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A catastrófica gestão no Botafogo

No fim da última semana, Maurício Assumpção, presidente do Botafogo, anunciou uma medida inesperada: a rescisão do contrato de quatro jogadores (Sheik, Bolívar, Edilson e Júlio César). A alegação primeira era uma “crise técnica”. Ou seja, os jogadores estariam bastante abaixo de suas capacidades. Ainda que não estivessem no auge de suas carreiras, é fácil enxergar que os quatro teriam condições de auxiliar o Botafogo na delicada reta final que […] Leia mais

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Vinicius Lordello — Esporte Executivo

Publicado em 6 de outubro de 2014 às, 18h41.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 08h18.

No fim da última semana, Maurício Assumpção, presidente do Botafogo, anunciou uma medida inesperada: a rescisão do contrato de quatro jogadores (Sheik, Bolívar, Edilson e Júlio César). A alegação primeira era uma “crise técnica”. Ou seja, os jogadores estariam bastante abaixo de suas capacidades.

Ainda que não estivessem no auge de suas carreiras, é fácil enxergar que os quatro teriam condições de auxiliar o Botafogo na delicada reta final que o clube, ameaçado de ser rebaixado, tem pela frente.

Por trás do anúncio, contudo, o real motivo pode ser outro: receio de que os quatro jogadores, líderes no elenco atual, tomassem a dianteira por um movimento de greve no clube. Isso porque há jogadores com meses de salários atrasados, além dos também inadimplentes direitos de imagem, que já começam a ultrapassar atraso de um semestre.

O presidente Maurício Assumpção, pela reação e manifestação de seus diretores, provavelmente demitiu os quatro atletas porque, pela experiência profissional e independência financeira, teriam condições de mobilizar cobranças mais fortes para o pagamento dos atrasados. Como seria um time ameaçado de rebaixamento não entrar em campo para disputar os pontos restantes em função de uma greve de seus jogadores?

Não custa perguntar: o presidente tem condições de arcar com os custos da rescisão dos contratos? Caso contrário, os contratos permanecem válidos…

Mas além da decisão estapafúrdia, o Botafogo tem colecionado demonstrações recentes de um clube que não parece sequer flertar uma gestão profissional. Os exemplos não são poucos e cito dois contundentes ocorridos no último ano:

O presidente do Botafogo, em entrevista à ESPN, confessou ter parado de pagar os impostos devidos pelo clube, por mais de um semestre, na espera da aprovação da Proforte. Simplesmente não pagar impostos deliberadamente. Antes disso, permitiu que a Telexfree, empresa com imagem bastante arranhada por questões criminais internacionalmente conhecidas, aparecesse na camisa do clube. E o anúncio ainda foi feito com orgulho. O resultado disso, previsível e lamentável: a rescisão ocorreu a fórceps, apenas quatro meses após.

Apenas dois exemplos citados superficialmente. É evidente que não se resolve um problema financeiro, nem dentro nem fora do esporte, com novas e absurdas decisões administrativas. A situação do Botafogo atual é, lamentavelmente, deplorável.

Sheik, recém dispensado, resume em seu discurso as dificuldades do clube: “Nos outros clubes em que estive, por mais que passassem por alguma dificuldade, eu nunca me senti abandonado. No Botafogo, é exatamente essa a sensação dos atletas”. Está explicado o que acontece com o Alvinegro Carioca.

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