O esporte é, ou ao menos deveria ser, entretenimento
É preciso olhar o esporte de forma qualificada
Vinicius Lordello
Publicado em 14 de março de 2017 às 09h43.
Última atualização em 14 de março de 2017 às 09h43.
O público que consome esporte, os torcedores, os turistas, a população do país, as pessoas de outros países, os interessados e até os desinteressados. Esses são os objetivos principais – e ainda assim nãos os únicos - dos executivos que pensam e trabalham para o esporte nos Estados Unidos. Por lá, assim como em alguns países da Europa, o esporte é visto como uma plataforma de estímulo, capaz de entusiasmar a quem o experimenta a continuar o consumindo. Os atletas são ferramentas desta plataforma, não maiores que ela. A mídia é meio, não fim. E existe o show, a busca constante pela perfeição da apresentação, criando uma experiência mágica para as pessoas. Ou seja, o esporte é entretenimento.
No Brasil, um dos exemplos da diferença existente é que a mídia ainda é pensada como fim. O equívoco não é dar a ela uma atenção especial (porque merece), mas lembrar que a mídia transmite para alguém e que esse alguém deve ser, de fato, o alvo. A exposição é equivocadamente buscada considerando o alcance oferecido e o retorno financeiro gerado, mas é esquecido o principal: quem é alcançado. Não é (só) aparecer muito, é aparecer com qualidade e em múltiplos canais.
Se décadas atrás o máximo de experiência que uma pessoa poderia ter com uma partida de futebol era acompanhá-la no estádio e, pouco adiante, levar seu rádio AM para acompanhar a transmissão, hoje podemos assistir uma partida do sofá de nossas casas, com conforto e em full hd. Em casa ou no estádio, é possível acompanhar as estatísticas da partida ou campeonato já disponíveis via internet, sendo que quem vai ao estádio pode também postar fotos e comentar o que vê nas redes sociais. Há opções demais a serem exploradas.
Mas se as principais arenas do Brasil já as tem utilizado (Mineirão tem dado uma aula nesse sentido e Allianz Parque, Arena Corinthians e Arena da Baixada têm ido muito bem), esses canais diversos parecem estar adormecidos para os gestores da maioria das competições, de tantas outras arenas grandes e medianas, ou mesmo para os gestores de comunicação e marketing de boa parte dos clubes. Para essa mudança de patamar é fundamental que o esporte e os clubes tenham profissionais no comando, incluindo nas áreas estratégicas. Profissional não é remunerado. É possível ter amadores remunerados e profissionais a custo baixo. O que não cabe mais é a ocupação de cargo “porque é da chapa vencedora” das últimas eleições no clube. O futebol, por ser o esporte com maior penetração no país, tem o dever de ser o exemplo, mas as demais modalidades não precisam respeitar esse pioneirismo e devem se antecipar.
Para isso terão, naturalmente, o apoio de empresas absolutamente dispostas a oferecer sua imagem e reputação a esse novo modelo de esporte. Um modelo que se preocupa com o público, que é organizado, que respeita regras (principalmente éticas), que está pronto para colocar o esporte em um novo patamar. Isso porque as empresas que estão efetivamente dispostas a isso já estão nesse novo patamar. E por nele estarem exigem mais, mesmo que ainda nem exijam muito.
Porque é difícil pedir que o consumidor separe parte de seu orçamento para investir em algo que não o motiva e que não ofereça, como não é raro no Brasil, mínimas condições de receber um público razoável. O esporte precisa ser experiência e paixão trocada com seu público. Precisa entender que o consumidor deve ter dúvidas entre ir ao cinema ou a uma partida de futebol, entre um espetáculo musical ou uma espetacular disputa de vôlei ou basquete. As dúvidas atuais pra quem vai ao estádio ou ginásio tem sido mais simples e frustrantes, como um “o que é que eu vim fazer aqui?” ou uma ainda mais devastadora “por que é que não fiquei em casa, onde ao menos eu tinha um banheiro à disposição?”. Dúvidas como essas podem até gerar fortes emoções, mas definitivamente não serão parte de uma tarde de entretenimento e boas recordações.
