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Palmeiras busca independência de modalidades olímpicas

Ademir da Guia, Marcos e Gabriel Jesus, atualmente no início da carreira, são alguns nomes que remetem ao Palmeiras uma história de sucesso no futebol. Porém, a Sociedade Esportiva Palmeiras conta com mais 21 modalidades esportivas além do futebol, “carro-chefe” da casa. O clube já teve nomes como Hugo Hoyama (multi-medalhista no tênis de mesa) e Oscar Schmidt, imortalizado no hall da fama no esporte do basquete. O Esporte Executivo […] Leia mais

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Vinicius Lordello — Esporte Executivo

Publicado em 24 de setembro de 2015 às, 16h35.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 07h54.

Ademir da Guia, Marcos e Gabriel Jesus, atualmente no início da carreira, são alguns nomes que remetem ao Palmeiras uma história de sucesso no futebol. Porém, a Sociedade Esportiva Palmeiras conta com mais 21 modalidades esportivas além do futebol, “carro-chefe” da casa. O clube já teve nomes como Hugo Hoyama (multi-medalhista no tênis de mesa) e Oscar Schmidt, imortalizado no hall da fama no esporte do basquete. O Esporte Executivo conversou com Gilson Marques, um dos diretores de esportes não profissionais do Palmeiras, para falar mais sobre a visão da agremiação paulista em meio ao universo esportivo.

São mais de 20 esportes: Aikidô, tiro com arco, atletismo, basquete, bocha, boxe, futebol americano, futebol de mesa, futsal, ginástica aeróbica, ginástica artística, ginástica acrobática, hóquei in line, judô, karatê, levantamento de peso, patinação, taekwondo, tênis, tênis de mesa e vôlei. Gerenciar todas as modalidades não é fácil.  “Todos os esportes são centralizados na Diretoria de Esportes Não-Profissionais do Palmeiras. Além disso, cada modalidade tem um diretor-adjunto que está mais ligado ao dia a dia de cada um e nos auxilia na gestão mais individualizada. O Palmeiras assume todos os custos básicos, como taxas de Federações e viagens para competições, por exemplo”, explica Marques. Recentemente o alviverde fez uma parceria com o Band-Saracens que utiliza a estrutura da Sede Campestre do clube, em Parelheiros, para receber alguns jogos de Rugby, que não é uma modalidade do clube.

Segundo o diretor, desde 2013 o clube adota a política de que os esportes olímpicos do Palmeiras precisam caminhar com as próprias pernas, sem  onerar o caixa do futebol. Assim, algumas equipes profissionais tiveram que encerrar duas atividades, como o futsal (que disputava a Liga Paulista) e o basquete (que jogava o NBB). Mas não quer dizer que a modalidade tenha sido excluída. “Ainda assim, o clube mantém as categorias de base em todos os esportes”, assegura.

Para isso, o clube terá que contar com os associados. Conforme relata Marques, embora o  clube não tenha um planejamento de expansão para as modalidades,  já possui um objetivo definido: aumentar a adesão dos associados do clube às aulas e escolinhas das modalidades olímpicas.

Confira o  rápido bate-papo com Gilson Marques

Esporte Executivo: Quais são as barreiras e dificuldades em encontrar apoiadores para modalidades pouco conhecidas do clube? Por exemplo, como atrair patrocinadores para o hoquei Inline?

Gilson Marques: Apesar da tradição nos esportes olímpicos, o Palmeiras é um clube de futebol. É muito complicado conseguir patrocinadores para outros esportes que não o futebol, onde está a maior atenção da mídia e torcida. Tivemos nos últimos anos uma parceria de sucesso com a rede de lojas oficiais do clube, a Academia Store, que por duas temporadas patrocinou o time profissional de basquete. Um dos caminhos para buscar investimento é a Lei de Incentivo ao Esporte, mas o clube também viveu nos últimos anos com problemas relacionados às Certidões Negativas de Débito, que nos impediu de conseguir verbas dessa forma. Para o futuro, temos a ideia de criar um braço no Departamento de Marketing do clube voltado exclusivamente aos esportes olímpicos. Trabalhariam exclusivamente pensando estratégias, ativações e correndo atrás de patrocinadores.

Esses esportes têm alguma estratégia visando os Jogos Olímpicos 2016?

G.M.: Temos inúmeros atletas nas Seleções Brasileiras e Seleções de Base, em modalidades como Tiro com Arco, Judô, Boxe e Tênis de Mesa, e esperamos que eles possam continuar a representar o Brasil. É fruto do bom trabalho de formação que é desenvolvido no clube. Temos grandes profissionais, como o caso do Henrique Guimarães, medalhista olímpico e treinador do judô, e o Paco Garcia, técnico da equipe de boxe e ex-técnico das Seleções do Brasil e Cuba. O Palmeiras tem uma história nos Jogos Olímpicos e esperamos mantê-la em 2016, no Rio de Janeiro.

Rivais estaduais (São Paulo, Corinthians e Santos) não têm o mesmo universo de clube que o Palmeiras tem. O que isso significa para o Palmeiras? O clube está um passo a frente dos demais?

G.M.: O próprio nome já diz: somos a Sociedade Esportiva Palmeiras. Os esportes não profissionais fazem parte da nossa história, tradição, e lutamos para manter essa chama viva dentro do clube. No entanto, o Palmeiras vive um novo momento de responsabilidade financeira, uma nova gestão profissional, e os esportes precisam caminhar com as próprias pernas para se manterem. Não é fácil, mas trabalhamos para isso.