Quem manda nas empresas?
O CEO pode ser chefe de seus colaboradores, mas ele também tem seus chefes – e muito exigentes: os clientes e os acionistas
Da Redação
Publicado em 6 de abril de 2022 às 11h00.
Por: Cris Arcangeli
Quem é o CEO? Um ser mítico, dotado de poderes absolutos, responsável por cada decisão tomada por sua empresa?
Não exatamente. Sua responsabilidade é grande, mas está sempre atrelada aos movimentos dos mercados em que a empresa atua. Mais que isso, tem que estar sempre atento às vontades de seus clientes, tem que criar e desenvolver estratégias para seduzir seus compradores. E sempre há compradores, em qualquer tipo de negócio, porque empresas produzem algo para alguém, seja um serviço, um produto, uma peça de engrenagem, seja o que for.
Sentimentos à parte - Num sistema capitalista, os comandantes das empresas não devem simplesmente se apaixonar por um produto ou por uma ideia simplesmente, sem avaliar a resposta por parte do mercado que atendem, sob o risco de pôr tudo a perder em caso de rejeição.
O CEO pode ser chefe de seus colaboradores, mas ele também tem seus chefes – e muito exigentes: os clientes e os acionistas, sejam estes detentores de grandes parcelas de ações ou os minoritários. Os acionistas precisam ser consultados e ouvidos de forma regular, seja individualmente, seja pela formação de um Conselho, em assembleias ou com o suporte de analistas de mercado.
Nos últimos anos surgiu um outro balizador dos limites do poder e das ações dos CEOs: as redes sociais, que podem fazer uma empresa crescer ou ser reprovada de uma forma que o executivo-chefe perca todo o poder e, até mesmo, seu cargo. A mídias digitais têm hoje um papel fundamental em qualquer decisão das empresas e os executivos começaram a considerar de forma muito mais próxima as reações de seus públicos.
Os chefes também precisam estabelecer uma comunicação efetiva com a média gerência e até com os funcionários de escalões mais baixos, o chamado chão de fábrica. Embora detenham um grande poder, o CEO não deve simplesmente implantar aquilo que gostaria na sua empresa. Ele precisa analisar valores, conceitos, metas e ações junto com a diretoria, que passa paras os gerentes e, estes, para as equipes. Detalhe: todo o cuidado é pouco nesta transmissão de informações, para que elas não sejam distorcidas á medida em que vão sendo repassadas.
Os CEOs muitas vezes se colocam num patamar e veem sua empresa de cima para baixo. Cuidado! Os andares inferiores podem ser bem diferentes desta visão. O presidente pensa que é uma coisa e seus executivos de médio escalão pensam que é outra.
Nas multinacionais, principalmente de origem norte-americana, os processos são mais complexos: o CEO é um representante institucional geral, enquanto os principais executivos respondem a diretores regionais. A tarefa do chefe é se estabelecer numa posição de liderança que agregue todas as equipes para que a empresa não termine sendo uma federação de diretorias, que só compartilham decisões com chefias das matrizes, prejudicando os resultados de uma operação como um todo.
As europeias valorizam a figura do CEO regional e consideram os presidentes das filiais como empreendedores locais, capazes de tomar diretamente decisões de porte diretamente com as matrizes ou com a diretoria executiva local. Embora o poder total esteja concentrado numa só pessoa, algumas medidas, como investimentos de grande porte, precisam passar pela análise de um board.
Você sabia que o tempo também pode limitar o poder de um CEO? Existem empresas onde os principais executivos recebem liberdade total de ações por parte dos acionistas, que se reúnem frequentemente com seus CEOs para discutir seus pontos de vista e acompanhar os processos. Eles têm o poder de estabelecer um prazo máximo para o CEO provar que está certo, principalmente nos casos em que o chefão ignora as opiniões dos acionistas. Se a proposta não der resultados positivos, o CEO é simplesmente demitido.
Comandar uma empresa é uma tarefa estressante a desafiadora e não é para qualquer um. Fracassos acontecem, geralmente provocados pelas reações emocionais dos CEOs, quando não conseguem lidar com tantas variáveis ou quando se imaginam num topo inatingível, depois de terem alcançado o sucesso a que se propuseram.