O público que consome esporte, os torcedores, os turistas, a população do país, as pessoas de outros países, os interessados e até os desinteressados. Esses são os objetivos principais – e ainda assim nãos os únicos - dos executivos que pensam e trabalham para o esporte nos Estados Unidos. Por lá, assim como em alguns países da Europa, o esporte é visto como uma plataforma de estímulo, capaz de entusiasmar a quem o experimenta a continuar o consumindo. Os atletas são ferramentas desta plataforma, não maiores que ela. A mídia é meio, não fim. E existe o show, a busca constante pela perfeição da apresentação, criando uma experiência mágica para as pessoas. Ou seja, o esporte é entretenimento.
No Brasil, um dos exemplos da diferença existente é que a mídia ainda é pensada como fim. O equívoco não é dar a ela uma atenção especial (porque merece), mas lembrar que a mídia transmite para alguém e que esse alguém deve ser, de fato, o alvo. A exposição é equivocadamente buscada considerando o alcance oferecido e o retorno financeiro gerado, mas é esquecido o principal: quem é alcançado. Não é (só) aparecer muito, é aparecer com qualidade e em múltiplos canais.
Se décadas atrás o máximo de experiência que uma pessoa poderia ter com uma partida de futebol era acompanhá-la no estádio e, pouco adiante, levar seu rádio AM para acompanhar a transmissão, hoje podemos assistir uma partida do sofá de nossas casas, com conforto e em full hd. Em casa ou no estádio, é possível acompanhar as estatísticas da partida ou campeonato já disponíveis via internet, sendo que quem vai ao estádio pode também postar fotos e comentar o que vê nas redes sociais. Há opções demais a serem exploradas.
Mas se as principais arenas do Brasil já as tem utilizado (Mineirão tem dado uma aula nesse sentido e Allianz Parque, Arena Corinthians e Arena da Baixada têm ido muito bem), esses canais diversos parecem estar adormecidos para os gestores da maioria das competições, de tantas outras arenas grandes e medianas, ou mesmo para os gestores de comunicação e marketing de boa parte dos clubes. Para essa mudança de patamar é fundamental que o esporte e os clubes tenham profissionais no comando, incluindo nas áreas estratégicas. Profissional não é remunerado. É possível ter amadores remunerados e profissionais a custo baixo. O que não cabe mais é a ocupação de cargo “porque é da chapa vencedora” das últimas eleições no clube. O futebol, por ser o esporte com maior penetração no país, tem o dever de ser o exemplo, mas as demais modalidades não precisam respeitar esse pioneirismo e devem se antecipar.
Para isso terão, naturalmente, o apoio de empresas absolutamente dispostas a oferecer sua imagem e reputação a esse novo modelo de esporte. Um modelo que se preocupa com o público, que é organizado, que respeita regras (principalmente éticas), que está pronto para colocar o esporte em um novo patamar. Isso porque as empresas que estão efetivamente dispostas a isso já estão nesse novo patamar. E por nele estarem exigem mais, mesmo que ainda nem exijam muito.
Porque é difícil pedir que o consumidor separe parte de seu orçamento para investir em algo que não o motiva e que não ofereça, como não é raro no Brasil, mínimas condições de receber um público razoável. O esporte precisa ser experiência e paixão trocada com seu público. Precisa entender que o consumidor deve ter dúvidas entre ir ao cinema ou a uma partida de futebol, entre um espetáculo musical ou uma espetacular disputa de vôlei ou basquete. As dúvidas atuais pra quem vai ao estádio ou ginásio tem sido mais simples e frustrantes, como um “o que é que eu vim fazer aqui?” ou uma ainda mais devastadora “por que é que não fiquei em casa, onde ao menos eu tinha um banheiro à disposição?”. Dúvidas como essas podem até gerar fortes emoções, mas definitivamente não serão parte de uma tarde de entretenimento e boas recordações.