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O melhor investimento… mas para quem?

Nos anos 2000 uma famosa campanha publicitaria de uma corretora de ações americana, alertava para um dos maiores (e mais escondidos) perigos existentes para os investidores do mercado financeiro. A peça dizia: “quando seu corretor te falar que tem o melhor investimento para seu dinheiro, nunca esqueça de perguntar se é o melhor para você… […]

(Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas)
DR

Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2016 às 11h04.

Última atualização em 22 de junho de 2017 às 18h09.

Nos anos 2000 uma famosa campanha publicitaria de uma corretora de ações americana, alertava para um dos maiores (e mais escondidos) perigos existentes para os investidores do mercado financeiro. A peça dizia: “quando seu corretor te falar que tem o melhor investimento para seu dinheiro, nunca esqueça de perguntar se é o melhor para você… ou para ele”. A campanha fez um sucesso enorme. E a corretora em pouco tempo se tornou a número um dos Estados Unidos.

O mercado financeiro tenta de qualquer maneira esconder este conflito de interesse: o fato de quase todas empresas remunerarem seus funcionários com um percentual do lucro que ganham na venda seus produtos. Ora, o raciocínio é simples. Produtos com muita demanda, simples e com baixíssimo risco pagam comissões pequenas. Claro, afinal, precisam de pouco esforço de convencimento para serem vendidos. Já os produtos de maior risco, complexos e com pouca demanda tem margens muito maiores. Com uma remuneração diretamente ligada a estas margens, quais produtos vocês acham que os consultores escolhem para vender aos seus clientes? Acertou se disse os mais arriscados e confusos…

Isso sem falar nos casos onde as metas impostas aos consultores e gerentes exigem a venda destes produtos de alta margem para que sua remuneração atinja um nível maior. O resultado disso? Milhões de brasileiros lotados de títulos de capitalização, seguros desnecessários, cartões de crédito a mais, COEs e tantos outros produtos totalmente inadequados para que atinjam os resultados que gostariam.

A solução seria informar. Mas isso é tudo que os bancos nunca farão. O dinheiro que poderia ser gasto nessas iniciativas é destinado para propagandas que têm a intenção de cada vez deixar o investidor mais cego e desinformado. É por isso que sempre falo: o maior imposto pago pelos brasileiros não é o de renda, de serviços ou o sindical. É o da ignorância, patrocinada e incentivada por aqueles que se vendem como soluções para a vida financeira das pessoas.

EDUARDO-MOREIRA-credito-coluna

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Nos anos 2000 uma famosa campanha publicitaria de uma corretora de ações americana, alertava para um dos maiores (e mais escondidos) perigos existentes para os investidores do mercado financeiro. A peça dizia: “quando seu corretor te falar que tem o melhor investimento para seu dinheiro, nunca esqueça de perguntar se é o melhor para você… ou para ele”. A campanha fez um sucesso enorme. E a corretora em pouco tempo se tornou a número um dos Estados Unidos.

O mercado financeiro tenta de qualquer maneira esconder este conflito de interesse: o fato de quase todas empresas remunerarem seus funcionários com um percentual do lucro que ganham na venda seus produtos. Ora, o raciocínio é simples. Produtos com muita demanda, simples e com baixíssimo risco pagam comissões pequenas. Claro, afinal, precisam de pouco esforço de convencimento para serem vendidos. Já os produtos de maior risco, complexos e com pouca demanda tem margens muito maiores. Com uma remuneração diretamente ligada a estas margens, quais produtos vocês acham que os consultores escolhem para vender aos seus clientes? Acertou se disse os mais arriscados e confusos…

Isso sem falar nos casos onde as metas impostas aos consultores e gerentes exigem a venda destes produtos de alta margem para que sua remuneração atinja um nível maior. O resultado disso? Milhões de brasileiros lotados de títulos de capitalização, seguros desnecessários, cartões de crédito a mais, COEs e tantos outros produtos totalmente inadequados para que atinjam os resultados que gostariam.

A solução seria informar. Mas isso é tudo que os bancos nunca farão. O dinheiro que poderia ser gasto nessas iniciativas é destinado para propagandas que têm a intenção de cada vez deixar o investidor mais cego e desinformado. É por isso que sempre falo: o maior imposto pago pelos brasileiros não é o de renda, de serviços ou o sindical. É o da ignorância, patrocinada e incentivada por aqueles que se vendem como soluções para a vida financeira das pessoas.

EDUARDO-MOREIRA-credito-coluna

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