Exame.com
Continua após a publicidade

Arte e tecnologia fizeram o sol nascer dentro da tenda do circo

Tecnologia é aquilo que turbina boas ideias

cirque du soleil (Divulgação)
cirque du soleil (Divulgação)
E
Etiqueta Financeira

Publicado em 17 de abril de 2019 às, 14h17.

Inúmeras carreiras profissionais estão saturadas. Há mais de 13 milhões de brasileiros desempregados esperando uma nova oportunidade. Muitos não conseguirão uma recolocação nas suas funções. Talvez, a saída seja a busca de novas alternativas e inovar.

Um exemplo prático disso é o Cirque du Soleil, um dos maiores cases de sucesso do século XX, criado em Quebec, no Canadá, em 1984. Dois amigos, artistas de rua, resolveram reinventar o circo, utilizando de muita tecnologia, a ponto de terem sistemas de última geração embarcados nessa caravana.

No picadeiro de circos tradicionais  costumávamos ver o desfile animais, e muito antes das proibições este empreendimento apostou nos  artistas versáteis, talentosos e muitos efeitos especiais.

Nos últimos anos, foi firmada uma parceria com a #SAP, gigante alemã nas áreas de  tecnologia e marketing. O grupo circense conta com 4 mil colaboradores, sendo que 1.300 são artistas, de 50 nacionalidades diferentes. São vendidos cerca de 12 milhões de ingressos por ano para as suas apresentações em todos os cantos do planeta. Em 2007, o grupo investiu 100 milhões de dólares para criar uma fundação de caridade chamada One Drop.  Números que necessitam de controles para continuar a crescer.

Guy Laliberté um dos criadores do Cirque du Soleil dá três conselhos, que considera valiosos: Primeiro, construir um modelo de negócio que integre a ajuda humanitária. Segundo, acreditar sempre nos jovens, afinal, ele era um jovem na época em que o circo foi criado. E, por último, fazer parte da comunidade com a qual você tem seu negócio.

Sem dúvidas, o Cirque du Soleil é um modelo de organização, planejamento e que utiliza o que há de mais moderno em termos de tecnologia e com reconhecimento global, o que torna os  circos tradicionais como algo nostálgico. Mas  conforme Laliberté, o começo não foi fácil.  Eles precisavam de investimentos e os bancos não acreditavam no potencial  daqueles jovens.

Assim o que lhes sobrou foi a atitude de ter persistência e contar com um pouco de sorte: encontraram um banco comunitário, em Quebec, que os financiou. Mais tarde, o produtor de arte Thomas Schumacher os levou ao festival de Los Angeles, nos Estados Unidos. O êxito neste espetáculo abriu espaço para uma turnê americana, passando por Nova York. Em 1990, se apresentaram em Londres, Paris e Japão. A cada ano, o sucesso ficava maior.

Quem já esteve debaixo desta tenda sabe do que falo. Quem nunca esteve merece, como adulto, sentir a sensação de ver o mar pela primeira vez ainda sendo uma criança.

Essa é a magia.

Mauro Calil é fundador da Academia do Dinheiro