A escolha de Dunga mostra o Brasil no caminho (inverso).
Fim da Copa do mundo de 2018. O Brasil é campeão. Cenário para nos rendermos à escolha de Dunga como técnico da seleção brasileira? Não.
Publicado em 23 de julho de 2014 às, 10h57.
Última atualização em 30 de julho de 2020 às, 11h34.
Fim da Copa do mundo de 2018. O Brasil é campeão. Cenário para nos rendermos à escolha de Dunga como técnico da seleção brasileira?
Não. Cenário para vermos que o Brasil até foi campeão mais uma (sexta) vez, mas lamentando por termos perdido a oportunidade de recomeçar nosso futebol.
Dunga não é necessariamente o técnico errado. É um cidadão sério e trabalhador. Como técnico é bom. Mas quem o escolheu abdicou da chance preciosa que tinha em mãos. Porque o fiasco técnico apresentado na última Copa do Mundo dava aval para qualquer recomeço. Haveria dor maior? Não.
Ou melhor, há.
A dor da covardia e da petulância.
O Brasil já não tem mais a melhor seleção do mundo. E quem gere nosso futebol parece trabalhar para que não voltemos a ter, olhando para o desempenho recente como atípico.
Não é. Porque o trabalho raso não está somente na seleção. Está também, e principalmente, nos campeonatos disputados por aqui. São eles que fortalecem a seleção, não contrário. A seleção alemã, apenas como exemplo, tem a maioria de jogadores atuando no próprio país.
E esqueçam a ideia de que nas últimas décadas isso ficou impossível para nações sul-americanas. O Brasil de 2002, do hoje repudiado Felipão, já com supremacia financeira europeia (também) no futebol, tinha maioria dos jogadores atuando no Brasil.
Precisamos fortalecer o futebol do Brasil. O fortalecimento da seleção é consequência, não ponto de partida.
Estamos começando um novo caminho do ponto de chegada.
A tendência é que alcancemos, ao final, o ponto de partida.