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Por que é fácil se endividar e difícil sair das dívidas?

A matemática e a psicologia ajudam a explicar

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profmaurocalil

Publicado em 22 de outubro de 2018 às 11h08.

A primeira parte da resposta para esta pergunta envolve uma questão matemática. Se endividar é muito fácil porque, se você gastou mais do que aquilo que recebeu, o resultado disso só pode ser uma dívida. Provavelmente, precisará entrar no cheque especial, no rotativo do cartão de crédito ou recorrer a um crédito pessoal e, pronto, já se endividou!

A segunda parte da resposta, porém, tem uma relação muito íntima com os nossos comportamentos e a tudo o que acontece em nossa vida, independentemente da nossa vontade.

Se você é uma pessoa consumista, por exemplo, alguém que não pode ver uma placa de promoção, como “leve três e pague dois” ou “70% de desconto”, como se isso fosse uma raridade e não uma prática comercial recorrente, então facilmente vai se deixar levar pelo consumo, estará suscetível a fazer novas dívidas e a se justificar com as desculpas clássicas: “mas era tão baratinho”, “R$ 30,00 não vai fazer diferença no meu orçamento”, entre outras. E sem perceber, já gastou mais do que recebe e terá que buscar recursos em bancos ou financeiras para arcar com essas despesas.

Ainda nessa fase da resposta, também existem fatores que fogem ao nosso controle, como o desemprego, um acidente ou alguma questão que faça o indivíduo gastar muito mais do que tinha como previsão ou em sua relação de despesas fixas corriqueiras.

Nesse sentido, vamos analisar uma destas ocorrências: o desemprego. Imagine a situação de um casal, em que cada um tem uma renda mensal de R$ 2 mil. Se eles gastam apenas o que recebem, estão em equilíbrio financeiro, correto?

Então, vamos dizer que, em um determinado momento de suas vidas, um dos cônjuges perde o emprego. Nesse momento, a balança começa a pender mais para o lado das dívidas, para os gastos. Por quê? Porque eles podem estar gastando a mesma coisa que no passado, só que estão recebendo menos dinheiro no presente.

Analisando este caso, podemos dizer que, assim que a perda do trabalho se concretiza, o prejuízo no bolso dessa família será de R$ 2 mil por mês, já que a renda conjunta era de R$ 4 mil e agora metade dessa quantia não existe mais. Nesse cenário, para conseguir pagar as contas, os parceiros podem resolver contrair empréstimos na praça, o que tende a comprometer ainda mais a situação de ambos. Vamos supor que entraram no cheque especial e estão pagando 10% de juros ao mês. No primeiro mês, vão arcar com R$ 200,00 de juros, no segundo, R$ 220,00, no terceiro, R$ 242,00, e assim por diante. E, dessa forma, a “bola de neve” começa a crescer.

Para evitar situações como essa, é importante ter um colchão financeiro, pois, em momentos de dificuldade, a pessoa pode resgatar o que precisa de sua reserva de economias e “tapar o buraco” até voltar à situação normal.

Agora, por que é tão difícil sair das dívidas? Vamos voltar ao casal. Eles tinham uma renda total de R$ 4 mil, um dos cônjuges perdeu a sua fonte de recursos e passou apenas um mês sem receber nada. Eles entraram no cheque especial, pagando 10% de juros ao mês, o que correspondeu à R$ 200,00 de despesas extras. Mas, por uma sorte, já no mês seguinte, a pessoa que perdeu o emprego consegue uma nova posição e volta a ganhar exatamente os mesmos R$ 2 mil. Eles ainda estão gastando R$ 4 mil, mas engana-se quem pensa que a vida deles voltou ao mesmo status de antes, porque agora ambos têm que lidar com os juros e a cobertura “daquele cheque especial”. Ou seja, para sair dessa condição, vão ter que fazer um esforço adicional. Terão que se empenhar a receber mais dinheiro para arcar com os encargos da dívida.

Juros é algo bom de receber e não de pagar! Então, se você está endividado, defina uma estratégia rápida e segura para sair das dívidas. E então, de devedor se torne um investidor o mais rápido possível, afinal enriquecer é uma questão de ter e seguir um bom plano!

