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Inflação que corrói

Pela primeira vez em muitos anos, o índice de inflação superou a meta de 6,5% no acumulado de 12 meses. Esta notícia, por si só, causa arrepios àqueles que viveram tempos de corrosão salarial e desabastecimento das prateleiras, mas saber o que é inflação e entender como ela influencia o poder de compra é um dos passos fundamentais para quem quer manter ou melhorar o padrão de vida. De forma […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 13 de abril de 2013 às 14h21.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 09h04.

Pela primeira vez em muitos anos, o índice de inflação superou a meta de 6,5% no acumulado de 12 meses.

Esta notícia, por si só, causa arrepios àqueles que viveram tempos de corrosão salarial e desabastecimento das prateleiras, mas saber o que é inflação e entender como ela influencia o poder de compra é um dos passos fundamentais para quem quer manter ou melhorar o padrão de vida.

De forma simplificada, inflação é o aumento generalizado de preços de serviços e produtos e, quanto maior a inflação, dia após dia, menor será o poder de compra daquela nota de dinheiro que você possui na carteira.
Como conceito, é bem simples. Porém, quando o colocamos na ponta do lápis, ou aplicamos sobre nosso salário, nossos rendimentos e nossas compras, as coisas mudam um pouco.

Quer ver como funciona? Costumo dizer que existem duas inflações: a macroeconômica e a elástica. A macroeconômica é aquela inflação da qual o governo e a imprensa sempre mencionam, que é medida por índices, como o IGP-M (Índice Geral de Preços ao Mercado, o IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo – índice oficial da inflação oficial do País), o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), etc.

Esta inflação corrói o salário e diminui o poder de compra. Ou seja, o que você comprava com R$ 10 mil no início de 2012, ao final, considerando a inflação, ficou mais caro. Para ser mais claro: se no início do ano, você gastava R$ 500 com as compras de supermercado do mês e, no final do ano, esta mesma lista de compras passou a custar R$ 550, significa que houve aumento de preços, ou seja, inflação e que seu poder de compra diminuiu, principalmente se seu salário não evoluiu de acordo com esta alta de preços.

Quando falamos de rentabilidade de um investimento, também temos que considerar a inflação. Não podemos simplesmente olhar para o percentual bruto que se apresenta. É preciso descontar a inflação, ou seja, precisamos conhecer o rendimento real. Imagina que você tem R$ 10 mil investidos em um fundo de renda fixa e, durante 2012, o retorno foi de 7,9%. Com a inflação de 5,5% em 2012 (medida pelo IPCA), este suposto investimento registrou um rendimento real em torno de 2,4% durante todo o ano passado. Este fraco rendimento das aplicações financeiras costuma encher as salas de nossos cursos na Academia do Dinheiro. Mas não é só a melhoria da rentabilidade das aplicações financeiras que deve ser buscada.

Há também a inflação por elasticidade de demanda, na minha opinião é pior do que a macroeconômica, digo isso pois esta é impulsionada pelo novo padrão de consumo das famílias brasileiras, que faz com que se compre mais e se adquira produtos mais caros pelo impulso de gastar dinheiro simplesmente por se ter dinheiro para gastar. E não por que se precisa daquilo que se compra.

Assim, uma pessoa que ganhava R$ 2 mil e passa a ganhar R$ 2,5 mil teve um aumento de 25%. Considerando a inflação de 5,5% de 2012, este aumento é excelente. Porém, ao se ver com estes recursos a mais nas mãos, o indivíduo, que antes gastava R$ 100 por mês com lazer, passa a gastar R$ 200, ou seja, um aumento de 100%. E o que poderia ser utilizado para fazer uma reserva financeira ou para um investimento pensando na futura aposentadoria, escoa ralo abaixo.

Vale salientar que todos merecemos melhoria em nosso padrão de vida e consumo, no entanto, mesmo que se possa, não se deve sair gastando dinheiro simplesmente pelo faot de se ter dinheiro para gastar. As escolhas devem ser mais conscientes e menos impulsivas. Pequenas migalhas do dia a dia que são desprezadas justamente por quem não vê valor nelas, geram grandes fortunas para os que realmente têm a mente preparada para enriquecer.

