Exame.com
Continua após a publicidade

Investimentos com taxa Selic a 6,50%

Onde o como manter ao menos 1% de rentabilidade líquida por mês?

E
Etiqueta Financeira

Publicado em 14 de abril de 2018 às, 10h00.

Última atualização em 14 de abril de 2018 às, 10h00.

Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada em março de 2018, o Banco Central reduziu a taxa básica de juros para 6,50%. Esta foi a décima segunda redução consecutiva da Selic, que chega ao seu menor nível histórico.

Com juros mais baixos e inflação sob controle, todos os especialistas do mercado financeiro concordam que é preciso de muito planejamento na hora de investir.

Quando o assunto é investimento, o brasileiro é bastante conservador. A caderneta de poupança permanece como a aplicação mais popular do País, mas, com a nova redução da Selic, os ganhos da renda fixa tendem a cair de forma ainda mais significativa. Com isso, aumenta a pressão sobre os investidores para que diversifiquem as suas carteiras.

Pensando nisso, vamos conferir as sugestões para quatro tipos de aplicações: caderneta de poupança, renda fixa, renda variável e fundos cambiais.

Caderneta de poupança:
A poupança é a aplicação mais popular do país, mas pode não ser a melhor opção, mesmo para os mais conservadores. Para quem tem dinheiro na caderneta de poupança, uma dica é avaliar se os investimentos foram realizados antes ou depois de maio de 2012, quando foi criada a nova regra de rendimento.

Com os juros acima de 8,5%, ela rende 0,5% ao mês, mais taxa referencial. Abaixo deste patamar, aciona-se um “gatilho” e a caderneta passa a render TR mais 70% da taxa Selic. Como essa remuneração só vale para depósitos feitos depois da alteração, as aplicações mais antigas continuam vantajosas. Mesmo assim, não é preciso tirar todo o dinheiro. A segurança e a liquidez da poupança ainda são capazes de garantir uma carteira diversificada e saudável.

Mesmo para que tem um portfólio mais sofisticado, é recomendável guardar pelo menos parte do seu dinheiro nesta modalidade, pois é um recurso de alta liquidez, que o investidor pode sacar a qualquer momento. O que não pode é deixar tudo lá.

Renda fixa:
Para os que têm dinheiro investido em renda fixa, é preciso reavaliar os objetivos para saber quais são as melhores opções. Se os planos do investidor são de curto e/ou médio prazo, não há problema em manter a aplicação. Para este caso, o mais indicado é o CDB.

Para metas de longo prazo, como aposentadoria, é melhor optar por uma LCI ou LCA, mas, mesmo assim, é preciso ter cuidado. Algumas alternativas são desaconselhadas neste cenário de juros mais baixos.

Como eu e outros especialistas avaliamos que a Selic ficará estável na casa dos 6%, pelo menos até o fim deste ano ou início de 2019, pensar em títulos prefixados, por exemplo, não é recomendável.

De hoje em diante, somente os títulos pós-fixados fazem sentido, já que a tendência agora é de que os juros voltem a subir, devido a recuperação da economia e o aumento do consumo. O ideal é investir em títulos pós-fixados a prazos de cerca de quatro anos.

Com estes títulos, às vezes, é possível conseguir rendimentos de até 120% ou 125% do CDI, um retorno bastante interessante. Outra dica, é avaliar opções como LCI e LCA que são isentas de Imposto de Renda.

Renda variável:
Mesmo dentro da renda variável, é possível escolher entre uma gama de opções, incluindo algumas com riscos menores, como os fundos multimercado. O necessário ter muita atenção na hora de escolher.

Basicamente, o mais importante é se inteirar sobre os diversos tipos de investimentos de renda variável com baixa volatilidade.

O investidor de renda fixa está acostumado a colocar o dinheiro em apenas um fundo, mas os de renda variável exigem mais conhecimento sobre os produtos e o mercado.

As pessoas precisam estar atentas não somente ao fundo, mas aos seus gestores, que podem adotar estratégias não alinhadas aos interesses do investidor. A renda variável pode render mais, mas exige mais atenção.

Fundos cambiais:
Por fim, em tempos de volatilidade no cenário externo, como a queda nas bolsas globais, lidar com moeda estrangeira pode não ser uma boa ideia.

Investir em um fundo cambial significa mexer com câmbio, que tem uma volatilidade alta. Por isso, em geral, não é recomendado ao investidor médio ou para quem quer guardar dinheiro em longo prazo. O importante é montar uma estratégia a partir dos seus objetivos.

Enriquecer é uma questão de ter e seguir um bom plano.

Mauro Calil é Fundador da Academia do Dinheiro

Veja também o vídeo relacionado a este artigo:

[youtube=https://www.youtube.com/watch?v=WW3Z9lwZBCU&w=560&h=315]