Bruno Hora: Movido a dados, tecnologia e desafio ao status quo
Bruno Hora é carioca, empresário e cofundador da INVESTSMART, uma empresa de agentes autônomos de investimento
Da Redação
Publicado em 2 de março de 2023 às 10h00.
Nosso entrevistado é o carioca Bruno Hora, empresário e cofundador da INVESTSMART, uma empresa de agentes autônomos de investimento, sediada no Rio de Janeiro, com mais de 60 unidades espalhadas pelo Brasil e mais de R$ 15 bilhões sob custódia. Em 2023 a empresa está comemorando seu 10º aniversário.
Bruno, conte como foi sua carreira até criar a INVESTSMART.
A empresa nasceu de duas dores que eu e meus sócios tivemos em nossa carreira. Nós éramos bancários e vimos que dois problemas eram bem constantes: um era o conflito de interesses, de sempre vender algo que era bom para o banco e nem sempre bom para o cliente, como metas de capitalização por exemplo. Outro éramos nós mesmos, vendo pessoas com 20, 30 anos de banco ou cargos de confiança, sendo demitidas. Daí resolvemos abrir a nossa própria empresa, a INVESTSMART, em janeiro de 2013, há exatamente 10 anos. Nós escolhemos a XP como nossa parceira.
Naquela época já existiam empresas parecidas com a nossa, mas resolvemos empreender de uma forma diversa, tanto em expansão como em prateleiras de produtos e serviços, que é o que nos diferencia dentro do mercado.
Em que momento você entendeu que o futuro está nas mãos de quem se antecipa em tendências com uma mentalidade futurista?
Para se antecipar, o melhor mecanismo é ser movido a dados, que miram naquilo que está por vir. Nós surfamos na onda da “desbancarização”, entendendo a necessidade que as pessoas sentem de ter um assessor de investimentos mais ou menos como se fosse um médico, uma pessoa próxima, que as atende por WhatsApp, que as oriente, que as entenda. Isso tudo sempre baseado em dados, que ajudam a prever o futuro, tanto de comportamento do mercado, como no entendimento do próprio mercado de investimentos
Somos eternos otimistas com relação ao Brasil por causa do brasileiro. Ele é um dos povos mais criativos, empreendedores e resilientes do mundo, que consegue vencer todas as adversidades. Quem consegue empreender no Brasil, consegue empreender em qualquer lugar do mundo, pelas dificuldades ligadas à burocracia, às alternâncias políticas, às mudanças de regras a toda hora e porque o empreendedor é muitas vezes considerado vilão, mesmo enquanto está lutando pelo seu sucesso.
Mas temos que ser otimistas. Em 10 anos de negócio, passamos várias crises internas e externas, culminando com a pandemia, mas sempre focamos na solução, no negócio, em nos adaptar rapidamente a cada momento. Isso é o nosso drive: crescer em momentos difíceis. Podemos dizer que os melhores anos da INVESTSMART foram os anos de lockdown, quando as pessoas estavam mais conservadoras, mais retraídas. Mas acreditamos e acabamos ampliando a empresa e contratando mais funcionários, mesmo durante a pandemia. Como sempre trabalhamos remotamente, estávamos bem organizados para expandir nessa que foi a maior crise da nossa geração.
Este Mindset Futurista é para poucos? Você acha que existem algunsskills, soft ou hard,necessárias para que empreendedores tenham essa visão e capacidade de se preparar concretamente para o futuro?
A mente aberta é o maior skill das pessoas futuristas. Quem cria as necessidades junto com o negócio são as pessoas que desafiam o status quo e questionam: por que sempre foi assim, tem que ser assim para sempre? Por exemplo, por que a única forma de se mover por uma cidade tem que ser de carro próprio ou táxi? Porque temos que comprar um CD em vez de poder ouvir só uma música de determinado artista?
No nosso caso específico, por que os únicos lugares para se investir teriam que ser os bancos, se todo mundo deveria poder ter liberdade de escolher onde quer investir?
Como utilizar toda a tecnologia ao nosso dispor em ferramentas para o desenvolvimento de novos mercados, voltados à solução de problemas, à sustentabilidade e à ampliação de oportunidades de conhecimento, trabalho à construção de uma sociedade mais justa?