Nos dois casos, da inflação macroeconômica ou elástica, o fato é que ela corrói. Corrói o salário, o poder de compra e o investimento. E para combatê-la, ser educado financeiramente é essencial.

Pela primeira vez em muitos anos, o índice de inflação superou a meta de 6,5% no acumulado de 12 meses.

Esta notícia, por si só, causa arrepios àqueles que viveram tempos de corrosão salarial e desabastecimento das prateleiras, mas saber o que é inflação e entender como ela influencia o poder de compra é um dos passos fundamentais para quem quer manter ou melhorar o padrão de vida.

De forma simplificada, inflação é o aumento generalizado de preços de serviços e produtos e, quanto maior a inflação, dia após dia, menor será o poder de compra daquela nota de dinheiro que você possui na carteira.
Como conceito, é bem simples. Porém, quando o colocamos na ponta do lápis, ou aplicamos sobre nosso salário, nossos rendimentos e nossas compras, as coisas mudam um pouco.

Quer ver como funciona? Costumo dizer que existem duas inflações: a macroeconômica e a elástica. A macroeconômica é aquela inflação da qual o governo e a imprensa sempre mencionam, que é medida por índices, como o IGP-M (Índice Geral de Preços ao Mercado, o IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo – índice oficial da inflação oficial do País), o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), etc.

Esta inflação corrói o salário e diminui o poder de compra. Ou seja, o que você comprava com R$ 10 mil no início de 2012, ao final, considerando a inflação, ficou mais caro. Para ser mais claro: se no início do ano, você gastava R$ 500 com as compras de supermercado do mês e, no final do ano, esta mesma lista de compras passou a custar R$ 550, significa que houve aumento de preços, ou seja, inflação e que seu poder de compra diminuiu, principalmente se seu salário não evoluiu de acordo com esta alta de preços.

Quando falamos de rentabilidade de um investimento, também temos que considerar a inflação. Não podemos simplesmente olhar para o percentual bruto que se apresenta. É preciso descontar a inflação, ou seja, precisamos conhecer o rendimento real. Imagina que você tem R$ 10 mil investidos em um fundo de renda fixa e, durante 2012, o retorno foi de 7,9%. Com a inflação de 5,5% em 2012 (medida pelo IPCA), este suposto investimento registrou um rendimento real em torno de 2,4% durante todo o ano passado. Este fraco rendimento das aplicações financeiras costuma encher as salas de nossos cursos na Academia do Dinheiro. Mas não é só a melhoria da rentabilidade das aplicações financeiras que deve ser buscada.

Há também a inflação por elasticidade de demanda, na minha opinião é pior do que a macroeconômica, digo isso pois esta é impulsionada pelo novo padrão de consumo das famílias brasileiras, que faz com que se compre mais e se adquira produtos mais caros pelo impulso de gastar dinheiro simplesmente por se ter dinheiro para gastar. E não por que se precisa daquilo que se compra.

Assim, uma pessoa que ganhava R$ 2 mil e passa a ganhar R$ 2,5 mil teve um aumento de 25%. Considerando a inflação de 5,5% de 2012, este aumento é excelente. Porém, ao se ver com estes recursos a mais nas mãos, o indivíduo, que antes gastava R$ 100 por mês com lazer, passa a gastar R$ 200, ou seja, um aumento de 100%. E o que poderia ser utilizado para fazer uma reserva financeira ou para um investimento pensando na futura aposentadoria, escoa ralo abaixo.

Vale salientar que todos merecemos melhoria em nosso padrão de vida e consumo, no entanto, mesmo que se possa, não se deve sair gastando dinheiro simplesmente pelo faot de se ter dinheiro para gastar. As escolhas devem ser mais conscientes e menos impulsivas. Pequenas migalhas do dia a dia que são desprezadas justamente por quem não vê valor nelas, geram grandes fortunas para os que realmente têm a mente preparada para enriquecer.

Nos dois casos, da inflação macroeconômica ou elástica, o fato é que ela corrói. Corrói o salário, o poder de compra e o investimento. E para combatê-la, ser educado financeiramente é essencial.

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