Programas de sócios-torcedores crescem mesmo com mercado em crise
O momento de instabilidade econômica pelo qual passa o Brasil afetou diferentes setores da sociedade, levando a Organização Internacional do Trabalho (OIT) a prever que 700 mil trabalhadores perderão o emprego no País até o fim de 2016. Apesar disso, os clubes do futebol nacional buscam maneiras de seguir o processo de profissionalização e expandir a captação de receitas. Neste cenário, os programas de sócio-torcedor têm se destacado, conseguindo manter […] Leia mais
Publicado em 15 de março de 2016 às, 08h06.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 07h44.
O momento de instabilidade econômica pelo qual passa o Brasil afetou diferentes setores da sociedade, levando a Organização Internacional do Trabalho (OIT) a prever que 700 mil trabalhadores perderão o emprego no País até o fim de 2016. Apesar disso, os clubes do futebol nacional buscam maneiras de seguir o processo de profissionalização e expandir a captação de receitas. Neste cenário, os programas de sócio-torcedor têm se destacado, conseguindo manter a adesão de novos membros e sendo parte fundamental para o equilíbrio financeiro das instituições esportivas.
Responsável direto pela popularidade dos projetos de sócio-torcedor no Brasil, o Movimento Por um Futebol Melhor, lançado em janeiro de 2013, conta com 69 clubes filiados e cerca de 1.100 milhão de adeptos. Mesmo em 2015, ano em que o País viu o então ministro da Fazenda Joaquin Levy ser substituído por Nelson Barbosa, em dezembro, o Movimento quebrou recordes e atingiu marcas expressivas.
Em 2015, o Fiel Torcedor, do Corinthians, obteve 69 mil novos sócios e quebrou a marca de maior número de adesões obtidas ao longo de um ano. Antes disso, quem liderava este ranking era o Flamengo, com 59 mil adesões ao seu projeto, em 2013. Já o Avanti, do Palmeiras, conquistou 24 mil sócios em janeiro de 2015 e se tornou o recordista mensal, também superando o time rubro-negro, que era o recordista desde novembro de 2013, quando registrou 19 mil novos associados.
Em números gerais, o Movimento Por um Futebol Melhor teve seu melhor ano em 2015, totalizando aproximadamente 286 mil adesões. Em 2014, a marca havia sido de 115 mil, enquanto em 2013 foi de 249 mil inscrições. No fator econômico, é esperado que os clubes arrecadem mais de R$ 400 milhões com as receitas de sócio-torcedor em 2016.
“O clube, os torcedores e as empresas entenderam que o programa de sócio é o melhor modelo de negócio. Todos saem ganhando, pois as partes citadas conseguem mais receitas, as empresas trabalham o acesso e a fidelização de um público que cresce cada vez mais, enquanto que os torcedores não apenas ajudam seus times do coração como também se beneficiam com centenas de descontos nas melhores redes do país”, afirma o gerente de marketing da Ambev, Sandro Leite.
Adesão por ingressos
Na disputa por entradas para as partidas, quem é sócio-torcedor larga na frente. Quem marca presença em todos os jogos, mais ainda. Não à toa, o Campeonato Brasileiro obteve em 2015 a sua melhor média nesta década, registrando 17.051 pessoas por confronto. Nos anos anteriores, as médias haviam sido de 16.555 mil (2014), 14.955 mil (2013), 13.013 mil (2012) e 14.976 mil (2011).
O Corinthians, líder deste ranking em 2015, teve 34.149 mil espectadores em média nos jogos como mandante, ocupando 73% dos lugares no estádio. Já o Palmeiras, tendo pela primeira vez o Allianz Parque à sua disposição do início ao fim do torneio nacional, foi acompanhado por 26.633 mil pessoas em média nos duelos em casa, com a ocupação sendo de 68%. Destes torcedores, 70% era formado por sócios Avanti.
No clube alviverde, um dos trunfos para o bom público é o sistema de rating, que privilegia os torcedores que vão com frequência ao Allianz Parque. Gerido pela Futebol Card, o Avanti divide seus sócios-torcedores em cinco categorias para elaborar o sistema de venda de ingressos: 5 estrelas (81% a 100% de frequência), 4 estrelas (61% a 80%), 3 estrelas (41% a 60%), 2 estrelas (21% a 40%) e 1 estrela (1% a 20%).