Mauro Calil é fundador da Academia do Dinheiro

Veja também o vídeo relacionado a este artigo:

[youtube=https://www.youtube.com/watch?v=6xK96zbfKDE&w=560&h=315]

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A primeira parte da resposta para esta pergunta envolve uma questão matemática. Se endividar é muito fácil porque, se você gastou mais do que aquilo que recebeu, o resultado disso só pode ser uma dívida. Provavelmente, precisará entrar no cheque especial, no rotativo do cartão de crédito ou recorrer a um crédito pessoal e, pronto, já se endividou!

A segunda parte da resposta, porém, tem uma relação muito íntima com os nossos comportamentos e a tudo o que acontece em nossa vida, independentemente da nossa vontade.

Se você é uma pessoa consumista, por exemplo, alguém que não pode ver uma placa de promoção, como “leve três e pague dois” ou “70% de desconto”, como se isso fosse uma raridade e não uma prática comercial recorrente, então facilmente vai se deixar levar pelo consumo, estará suscetível a fazer novas dívidas e a se justificar com as desculpas clássicas: “mas era tão baratinho”, “R$ 30,00 não vai fazer diferença no meu orçamento”, entre outras. E sem perceber, já gastou mais do que recebe e terá que buscar recursos em bancos ou financeiras para arcar com essas despesas.

Ainda nessa fase da resposta, também existem fatores que fogem ao nosso controle, como o desemprego, um acidente ou alguma questão que faça o indivíduo gastar muito mais do que tinha como previsão ou em sua relação de despesas fixas corriqueiras.

Nesse sentido, vamos analisar uma destas ocorrências: o desemprego. Imagine a situação de um casal, em que cada um tem uma renda mensal de R$ 2 mil. Se eles gastam apenas o que recebem, estão em equilíbrio financeiro, correto?

Então, vamos dizer que, em um determinado momento de suas vidas, um dos cônjuges perde o emprego. Nesse momento, a balança começa a pender mais para o lado das dívidas, para os gastos. Por quê? Porque eles podem estar gastando a mesma coisa que no passado, só que estão recebendo menos dinheiro no presente.

Analisando este caso, podemos dizer que, assim que a perda do trabalho se concretiza, o prejuízo no bolso dessa família será de R$ 2 mil por mês, já que a renda conjunta era de R$ 4 mil e agora metade dessa quantia não existe mais. Nesse cenário, para conseguir pagar as contas, os parceiros podem resolver contrair empréstimos na praça, o que tende a comprometer ainda mais a situação de ambos. Vamos supor que entraram no cheque especial e estão pagando 10% de juros ao mês. No primeiro mês, vão arcar com R$ 200,00 de juros, no segundo, R$ 220,00, no terceiro, R$ 242,00, e assim por diante. E, dessa forma, a “bola de neve” começa a crescer.

Para evitar situações como essa, é importante ter um colchão financeiro, pois, em momentos de dificuldade, a pessoa pode resgatar o que precisa de sua reserva de economias e “tapar o buraco” até voltar à situação normal.

Agora, por que é tão difícil sair das dívidas? Vamos voltar ao casal. Eles tinham uma renda total de R$ 4 mil, um dos cônjuges perdeu a sua fonte de recursos e passou apenas um mês sem receber nada. Eles entraram no cheque especial, pagando 10% de juros ao mês, o que correspondeu à R$ 200,00 de despesas extras. Mas, por uma sorte, já no mês seguinte, a pessoa que perdeu o emprego consegue uma nova posição e volta a ganhar exatamente os mesmos R$ 2 mil. Eles ainda estão gastando R$ 4 mil, mas engana-se quem pensa que a vida deles voltou ao mesmo status de antes, porque agora ambos têm que lidar com os juros e a cobertura “daquele cheque especial”. Ou seja, para sair dessa condição, vão ter que fazer um esforço adicional. Terão que se empenhar a receber mais dinheiro para arcar com os encargos da dívida.

Juros é algo bom de receber e não de pagar! Então, se você está endividado, defina uma estratégia rápida e segura para sair das dívidas. E então, de devedor se torne um investidor o mais rápido possível, afinal enriquecer é uma questão de ter e seguir um bom plano!

Mauro Calil é fundador da Academia do Dinheiro

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[youtube=https://www.youtube.com/watch?v=6xK96zbfKDE&w=560&h=315]

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