E o processo de impeachment segue em frente. E agora?

Com o mínimo de 342 votos, sendo que o 342º dado por um deputado do PSDB-PB o processo de impeachment passou na câmara e segue para o senado. Mas e agora? Isso resolve tudo?

Na semana que se encerrou respondi inúmeros questionamentos sobre os investimentos, taxa de juros, dólar, inflação, etc. caso o processo de impeachment seguisse ou fosse interrompido.

Qualquer que fosse o resultado, temos um ponto crucial e de intersecção entre a política e a economia. Esse ponto é formado pela credibilidade, capacidade de aglutinação e mobilização na direção de um caminho. Hoje, o caminho claro a ser adotado é a redução drástica dos gastos, dos custos e do tamanho da chamada máquina governamental. Quero ser enfático e dizer que tal redução deve ser realmente muito profunda. Tal e tamanha atitude que faria desaparecer qualquer sonho de controle estatizante.

Obviamente que políticos hábeis, bem intencionados e informados podem conduzir tal processo. Por isso, nas entrevistas e consultas que dei mencionei que o resultado talvez importasse menos que a definição. Analogamente à vida de um estudante, diria que estamos em um período de provas. Fizemos uma prova difícil e temos a certeza que não tiramos a nota máxima. Mas, qual é a nota? É um zero bem redondo? Um 7 ou 8?

Caramba professor entregue logo a nota e, assim, saberemos se precisamos estudar mais ou menos para a próxima avaliação.

Agora, temos o resultado: O processo de impeachment segue adiante. Apesar de ser impossível prever o resultado final, vale a pena observar que teremos de trabalhar duro para melhorar as notas em inflação, geração de empregos e outros indicadores importantes e imediatos. Temos algumas diretrizes já mostradas pelos indicadores de curtíssimo prazo (leia-se alta o/ou baixa de ativos). Essas diretrizes dizem basicamente que o avanço do processo de impeachment é bom para a bolsa, a confiança de investidores e para o real. E, no caminho contrário, veríamos resultados ao contrário.

No médio e longo prazo ainda recomendo cautela, deixe muito de seu patrimônio em renda fixa sob a proteção do FGC. Tempere sua carteira com fundos imobiliários pois estes são menos voláteis e devem responder bem ao final da crise, quando ela chegar.

Mas é bom repetir: políticos hábeis, bem intencionados e informados podem conduzir o processo!