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Mais cabelo, mais autoestima: tudo graças a fita invisível que revolucionou o megahair

Luciana Oliveira criou o Lu Oliveira Big Hair Extension, que utiliza fita adesiva para quem deseja ter cabelos mais volumosos e longos

Luciana Oliveira criou o Lu Oliveira Big Hair Extension, que utiliza fita adesiva para quem deseja ter cabelos mais volumosos e longos (Divulgação)
Luciana Oliveira criou o Lu Oliveira Big Hair Extension, que utiliza fita adesiva para quem deseja ter cabelos mais volumosos e longos (Divulgação)

Neste Papo de Tubarões temos uma pessoa muito especial, uma sócia muito querida, que tem uma história linda. Eu costumo convidar empreendedores para almoçar, fazer pitchs, feiras, hot seats, para ficar perto deles, conhecer seus negócios e é sempre uma alegria. Eventualmente  acabo investindo em alguns empreendimentos, como aconteceu com a Lu Oliveira: nos conhecemos num almoço e hoje ela é minha sócia e do Leo Castelo, com um negócio ótimo. A Lu é aquele tipo de empreendedora que faz um pouquinho se transformar num montão, o tipo de pessoa que tem sangue nos olhos. Eu conheço o empreendedor pelo olho: quando brilha e mostra que a pessoa é apaixonada pelo que faz, me encanto pelo negócio.

Ela criou o Lu Oliveira Big Hair Extension, que utiliza fita adesiva, uma técnica inovadora e é uma opção prática e eficiente para quem deseja ter cabelos mais volumosos e longos, permitindo uma aplicação rápida e segura e resultado natural.

Vamos começar por uma pergunta básica: quem é a Luciana?

Sou empreendedora desde os 12 anos de idade e cheguei a fazer doces para vender e ajudar minha mãe em casa. Além disso, meu pai sempre foi muito empreendedor, trabalhava numa indústria e, quando chegava em casa, sempre inventava alguma coisa para ajudar no sustento dos quatro filhos. E ele conseguia vender tudo o que fazia. Assim, cresci com esse espírito empreendedor dentro de mim.

Sempre fui muito apaixonada por cabelos e meu sonho era trabalhar nessa área. Quando cresci, fiz um curso de cabeleireiro, pago com  o salário que eu ganhava trabalhando numa loja. Aos 22 anos consegui  meu primeiro emprego num salão de classe média alta. Eu prestava atenção na dona do salão quando ela fazia penteados, maquiagem, cortes e treinava em casa, à noite e nos fins de semana, com minha irmã e minhas cunhadas.

Estudar é muito importante, porque o mundo hoje é feito de especialistas, não dá para fazer as coisas pela metade. Quem quer crescer precisa estudar, buscar informação, mentoria, para saber o que faz e como fazer.

Até 2007 não existia curso superior para cabeleireiros e eu sentia muita falta de mais conhecimento. Quando foi criado o primeiro curso universitário dessa área, eu já tinha uma escola de cabeleireiros com 100 alunos: larguei tudo e fui para a faculdade. Acabei cursando duas faculdades: Visagismo e Estética Capilar na Cruzeiro do Sul e Visagismo e Terapia Capilar na Anhembi-Morumbi. 

Os cursos deram fundamentos para você criar o produto?

Durante esses cursos, os professores falavam muito mal das técnicas de convencionais de megahair que existiam no mercado, como a de queratina, ou de nó italiano. Nós fazíamos tratamentos, na faculdade, com algumas modelos que chegavam praticamente sem cabelos e o diagnóstico apontava que a causa era o megahair. Isso me assustou. Eu  mesma tenho o couro cabeludo muito sensível e sempre sentia dor ao usar as  técnicas que existiam na época. Resolvi buscar algo que pudesse ser aplicado na cabeça das pessoas e não fosse  prejudicial.

Depois de estar no mercado há vários anos, montei meu salão de beleza, onde atendia muitas clientes com uma técnica de megahair chamada microlink, que preenche um tufo de cabelo com um anelzinho. Mas esse tipo de aplicação precisava de muito tempo de trabalho e muitas vezes dava prejuízo, porque algumas clientes não se adaptavam, voltavam ao salão para tirar o aplique e eu tinha que devolver o dinheiro pago por elas.

Um dia, quando estava procurando um produto para uma cliente no centro de São Paulo, numa região como vários negociantes chineses, vi  uma faixa trazida da China, com cabelo sintético e um tipo de durex pendurado. Na época, eu também  trabalhava com prótese capilar masculina e vi que era a mesma fita. Pesquisei no Google sobre o produto, mas não encontrei nada sobre fita adesiva para cabelo. Resolvi desenvolver o produto: peguei cabelos tecidos, grudei na fita usada nas próteses capilares e fiz testes com  a minha irmã, em bonecas e manequins.

