O caminho mais rápido para o primeiro milhão
Em uma de minhas últimas palestras sobre investimentos, usei como exemplo de potenciais milionários um casal de namorados moradores de rua em São Paulo. Em minha fictícia história, ambos eram exímios malabaristas com bolinhas de tênis e, exibindo-se nos faróis de trânsito da cidade, ganhavam de 90 a 100 reais por dia. Quando completaram 15 […]
Da Redação
Publicado em 29 de abril de 2016 às 11h12.
Última atualização em 22 de junho de 2017 às 18h25.
Em uma de minhas últimas palestras sobre investimentos, usei como exemplo de potenciais milionários um casal de namorados moradores de rua em São Paulo. Em minha fictícia história, ambos eram exímios malabaristas com bolinhas de tênis e, exibindo-se nos faróis de trânsito da cidade, ganhavam de 90 a 100 reais por dia. Quando completaram 15 anos, decidiram que poupariam, cada um, 30 reais por dia, num fundo de investimentos que rendesse próximo à taxa básica de juro da economia, hoje superior a 14%. Qual foi a surpresa da plateia ao descobrir que, ao completarem 30 anos de idade, ainda cheios de vida e juventude, aqueles meninos carentes se tornariam, como casal, milionários! Algo que a maioria dos presentes, formada nas melhores universidades do país, não havia ainda alcançado. Fruto de seu trabalho, de sua disciplina como poupadores e do poderoso efeito dos juros compostos.
Passado o espanto inicial da história, começaram os questionamentos: “Mas você não está descontando a inflação”, “Os juros não estarão sempre nesse patamar”, “Você não considerou o imposto de renda sobre esses rendimentos”. Os questionamentos, em parte, fazem sentido. Apenas em parte, porém. Quanto aos impostos, existem investimentos que rendem algo próximo da taxa CDI e são isentos para pessoas físicas. A inflação não foi descontada, mas imagina-se que o que receberão também será reajustado pela inflação, revertendo parte desse efeito. Os juros podem vir a estar abaixo, mas também podem estar acima dos níveis atuais no futuro. E as pessoas que adotam o hábito da poupança tendem a poupar cada vez mais, e não menos, fazendo com que todos esses efeitos sejam anulados pelos depósitos cada vez maiores por parte do casal poupador. Por fim, ouvi a colocação que tinha tudo para ser matadora por parte de um dos participantes: “A história até faz sentido, mas já cortei tudo que podia em casa e não tenho de onde tirar mais um centavo para poupar”. Será mesmo?
Imagine se lhe dissessem que, a partir de amanhã, você teria de conviver com metade do consumo de água que tem hoje. Foi o que o governo de São Paulo ameaçou fazer caso a estiagem de 2014 se prolongasse. A população se desesperou. A ideia de ter água apenas em dias alternados parecia tornar a vida impossível. Finalmente, as chuvas apareceram e o governo disse que o racionamento não seria mais necessário. Mentira! Apesar de poucos saberem (as informações são públicas, estão no site da Sabesp), os paulistas tiveram o abastecimento de água cortado em 50% em 2015! O racionamento tão temido aconteceu. Só que, em vez de cortarem a água em dias alternados, cortaram ao longo dos dias, todos os dias! E a vida seguiu. Uma adaptação aqui, outra acolá, mas todos sobreviveram. E, sem perceber, passaram a economizar todos os meses um valor que possivelmente não achavam que tinham à sua disposição.
Serve de lição. Podemos extrapolar o exemplo acima para diversos outros custos que temos em nossa vida. A verdade é que estamos rodeados de gastos com coisas que não fazem tanta diferença em nossa vida como imaginamos. Viver sem elas muda pouco ou nada nossos dias. Mas pode mudar radicalmente nosso futuro. E nos tornar independentes financeiramente muito antes do que jamais imaginamos.
Em uma de minhas últimas palestras sobre investimentos, usei como exemplo de potenciais milionários um casal de namorados moradores de rua em São Paulo. Em minha fictícia história, ambos eram exímios malabaristas com bolinhas de tênis e, exibindo-se nos faróis de trânsito da cidade, ganhavam de 90 a 100 reais por dia. Quando completaram 15 anos, decidiram que poupariam, cada um, 30 reais por dia, num fundo de investimentos que rendesse próximo à taxa básica de juro da economia, hoje superior a 14%. Qual foi a surpresa da plateia ao descobrir que, ao completarem 30 anos de idade, ainda cheios de vida e juventude, aqueles meninos carentes se tornariam, como casal, milionários! Algo que a maioria dos presentes, formada nas melhores universidades do país, não havia ainda alcançado. Fruto de seu trabalho, de sua disciplina como poupadores e do poderoso efeito dos juros compostos.
Passado o espanto inicial da história, começaram os questionamentos: “Mas você não está descontando a inflação”, “Os juros não estarão sempre nesse patamar”, “Você não considerou o imposto de renda sobre esses rendimentos”. Os questionamentos, em parte, fazem sentido. Apenas em parte, porém. Quanto aos impostos, existem investimentos que rendem algo próximo da taxa CDI e são isentos para pessoas físicas. A inflação não foi descontada, mas imagina-se que o que receberão também será reajustado pela inflação, revertendo parte desse efeito. Os juros podem vir a estar abaixo, mas também podem estar acima dos níveis atuais no futuro. E as pessoas que adotam o hábito da poupança tendem a poupar cada vez mais, e não menos, fazendo com que todos esses efeitos sejam anulados pelos depósitos cada vez maiores por parte do casal poupador. Por fim, ouvi a colocação que tinha tudo para ser matadora por parte de um dos participantes: “A história até faz sentido, mas já cortei tudo que podia em casa e não tenho de onde tirar mais um centavo para poupar”. Será mesmo?
Imagine se lhe dissessem que, a partir de amanhã, você teria de conviver com metade do consumo de água que tem hoje. Foi o que o governo de São Paulo ameaçou fazer caso a estiagem de 2014 se prolongasse. A população se desesperou. A ideia de ter água apenas em dias alternados parecia tornar a vida impossível. Finalmente, as chuvas apareceram e o governo disse que o racionamento não seria mais necessário. Mentira! Apesar de poucos saberem (as informações são públicas, estão no site da Sabesp), os paulistas tiveram o abastecimento de água cortado em 50% em 2015! O racionamento tão temido aconteceu. Só que, em vez de cortarem a água em dias alternados, cortaram ao longo dos dias, todos os dias! E a vida seguiu. Uma adaptação aqui, outra acolá, mas todos sobreviveram. E, sem perceber, passaram a economizar todos os meses um valor que possivelmente não achavam que tinham à sua disposição.
Serve de lição. Podemos extrapolar o exemplo acima para diversos outros custos que temos em nossa vida. A verdade é que estamos rodeados de gastos com coisas que não fazem tanta diferença em nossa vida como imaginamos. Viver sem elas muda pouco ou nada nossos dias. Mas pode mudar radicalmente nosso futuro. E nos tornar independentes financeiramente muito antes do que jamais imaginamos.