - e promover a mudança se tornou urgente.

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