Ofereci para uma cliente que sempre gostava de novidades: ela se animou, mas o megahair caiu em uma semana. Mudei o método: fixei em silicone, costurei na máquina e coloquei na cabeça dela. Durou um mês. Com o tempo, o produto foi evoluindo e tomou uma proporção tão grande que acabei participando de uma feira de cosméticos, onde fui descoberta por uma produtora da Ana Maria Braga. Ela mandou o cabelo para a Ana, que gostou tanto que acabou usando nosso megahair durante um bom tempo e me chamou para o programa. Fiquei no ar durante 40 minutos e o mundo conheceu meu produto.

Hoje você  deu seu nome, Lu Oliveira Big Hair Extension, para o megahari com fita adesiva invisível, que inclusive é um sucesso de branding.

Sim. Com a mentoria entendi no que deveria investir e acabei dando meu nome para o produto, que é diferente de tudo o que existia no mercado: a fita imita a pele do couro cabeludo, como se fosse o próprio cabelo da cliente. Sempre fui muito criativa,  misturava produtos químicos para ver o resultado, aplicava em mechas de cabelo solto para ver se dava brilho, se alisava. Fiz teste até com azeite para ver se dava brilho.

Como foi depois desse sucesso na TV?

Eu sonhava em ir para a China, porque a tecnologia mais avançada dessa área vinha de lá. Realizei esse sonho na primeira viagem que fiz em busca de cabelo. Nossos primeiros produtos com a utilização da técnica de fita adesiva foram confeccionados ainda na China, a mão, fio a fio. Depois de 10 viagens desenvolvemos uma máquina que injeta a extensão e faz em 3 minutos o que levava uma hora para ser feito. Agora trouxemos esse produto para ser trabalhado em nossas unidades próprias e nas franquias que pretendemos lançar.

Há diferença entre os tipos de cabelo usados?

Eu prefiro trabalhar com cabelos humanos. Durante o desenvolvimento desse produto fui conhecendo os vários tipos de cabelo, inclusive de países como a França, Vietnam, Indonésia, Malásia.  Países como Paraguai e Uruguai, por exemplo, possuem cabelos muito parecidos com os nossos. A China mistura muitos fios, inclusive orgânicos, com o natural, para que o cabelo pese e eles possam ganhar no volume.

Tive muito prejuízo com isso, porque os fios orgânicos não têm qualidade. Mas cada degrau que subo é um aprendizado. Não foi fácil, tive muitos altos e baixos, como adaptar a cola da fita, adaptar os clientes à cola, estudar cada produto a fundo para saber em qual cliente esse produto iria se adaptar. Mas tem o lado bom: a cada reclamação, a cada crítica, eu melhorava ainda mais meu produto.

Nos conhecemos quando você foi fazer mentoria comigo e vi a oportunidade desse negócio crescer, porque hoje existe muita demanda de aumento de cabelo. E acredito mesmo que nós podemos ser os primeiros a organizar um setor ainda desorganizado.

Por isso procurei você para receber a mentoria, porque é uma pessoa que sabe direcionar as coisas.  Por exemplo, eu não tinha o meu nome como marca, ele ficava por trás e a marca era Big Hair Extension, que hoje é Lu Oliveira Big Hair Extension.  Logo vamos ter franquias com megahair de  fita invisível, próteses para quem precisar, inclusive para homens carecas ou que queiram preencher alguma falha. Nosso primeiro passo será ter salões próprios, para depois abrir franquias em todo o Brasil.

Você é uma pessoa que tem paixão pelo que faz e o que te move é resolver o problema das outras pessoas, até mesmo transformar a vida delas.  Isso é muito transparente na ação social que você faz. Fale um pouco sobre isso.

Esse foi um dos motivos pelos quais busquei sua mentoria. Muitas pacientes oncológicas me procuravam, mas não era possível colocar o megahair de fita, inclusive porque essas pessoas não teriam condições de pagar o valor de colocar cabelo na cabeça inteira. Mas eu queria ajudar porque uma das primeiras dores que a pessoa sente depois do diagnóstico oncológico, é a de perder o cabelo.

Um dia ajudei uma menina de 15 anos que morava no interior e tinha sofrido um escalpelamento quando a mãe foi tirar água do poço, a corda enroscou no cabelo dela e tirou tudo. E consegui ajudar: eu mesma costurei um topo de cabelo à máquina e doei para ela. Foi daí que comecei a colocar em prática o projeto Cabelo para Todos, que ajuda as pessoas que não têm condições de comprar uma peruca a recuperar a autoestima.

Como funciona? Você recebe doações de pessoas que cortam o cabelo?

Sim. Precisamos de no mínimo 3 a 4 cabelos de pessoas diferentes para fazer uma peça, porque o cabelo está distribuído de uma forma na cabeça das pessoas e fica mais compacto na peruca. Por isso precisamos de mais volume e o cabelo de uma só pessoa não é suficiente para fazer uma peruca.

Nosso projeto confecciona as perucas, doa para as pessoas que não têm como pagar e é muito gratificante, ver a pessoa feliz, com a autoestima renovada, porque a perda de cabelo é muito triste. Hoje as perucas têm couro cabeludo bem fininho, como se fosse o próprio cabelo saindo do couro cabeludo.