O que enriquece mais rápido? Juros altos ou uma disciplina média?
O mito dos juros altos cai por terra quando o assunto é enriquecimento.
Publicado em 14 de setembro de 2017 às, 10h31.
Última atualização em 21 de setembro de 2017 às, 14h28.
Muita gente me procura em busca de uma fórmula para aumentar os juros que recebem em suas aplicações financeiras. E isso, vou ser sincero, é relativamente fácil de conseguir, considerando a média de rentabilidade do mercado brasileiro. Nós temos os maiores juros do mundo, mas é fato que os bancos comerciais ou os grandes bancos de varejo, por exemplo, não remuneram o investidor considerando o seu potencial real.
Nesse cenário, sempre digo que, a partir de R$ 10 mil, já é possível almejar novos horizontes. Tenho investidores com reservas a partir de R$ 100 mil que conseguem excelentes margens. Outros, com alguns milhões, podem conseguir ainda mais, porém dentro de estruturas mais organizadas.
O ponto é, se o indivíduo está recebendo em seu banco comercial de 0,68% a 0,71% ao mês de remuneração, com R$ 50 ou R$ 100 mil já é possível obter em um banco de investimentos cerca de 1% ao mês. Obviamente, que existem parâmetros para isso, não é só estalar os dedos. O cliente tem que aceitar algumas condições para que isso aconteça, porém são condições totalmente razoáveis, com destaque ao baixo risco. Só que repare: estamos saindo de 0,70% para 1% ao mês, ou seja, 0,3% a mais na conta é um ganho bastante relevante, principalmente se consideramos um investimento de longo prazo.
No entanto, se você busca um enriquecimento mais rápido, a disciplina média vai fazer uma diferença maior na sua vida financeira do que um juro alto.
Mas como funciona isso? Quando você vai comprar alguma coisa, se pergunte: eu preciso disso? Deixar para o dia seguinte e, eventualmente, desistir daquela aquisição, representa que esse recurso permaneceu no bolso e pode ser investido. Quando vamos comprar um móvel para a sua casa, um sofá, por exemplo, cama, colchão, enfim, qualquer item, e conquistamos um bom desconto, pense que agora há mais recurso para a formação de um fundo para a tão almejada poupança.
Algo que as pessoas questionam quando eu falo é que a Bolsa de Valores, por exemplo, pode não ter risco algum, se você olhar para o planejamento financeiro de forma global. Por exemplo, se uma pessoa toma 10 cervejas por final de semana e passa a tomar 8, considerando que cada cerveja custa mais ou menos R$ 5, ela está deixando de gastar R$ 10 por ida ao bar. Que tal investir esses R$ 10 na bolsa? Ok, se esses R$ 10 vão para o mercado de ações e o indivíduo coloca em uma empresa que amanhã vira pó, por exemplo, ele perdeu os R$ 10? Sim, só que quando ele consumiu lá a nona ou a décima cerveja, ele também teria perdido os mesmos R$ 10. Teria virado esgoto em questão de horas.
Portanto, você pode falar ‘’pelo menos ele consumiu’’ e tal, mas do ponto de vista do planejamento financeiro, do orçamento pessoal, o destino foi o mesmo. Ele deixou de ter aquele dinheiro e no outro caso ele teve uma coisa por um período muito pequeno, que também deixou de existir.
Portanto, ao ter uma disciplina média, sabendo sempre com o que vai gastar e ao negociar bem o seu consumo, como trocar um lazer caro por um mais barato, mas que te traga a mesma satisfação, é possível salvar bastante dinheiro e ter imediatamente mais disponibilidade para tudo aquilo que hoje faz falta, inclusive fazer investimentos mais turbinados.
Mauro Calil é fundador da Academia do Dinheiro
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