A tecnologia passou de ferramenta para competência. Não dá mais para se esconder atrás de um cargo, de uma herança, da família ou do nepotismo. O tratamento de dados e a tecnologia servem como balizadores da meritocracia, que mostram quem está delegando mais, quem está gerando mais valor e não apenas por gênero, cor, orientação sexual. A tecnologia vê pessoas e fica mais fácil tomar decisões baseadas em meritocracia quando temos fatos e dados ao nosso dispor. É óbvio que é preciso criar mecanismos para que pessoas com uma educação menos privilegiada possam ter acesso igual às oportunidades.
O People Analytics, por exemplo, é uma forma de usar dados que tem viés no sentido de avaliar o quanto a pessoa é engajada, é dedicada e bem vista na empresa. Na INVESTSMART temos uma pesquisa sobre qual a pessoa que cada um mais gosta na empresa. Isso é uma maneira de usar a tecnologia como uma ferramenta de equidade na base da meritocracia. Os dados não mostram se é homem, mulher ou os sobrenomes. Só mostram se a pessoa é boa, se é do bem e porque merece estar lá.
Num seminário que fizemos por coincidência, no Dia da Mulher, acabamos descobrindo que temos mais mulheres que homens em cargos de liderança na nossa matriz. Naturalmente somos muito diversos em termos de pessoal, simplesmente porque damos oportunidades iguais para todo mundo e não somente para determinados grupos.
Qual a importância você dá ao compartilhamento de conhecimentos e experiências com novos empreendedores, como acontecerá no Imersão Centurion?
Esta é a segunda vez que participo do evento e acredito que o conhecimento é uma das poucas coisas que ninguém consegue tirar de você. Uma vez adquirido, é seu para sempre e ninguém toma. Eu, particularmente, tenho mais prazer e propósito no legado, no impacto que estamos causando do que em qualquer indicador financeiro. Por isso, tentar compartilhar conhecimento é muito gratificante e uma das coisas que mais me movem. E tentar aprender é ótimo, principalmente quando podemos aprender com experiências de grandes empresários e compilar em poucas horas um aprendizado que levaria vários anos.
Nosso entrevistado é o carioca Bruno Hora, empresário e cofundador da INVESTSMART, uma empresa de agentes autônomos de investimento, sediada no Rio de Janeiro, com mais de 60 unidades espalhadas pelo Brasil e mais de R$ 15 bilhões sob custódia. Em 2023 a empresa está comemorando seu 10º aniversário.
Bruno, conte como foi sua carreira até criar a INVESTSMART.
A empresa nasceu de duas dores que eu e meus sócios tivemos em nossa carreira. Nós éramos bancários e vimos que dois problemas eram bem constantes: um era o conflito de interesses, de sempre vender algo que era bom para o banco e nem sempre bom para o cliente, como metas de capitalização por exemplo. Outro éramos nós mesmos, vendo pessoas com 20, 30 anos de banco ou cargos de confiança, sendo demitidas. Daí resolvemos abrir a nossa própria empresa, a INVESTSMART, em janeiro de 2013, há exatamente 10 anos. Nós escolhemos a XP como nossa parceira.
Naquela época já existiam empresas parecidas com a nossa, mas resolvemos empreender de uma forma diversa, tanto em expansão como em prateleiras de produtos e serviços, que é o que nos diferencia dentro do mercado.
Em que momento você entendeu que o futuro está nas mãos de quem se antecipa em tendências com uma mentalidade futurista?
Para se antecipar, o melhor mecanismo é ser movido a dados, que miram naquilo que está por vir. Nós surfamos na onda da “desbancarização”, entendendo a necessidade que as pessoas sentem de ter um assessor de investimentos mais ou menos como se fosse um médico, uma pessoa próxima, que as atende por WhatsApp, que as oriente, que as entenda. Isso tudo sempre baseado em dados, que ajudam a prever o futuro, tanto de comportamento do mercado, como no entendimento do próprio mercado de investimentos
Somos eternos otimistas com relação ao Brasil por causa do brasileiro. Ele é um dos povos mais criativos, empreendedores e resilientes do mundo, que consegue vencer todas as adversidades. Quem consegue empreender no Brasil, consegue empreender em qualquer lugar do mundo, pelas dificuldades ligadas à burocracia, às alternâncias políticas, às mudanças de regras a toda hora e porque o empreendedor é muitas vezes considerado vilão, mesmo enquanto está lutando pelo seu sucesso.