Mas não é assim. O público precisa gostar dos caminhos propostos pelo CEO.
O segredo para o sucesso é simples: escute o mercado e as pessoas.
Por: Cris Arcangeli
Quem é o CEO? Um ser mítico, dotado de poderes absolutos, responsável por cada decisão tomada por sua empresa?
Não exatamente. Sua responsabilidade é grande, mas está sempre atrelada aos movimentos dos mercados em que a empresa atua. Mais que isso, tem que estar sempre atento às vontades de seus clientes, tem que criar e desenvolver estratégias para seduzir seus compradores. E sempre há compradores, em qualquer tipo de negócio, porque empresas produzem algo para alguém, seja um serviço, um produto, uma peça de engrenagem, seja o que for.
Sentimentos à parte - Num sistema capitalista, os comandantes das empresas não devem simplesmente se apaixonar por um produto ou por uma ideia simplesmente, sem avaliar a resposta por parte do mercado que atendem, sob o risco de pôr tudo a perder em caso de rejeição.
O CEO pode ser chefe de seus colaboradores, mas ele também tem seus chefes – e muito exigentes: os clientes e os acionistas, sejam estes detentores de grandes parcelas de ações ou os minoritários. Os acionistas precisam ser consultados e ouvidos de forma regular, seja individualmente, seja pela formação de um Conselho, em assembleias ou com o suporte de analistas de mercado.
Nos últimos anos surgiu um outro balizador dos limites do poder e das ações dos CEOs: as redes sociais, que podem fazer uma empresa crescer ou ser reprovada de uma forma que o executivo-chefe perca todo o poder e, até mesmo, seu cargo. A mídias digitais têm hoje um papel fundamental em qualquer decisão das empresas e os executivos começaram a considerar de forma muito mais próxima as reações de seus públicos.
Os chefes também precisam estabelecer uma comunicação efetiva com a média gerência e até com os funcionários de escalões mais baixos, o chamado chão de fábrica. Embora detenham um grande poder, o CEO não deve simplesmente implantar aquilo que gostaria na sua empresa. Ele precisa analisar valores, conceitos, metas e ações junto com a diretoria, que passa paras os gerentes e, estes, para as equipes. Detalhe: todo o cuidado é pouco nesta transmissão de informações, para que elas não sejam distorcidas á medida em que vão sendo repassadas.
Os CEOs muitas vezes se colocam num patamar e veem sua empresa de cima para baixo. Cuidado! Os andares inferiores podem ser bem diferentes desta visão. O presidente pensa que é uma coisa e seus executivos de médio escalão pensam que é outra.
Nas multinacionais, principalmente de origem norte-americana, os processos são mais complexos: o CEO é um representante institucional geral, enquanto os principais executivos respondem a diretores regionais. A tarefa do chefe é se estabelecer numa posição de liderança que agregue todas as equipes para que a empresa não termine sendo uma federação de diretorias, que só compartilham decisões com chefias das matrizes, prejudicando os resultados de uma operação como um todo.
As europeias valorizam a figura do CEO regional e consideram os presidentes das filiais como empreendedores locais, capazes de tomar diretamente decisões de porte diretamente com as matrizes ou com a diretoria executiva local. Embora o poder total esteja concentrado numa só pessoa, algumas medidas, como investimentos de grande porte, precisam passar pela análise de um board.
Você sabia que o tempo também pode limitar o poder de um CEO? Existem empresas onde os principais executivos recebem liberdade total de ações por parte dos acionistas, que se reúnem frequentemente com seus CEOs para discutir seus pontos de vista e acompanhar os processos. Eles têm o poder de estabelecer um prazo máximo para o CEO provar que está certo, principalmente nos casos em que o chefão ignora as opiniões dos acionistas. Se a proposta não der resultados positivos, o CEO é simplesmente demitido.
Comandar uma empresa é uma tarefa estressante a desafiadora e não é para qualquer um. Fracassos acontecem, geralmente provocados pelas reações emocionais dos CEOs, quando não conseguem lidar com tantas variáveis ou quando se imaginam num topo inatingível, depois de terem alcançado o sucesso a que se propuseram.
Mas não é assim. O público precisa gostar dos caminhos propostos pelo CEO.
O segredo para o sucesso é simples: escute o mercado e as pessoas.