Cem dias de governo. E daí?
Qual a real importância de 100 dias de governo?
profmaurocalil
Publicado em 11 de abril de 2019 às 14h20.
Última atualização em 11 de abril de 2019 às 14h25.
Nessa quarta-feira, os veículos de comunicação deram amplo destaque aos Cem Dias do presidente Jair Bolsonaro e dos novos governadores. Também houve pesquisas sobre o desempenho destes. Mas será que é justo cobrar grandes mudanças num período tão curto?
Sabemos que a máquina pública é extremamente complexa e que nada pode ser feito da noite para o dia, principalmente porque o governo federal depende, para a maioria das medidas, do aval do Congresso Nacional e os governadores, das assembleias legislativas. É interessante conhecer a origem da expressão Cem Dias. Na Wikipédia há uma explicação para isso.
Veja . . .
"O período conhecido como os Cem Dias (também chamado de Cem Dias de Napoleão ou Governo dos Cem Dias) marca o período do retorno do imperador francês Napoleão I ao poder, após sua fuga do exílio na ilha de Elba. Ele chegou em Paris em 20 de março de 1815. Determinados a removê-lo do trono de uma vez por todas, diversas potências europeias, como a Inglaterra, Rússia, Prússia e Áustria, formaram uma nova coalizão (a Sétima Coligação) contra a França. A volta de Napoleão aconteceu ao mesmo tempo em que o Congresso de Viena estava em andamento. Em 13 de março, sete dias antes do imperador francês marchar na capital, os dignitários europeus em Viena declararam Bonaparte oficialmente um fora da lei. Este período viu o último grande conflito das Guerras Napoleônicas, após a derrota de Napoleão na batalha de Waterloo. Os aliados marcharam sobre Paris novamente e mais uma vez reinstauraram a monarquia dos Bourbon no poder. Bonaparte foi levado ao exílio novamente. Desta vez, os britânicos decidiram exilá-lo ainda mais longe do continente europeu, mandando-o para a ilha de Santa Helena, onde ele ficaria até sua morte, em maio de 1821".
Veja que os cem dias de Napoleão foram seus últimos , e quem o derrubou foi um Congresso unido para assim faze-lo.
Será que faz sentido cobrar algo em cem dias, ainda mais em uma democracia, onde é necessário dialogar com muito mais do que 100 congressistas para se iniciar uma mudança minimamente adequada e, também, onde muitos destes congressistas não tem pudor algum em usar o velho toma lá dá cá , quando não usam o dá cá e nada de toma lá?
Afinal é mudança que queremos ou continuidade? Não seria mais justo cobrar 100 dias de atitudes do congresso pela evolução nas reformas? Qual seria o tempo suficiente para os políticos mostrarem resultados mais práticos?
Mauro Calil é fundador da Academia do Dinheiro
Nessa quarta-feira, os veículos de comunicação deram amplo destaque aos Cem Dias do presidente Jair Bolsonaro e dos novos governadores. Também houve pesquisas sobre o desempenho destes. Mas será que é justo cobrar grandes mudanças num período tão curto?
Sabemos que a máquina pública é extremamente complexa e que nada pode ser feito da noite para o dia, principalmente porque o governo federal depende, para a maioria das medidas, do aval do Congresso Nacional e os governadores, das assembleias legislativas. É interessante conhecer a origem da expressão Cem Dias. Na Wikipédia há uma explicação para isso.
Veja . . .
"O período conhecido como os Cem Dias (também chamado de Cem Dias de Napoleão ou Governo dos Cem Dias) marca o período do retorno do imperador francês Napoleão I ao poder, após sua fuga do exílio na ilha de Elba. Ele chegou em Paris em 20 de março de 1815. Determinados a removê-lo do trono de uma vez por todas, diversas potências europeias, como a Inglaterra, Rússia, Prússia e Áustria, formaram uma nova coalizão (a Sétima Coligação) contra a França. A volta de Napoleão aconteceu ao mesmo tempo em que o Congresso de Viena estava em andamento. Em 13 de março, sete dias antes do imperador francês marchar na capital, os dignitários europeus em Viena declararam Bonaparte oficialmente um fora da lei. Este período viu o último grande conflito das Guerras Napoleônicas, após a derrota de Napoleão na batalha de Waterloo. Os aliados marcharam sobre Paris novamente e mais uma vez reinstauraram a monarquia dos Bourbon no poder. Bonaparte foi levado ao exílio novamente. Desta vez, os britânicos decidiram exilá-lo ainda mais longe do continente europeu, mandando-o para a ilha de Santa Helena, onde ele ficaria até sua morte, em maio de 1821".
Veja que os cem dias de Napoleão foram seus últimos , e quem o derrubou foi um Congresso unido para assim faze-lo.
Será que faz sentido cobrar algo em cem dias, ainda mais em uma democracia, onde é necessário dialogar com muito mais do que 100 congressistas para se iniciar uma mudança minimamente adequada e, também, onde muitos destes congressistas não tem pudor algum em usar o velho toma lá dá cá , quando não usam o dá cá e nada de toma lá?
Afinal é mudança que queremos ou continuidade? Não seria mais justo cobrar 100 dias de atitudes do congresso pela evolução nas reformas? Qual seria o tempo suficiente para os políticos mostrarem resultados mais práticos?
Mauro Calil é fundador da Academia do Dinheiro