Mas temos que ser otimistas. Em 10 anos de negócio, passamos várias crises internas e externas, culminando com a pandemia, mas sempre focamos na solução, no negócio, em nos adaptar rapidamente a cada momento. Isso é o nosso drive: crescer em momentos difíceis. Podemos dizer que os melhores anos da INVESTSMART foram os anos de lockdown, quando as pessoas estavam mais conservadoras, mais retraídas. Mas acreditamos e acabamos ampliando a empresa e contratando mais funcionários, mesmo durante a pandemia. Como sempre trabalhamos remotamente, estávamos bem organizados para expandir nessa que foi a maior crise da nossa geração.
Este Mindset Futurista é para poucos? Você acha que existem algunsskills, soft ou hard,necessárias para que empreendedores tenham essa visão e capacidade de se preparar concretamente para o futuro?
A mente aberta é o maior skill das pessoas futuristas. Quem cria as necessidades junto com o negócio são as pessoas que desafiam o status quo e questionam: por que sempre foi assim, tem que ser assim para sempre? Por exemplo, por que a única forma de se mover por uma cidade tem que ser de carro próprio ou táxi? Porque temos que comprar um CD em vez de poder ouvir só uma música de determinado artista?
No nosso caso específico, por que os únicos lugares para se investir teriam que ser os bancos, se todo mundo deveria poder ter liberdade de escolher onde quer investir?
Como utilizar toda a tecnologia ao nosso dispor em ferramentas para o desenvolvimento de novos mercados, voltados à solução de problemas, à sustentabilidade e à ampliação de oportunidades de conhecimento, trabalho à construção de uma sociedade mais justa?
A tecnologia passou de ferramenta para competência. Não dá mais para se esconder atrás de um cargo, de uma herança, da família ou do nepotismo. O tratamento de dados e a tecnologia servem como balizadores da meritocracia, que mostram quem está delegando mais, quem está gerando mais valor e não apenas por gênero, cor, orientação sexual. A tecnologia vê pessoas e fica mais fácil tomar decisões baseadas em meritocracia quando temos fatos e dados ao nosso dispor. É óbvio que é preciso criar mecanismos para que pessoas com uma educação menos privilegiada possam ter acesso igual às oportunidades.
O People Analytics, por exemplo, é uma forma de usar dados que tem viés no sentido de avaliar o quanto a pessoa é engajada, é dedicada e bem vista na empresa. Na INVESTSMART temos uma pesquisa sobre qual a pessoa que cada um mais gosta na empresa. Isso é uma maneira de usar a tecnologia como uma ferramenta de equidade na base da meritocracia. Os dados não mostram se é homem, mulher ou os sobrenomes. Só mostram se a pessoa é boa, se é do bem e porque merece estar lá.
Num seminário que fizemos por coincidência, no Dia da Mulher, acabamos descobrindo que temos mais mulheres que homens em cargos de liderança na nossa matriz. Naturalmente somos muito diversos em termos de pessoal, simplesmente porque damos oportunidades iguais para todo mundo e não somente para determinados grupos.
Qual a importância você dá ao compartilhamento de conhecimentos e experiências com novos empreendedores, como acontecerá no Imersão Centurion?
Esta é a segunda vez que participo do evento e acredito que o conhecimento é uma das poucas coisas que ninguém consegue tirar de você. Uma vez adquirido, é seu para sempre e ninguém toma. Eu, particularmente, tenho mais prazer e propósito no legado, no impacto que estamos causando do que em qualquer indicador financeiro. Por isso, tentar compartilhar conhecimento é muito gratificante e uma das coisas que mais me movem. E tentar aprender é ótimo, principalmente quando podemos aprender com experiências de grandes empresários e compilar em poucas horas um aprendizado que levaria vários anos.