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Crise hídrica e a necessidade de mudar

A atual situação energética do Brasil reforça que é preciso agir e se comprometer com mudanças efetivas

(Marcelo Camargo/Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2021 às 17h15.

O Brasil está vivendo uma crise hídrica histórica. De acordo com oComitê de Monitoramento do Setor Elétrico, há 91 anos não se via tão pouca água em nossas bacias.

O combo escassez de chuvas no inverno, mudanças climáticas e uma matriz energética altamente dependente de hidrelétricas nos levou a uma situação preocupante e que pode gerar  racionamento ou até um apagão no país.

Os resultados já podem ser sentidos nos bolsos de brasileiros, que viram suas contas de energia subirem,  com a perspectiva de se tornarem ainda mais caras no próximo ano. Já passamos por uma situação muito parecida em 2001, quando o país teve uma série de interrupções no abastecimento de energia. Naquela época, 95% da matriz brasileira provinha de energia gerada por hidrelétricas. Atualmente, ela corresponde a 63,5%. Para não sobrecarregar as hidrelétricas, serão acionadas as usinastermelétricas, que apesar de possuírem um custo mais baixo em relação à energia gerada nas hidrelétricas, funcionam a partir de queima de combustíveis fósseis, gerando um alto impacto ambiental.

Criar novas hidrelétricas não é uma solução para o momento de urgência. Além do tempo para implantação de uma usina ser grande, não contribuindo para a resolução da crise, o investimento é altíssimo e também demanda uma implementação com  custo de impacto ambiental inviável para a época que vivemos.  Não temos também mais capacidade ociosa entre as termelétricas.

A resposta para essa complexa equação pode estar em opções mais limpas, como a energia solar. Além de ser uma fonte com menor impacto, é também mais barata. E pode movimentar um setor que só cresce no país. O Portal Solar, empresa que conecta consumidores a empresas cadastradas no seu site, projeta um acréscimo este ano de 5,4 mil novas companhias neste segmento no País neste ano, que vai corresponder a um crescimento de 27% no volume atual de organizações no mercado.

Somos um dos países com a maior capacidade para gerar energia a partir do sol, com condições naturais favoráveis para tal, porém com carência de regulamentações. Mais do que limpar nossa matriz, a energia solar também tem o poder de reaquecer a economia. A ABSOLAR, no início deste ano, diz que o segmento de fonte solar fotovoltaica deverá gerar mais de 147 mil novos empregos aos brasileiros em 2021, espalhados por todas as regiões do País.

Vivemos uma crise que é anunciada há anos. Desde os apagões do início dos anos 2000, pouco ou nada se fez para que essa situação não se repetisse. Falta de planejamento e ações não são um problema somente em relação à crise hídrica. O país também não tem um plano efetivo para enfrentar as mudanças climáticas, que irão agravar situações como essa. É preciso agir e criar novos caminhos.

Somente a esfera governamental não dá conta sozinha de trazer as soluções. É preciso a colaboração de todos e as empresas também precisam assumir seus compromissos. Na rede B, lançamos em 2019o NetZero 2030, maior movimento corporativo referente ao tema redução de poluentes,  por meio do qual mais de 500 Empresas B se comprometeram a acelerar a redução de suas emissões de carbono em 20 anos. A meta, mais ousada do que aquela estabelecida pelo Acordo de Paris, representa o compromisso do Sistema B em impulsionar as empresas para um modelo de negócios alinhado com a preocupação ambiental.

Em nossas trocas de informações, como aconteceu na Cúpula Global do Clima, organizada no fim de junho pelo Movimento, escutamos de especialistas comoNatalie Unterstell  e Daniela Lerário, membros do nosso conselho e líderes do nosso grupo de mudanças climáticas dizendo que é preciso agir rápido. Como já disse em outras colunas, os compromissos precisam se materializar em medidas e mudanças de comportamento. E essas ações, entre outras coisas, passam por adoção de energias limpas e renováveis.

