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A maior aberração da economia brasileira

Segundo os economistas do PT, baixar significativamente o juro seria um passo importante para colocar o Brasil nos eixos. O único motivo para a prática de juros considerados aberrantes é atender os objetivos de uma classe poderosa de “rentistas”. Uma canetada que reduzisse as transferências a esse grupo desataria o nó fiscal, abrindo caminho para […]

CONSUMO: uma fonte de erro foi a pouca – ou nenhuma – importância dada à dinâmica de preços que se segue à ruptura de uma bolha de consumo gerada pelo excesso de crédito na economia / Marcelo Correa/EXAME.com (Marcelo Correa/Exame)
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Da Redação

Publicado em 18 de abril de 2016 às 13h27.

Última atualização em 22 de junho de 2017 às 18h38.

Segundo os economistas do PT, baixar significativamente o juro seria um passo importante para colocar o Brasil nos eixos. O único motivo para a prática de juros considerados aberrantes é atender os objetivos de uma classe poderosa de “rentistas”. Uma canetada que reduzisse as transferências a esse grupo desataria o nó fiscal, abrindo caminho para a economia avançar.

No último artigo, mostrei que essa história enfrenta um problema quando confrontada à realidade. Descontando-se impostos e inflação, observa-se que os tais “rentistas” auferiram ganho modesto nos últimos anos. A pegadinha é a leniência do governo com uma taxa de inflação elevada que corrói a rentabilidade média dos títulos públicos.

A base de dados do FMI traz informações completas de 2015 para 32 das 50 maiores economias. Nestes países, a taxa de juro básica variou, em 80% dos casos, entre zero e 7,5%. O juro brasileiro, de 13,5%, realmente parece elevado nesta comparação. No entanto, os países que praticaram taxas de juros “normais” registraram inflação média de 1,9%. A inflação brasileira, de 10,7%, só não foi maior do que a da Rússia (12,9%).

Não é coincidência, portanto, que Brasil e Rússia tenham registrado as duas maiores taxas nominais de juros. Quando se leva em conta a inflação, o juro brasileiro é maior do que a média, mas dentro do que pode ser considerada uma região de normalidade. Por exemplo, temos juro real parecido com o da Tailândia e menor do que o da Indonésia. Pelo que sei ninguém reclama dos “rentistas” nesses países.

O juro parece elevado antes de se levar em conta a inflação, mas praticamente desaparece quando o efeito é considerado. E é justamente aí que reside a jabuticaba. Basta olhar a inflação dos demais países para constatar como o problema é sério no Brasil.

No ano passado, a inflação brasileira esteve entre as 30 maiores de um total de quase 200 países. Fazemos parte de um seleto grupo que inclui nações miseráveis, como Malawi e Serra Leoa, conflituosos, como Ucrânia, Líbia e Egito, alvo de sanções, como Rússia e Irã e, como não poderia deixar de ser, governados pela tigrada “progressista”, como Argentina e Venezuela.

A inflação brasileira é consistentemente elevada, não fruto de eventos particulares que causam desvios temporários. É o resultado esperado das escolhas inconsistentes de um governo populista.

celosnovo

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Segundo os economistas do PT, baixar significativamente o juro seria um passo importante para colocar o Brasil nos eixos. O único motivo para a prática de juros considerados aberrantes é atender os objetivos de uma classe poderosa de “rentistas”. Uma canetada que reduzisse as transferências a esse grupo desataria o nó fiscal, abrindo caminho para a economia avançar.

No último artigo, mostrei que essa história enfrenta um problema quando confrontada à realidade. Descontando-se impostos e inflação, observa-se que os tais “rentistas” auferiram ganho modesto nos últimos anos. A pegadinha é a leniência do governo com uma taxa de inflação elevada que corrói a rentabilidade média dos títulos públicos.

A base de dados do FMI traz informações completas de 2015 para 32 das 50 maiores economias. Nestes países, a taxa de juro básica variou, em 80% dos casos, entre zero e 7,5%. O juro brasileiro, de 13,5%, realmente parece elevado nesta comparação. No entanto, os países que praticaram taxas de juros “normais” registraram inflação média de 1,9%. A inflação brasileira, de 10,7%, só não foi maior do que a da Rússia (12,9%).

Não é coincidência, portanto, que Brasil e Rússia tenham registrado as duas maiores taxas nominais de juros. Quando se leva em conta a inflação, o juro brasileiro é maior do que a média, mas dentro do que pode ser considerada uma região de normalidade. Por exemplo, temos juro real parecido com o da Tailândia e menor do que o da Indonésia. Pelo que sei ninguém reclama dos “rentistas” nesses países.

O juro parece elevado antes de se levar em conta a inflação, mas praticamente desaparece quando o efeito é considerado. E é justamente aí que reside a jabuticaba. Basta olhar a inflação dos demais países para constatar como o problema é sério no Brasil.

No ano passado, a inflação brasileira esteve entre as 30 maiores de um total de quase 200 países. Fazemos parte de um seleto grupo que inclui nações miseráveis, como Malawi e Serra Leoa, conflituosos, como Ucrânia, Líbia e Egito, alvo de sanções, como Rússia e Irã e, como não poderia deixar de ser, governados pela tigrada “progressista”, como Argentina e Venezuela.

A inflação brasileira é consistentemente elevada, não fruto de eventos particulares que causam desvios temporários. É o resultado esperado das escolhas inconsistentes de um governo populista.

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