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Ciclismo prova estar em alta no Brasil

Além da prática em si, procura por bicicletas, equipamentos, orientações têm aumentado em virtude dos resultados do atleta

Ciclismo (Marco Antonio Teixeira/CPB/Agência Brasil)
Ciclismo (Marco Antonio Teixeira/CPB/Agência Brasil)
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Vinicius Lordello — Esporte Executivo

Publicado em 2 de agosto de 2021 às, 08h44.

Última atualização em 2 de agosto de 2021 às, 09h50.

Por ser o ciclismo um segmento bastante técnico, produtos e iniciativas que consigam entender e atender as necessidades de ciclistas, desde iniciantes até os profissionais, têm ganhado espaço no Brasil. Por exemplo, a startup ‘Semexe’, especializada na venda de bikes usadas e novas pela internet, além de acessórios, teve o melhor desempenho da sua história no último ano. Além disso, ainda criou um Guia de Preço(GPS), a “Tabela Fipe” das bicicletas.

Já o Grangiro será a primeira empreitada de ciclismo da Effect, agência já bastante consolidada no mercado. O evento já teve a primeira etapa em abril deste ano, sendo a segunda etapa no próximo dia 29.08, marcando a retomada dos eventos outdoor depois de mais uma paralisacao por causa da covid. O crescimento da modalidade e a presença de atletas brasileiros em competições mundiais – como o caso do Henrique Avancini como campeão mundial – refletem no mercado, que cresce exponencialmente e, mesmo nos períodos mais duros da pandemia, ganhou mais adeptos.

A modalidade está em alta e foi essa a sensação que a 13ª colocação do ciclista Henrique Avancini na prova de mountain bike XCO nas Olimíadas gerou aos brasileiros e praticantes do esporte: um sentimento de triunfo e orgulho. E isso tem explicação. O resultado do atleta no Japão, que chegou a liderar o início da prova, não foi um jogo de sorte. Foi uma construção árdua e cheia de altos e baixos na última década. Do fundo do pelotão ao primeiro lugar do ranking em 2020, Avancini conquistou não apenas pódios e medalhas nos principais campeonatos de ciclismo do mundo, mas também ajudou a alavancar o esporte no Brasil e fortalecer uma cena que só cresce e que ganhou ainda mais adeptos do ano passado para cá.

Segundo dados da Abraciclo - Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetes, Bicicletas e Similares - Fabricantes de bicicletas produziram mais de 355 mil unidades no primeiro semestre desse ano. Esse volume é 42,6% maior ao registrado no mesmo período de 2020, que foi de 249.494 bicicletas. Em junho de 2021 foram fabricadas 66.774 unidades, quando comparado ao mesmo mês de 2020, são quase 20 mil unidades a mais, o que representa o melhor resultado para o mês desde 2015, quando foram produzidas 76.811 bicicletas

No primeiro semestre, a categoria mais produzida foi a Moutain Bike (MTB) com 214.377 unidades fabricadas e 60,3% do volume total produzido. Na sequência aparecem as categorias Urbana/Lazer (103.756 unidades e 29,2%) e Infanto-Juvenil (26.011 unidades e 7,3%). Já a categoria que registrou maior crescimento percentual foi a Elétrica. A produção totalizou 5.220 bicicletas, alta de 116,7% em relação aos seis primeiros meses de 2020 (2.409).

Em junho, os resultados seguiram a mesma tendência. A MTB foi a categoria mais produzida com 32.538 unidades e 48,7% do total fabricado, seguida pela Urbana/Lazer (20.480 unidades e 30,7% de participação) e pela Infanto-Juvenil (8.809 unidades e 13,2% de participação). Dados divulgados pela plataforma Strava no relatório anual de 2020 (comparativo entre 2019 e 2020) mostram que os usuários brasileiros pedalaram mais de 1 milhão de km e subiram mais de 13 bilhões de metros sobre as magrelas. Em média, as pedaladas masculinas tiveram 29,3km, enquanto as femininas registraram 22.9 km.

Modalidade em alta, atleta de alto desempenho como referência técnica. A hora do ciclismo do Brasil é de acelerar. E outras modalidades que pedalem para correr atrás.