E você? O que tem feito para diminuir a crise hídrica e frear as mudanças climáticas?

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O Brasil está vivendo uma crise hídrica histórica. De acordo com oComitê de Monitoramento do Setor Elétrico, há 91 anos não se via tão pouca água em nossas bacias.

O combo escassez de chuvas no inverno, mudanças climáticas e uma matriz energética altamente dependente de hidrelétricas nos levou a uma situação preocupante e que pode gerar  racionamento ou até um apagão no país.

Os resultados já podem ser sentidos nos bolsos de brasileiros, que viram suas contas de energia subirem,  com a perspectiva de se tornarem ainda mais caras no próximo ano. Já passamos por uma situação muito parecida em 2001, quando o país teve uma série de interrupções no abastecimento de energia. Naquela época, 95% da matriz brasileira provinha de energia gerada por hidrelétricas. Atualmente, ela corresponde a 63,5%. Para não sobrecarregar as hidrelétricas, serão acionadas as usinastermelétricas, que apesar de possuírem um custo mais baixo em relação à energia gerada nas hidrelétricas, funcionam a partir de queima de combustíveis fósseis, gerando um alto impacto ambiental.

Criar novas hidrelétricas não é uma solução para o momento de urgência. Além do tempo para implantação de uma usina ser grande, não contribuindo para a resolução da crise, o investimento é altíssimo e também demanda uma implementação com  custo de impacto ambiental inviável para a época que vivemos.  Não temos também mais capacidade ociosa entre as termelétricas.

A resposta para essa complexa equação pode estar em opções mais limpas, como a energia solar. Além de ser uma fonte com menor impacto, é também mais barata. E pode movimentar um setor que só cresce no país. O Portal Solar, empresa que conecta consumidores a empresas cadastradas no seu site, projeta um acréscimo este ano de 5,4 mil novas companhias neste segmento no País neste ano, que vai corresponder a um crescimento de 27% no volume atual de organizações no mercado.

Somos um dos países com a maior capacidade para gerar energia a partir do sol, com condições naturais favoráveis para tal, porém com carência de regulamentações. Mais do que limpar nossa matriz, a energia solar também tem o poder de reaquecer a economia. A ABSOLAR, no início deste ano, diz que o segmento de fonte solar fotovoltaica deverá gerar mais de 147 mil novos empregos aos brasileiros em 2021, espalhados por todas as regiões do País.

Vivemos uma crise que é anunciada há anos. Desde os apagões do início dos anos 2000, pouco ou nada se fez para que essa situação não se repetisse. Falta de planejamento e ações não são um problema somente em relação à crise hídrica. O país também não tem um plano efetivo para enfrentar as mudanças climáticas, que irão agravar situações como essa. É preciso agir e criar novos caminhos.

Somente a esfera governamental não dá conta sozinha de trazer as soluções. É preciso a colaboração de todos e as empresas também precisam assumir seus compromissos. Na rede B, lançamos em 2019o NetZero 2030, maior movimento corporativo referente ao tema redução de poluentes,  por meio do qual mais de 500 Empresas B se comprometeram a acelerar a redução de suas emissões de carbono em 20 anos. A meta, mais ousada do que aquela estabelecida pelo Acordo de Paris, representa o compromisso do Sistema B em impulsionar as empresas para um modelo de negócios alinhado com a preocupação ambiental.

Em nossas trocas de informações, como aconteceu na Cúpula Global do Clima, organizada no fim de junho pelo Movimento, escutamos de especialistas comoNatalie Unterstell  e Daniela Lerário, membros do nosso conselho e líderes do nosso grupo de mudanças climáticas dizendo que é preciso agir rápido. Como já disse em outras colunas, os compromissos precisam se materializar em medidas e mudanças de comportamento. E essas ações, entre outras coisas, passam por adoção de energias limpas e renováveis.

E você? O que tem feito para diminuir a crise hídrica e frear as mudanças climáticas?

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