Mais um mês sem as reformas que o Brasil precisa
Indicadores previsíveis mostram que para decolar o Brasil precisa se reformar
Publicado em 31 de maio de 2019 às, 14h34.
Ontem, penúltimo dia de maio, foi marcado pela confirmação da queda do PIB, de 0,2% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com os últimos três meses de 2018. Algo totalmente esperado afinal, o congresso simplesmente não promove as reformas que o Brasil precisa.
Mas, a boa notícia é que o Ibovespa, o principal índice da bolsa paulista, subiu e atingiu o maior nível em quase dois meses, fechando com uma alta de 0,92% e atingindo 97.457,36 pontos. O dólar manteve-se abaixo de R$ 4,00. Subiu 0,07% e fechou praticamente estável em R$ 3.98 na venda. Aqui a esperada "normalidade" na correlação negativa entre o indicador e o ativo americano.
Além disso, vi uma grande notícia quando o governo federal anunciou que já está com estudos prontos para a liberação, aos trabalhadores brasileiros, dos saques do FGTS, de contas ativas e inativas, e, também, do PIS/PASEP. Algo que ocorreu no governo Temer, se quiser relembrar clique aqui.
Vamos entender que agora, assim como no passado, objetivo da liberação de recursos é aquecer a economia que encontra-se estagnada. Mas existe uma condicionante: a liberação só deve ocorrer após a aprovação das reformas. Ou seja, se você deseja libertar seu dinheiro dos juros de 3% ao ano no FGTS, juros esses menores que a inflação, deverá, mais uma vez, esperar a boa vontade dos congressistas que dizem "proteger os interesses dos trabalhadores".
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que as "torneiras" de recursos não podem ser abertas sem mudanças fundamentais para evitar o "voo de galinha".
Na minha opinião esta foi uma metáfora brilhante. Mas, será que aquelas pessoas que tem motoristas em carros oficiais entenderam?
O ministro também demonstra otimismo em relação ao acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. "A pauta será muito construtiva para frente e o Brasil vai retomar o crescimento seguramente." Guedes afirmou, ainda, que outras boas notícias devem ser anunciadas nos próximos meses. As declarações animaram o mercado financeiro agitado durante o mês de maio.
Veremos o que acontece em junho. Viveremos um mês de cada vez até que um dia, quem sabe, as reformas sejam aprovadas e possamos planejar 12 meses à frente.
Mauro Calil é Fundador da Academia do Dinheiro