Precisar não precisa, mas…
Embora não usufrua de tudo no carro, ninguém abre mão do desejo de ter tudo
Guilherme Dearo
Publicado em 24 de janeiro de 2020 às 08h00.
Última atualização em 24 de janeiro de 2020 às 09h00.
Sejamos sinceros: nós, motoristas ou passageiros de carros super-mega-híper cheios de pose, equipados, recheados de acessórios e recursos, usamos, mesmo!, toda aquela parafernália eletrônica em favor do desempenho, do bem-estar, do entretenimento, da segurança? Mais: faz tanta diferença assim estar em determinado modelo, imponente, no lugar de outro, discreto?
A resposta é não e sim! Senão, vejamos algumas questões…
Escolhemos um carro porque ele é mais potente, mas, na prática, temos onde utilizar essa fúria do motor e, mais importante do que isso, podemos botar para quebrar, sendo que o limite de velocidade permitido no Brasil é de 120 km/h?
Acho que não, mas é desafiador saber que, na hipótese de ter à mão um dos Porsche 911 Speedster da foto (um novo ou clássico, tanto faz), por exemplo, estaremos prontos para acelerar!
Sob o argumento de que são mais seguros, valentes, pau para toda obra, os SUVs estão deixando para trás peruas, hatchs, sedãs, cupês e afins. Quantos motoristas largam o asfalto e realmente colocam seu brinquedinho invocado na lama, enfrentam terrenos inóspitos, atravessam riachos, sobem montanha?
Poucos, a bem da verdade, mas é seguro saber que, se e quando quisermos brincar de fazer safari, não ficaremos a pé…
Por que escolhemos um modelo médio ou grande, que ocupa mais espaço nas ruas, é mais difícil de estacionar, se o carro irá servir a uma ou no máximo duas pessoas?
Porque é, digamos, confortável saber que, se e quando precisamos de espaço, não ficaremos encolhidos!
O apelo tecnológico é um dos maiores atrativos para o comprador, desde os modelos mais básicos até os mais sofisticados. Salvo a sincronização do celular com o sistema de conectividade do carro, quem realmente tem disposição de decifrar todos aquelas comandos, que muitas vezes aparem uma cabine de avião?
Poucos, alguns, mas é bom saber que, se e quando quisermos brincar, estaremos aptos!
A escolha da cor do carro por parte do comprador tende a obedecer a uma lógica comercial ultrapassada. Os tons mais sóbrios são tidos como melhores aceitos em uma futura revenda. Com o fim da era em que os automóveis eram reserva de valor, uma espécie de poupança, vale a pena abrir mão de circular pelas vias com uma “roupa” mais alegre, que o deixará mais feliz, sendo que o bem vai desvalorizar mesmo, seja lá qual for a sua cor?
Não, mas é prudente saber que, se e quando precisarmos abrir mão do bem, estaremos prontos para perder menos!
E por aí vai…
Tudo isso para dizer que, sim, sabemos, carro é sonho, desejo, fantasia e uma série de aspectos subjetivos. Mas também é racionalidade, sensatez e outra série de aspectos objetivos. Quando se consegue conciliar estes dois pontos, é o melhor dos mundos.
Chico Barbosa é jornalista, escritor e editor da CBNEWS.Instagram: @chico.barbosa
Sejamos sinceros: nós, motoristas ou passageiros de carros super-mega-híper cheios de pose, equipados, recheados de acessórios e recursos, usamos, mesmo!, toda aquela parafernália eletrônica em favor do desempenho, do bem-estar, do entretenimento, da segurança? Mais: faz tanta diferença assim estar em determinado modelo, imponente, no lugar de outro, discreto?
A resposta é não e sim! Senão, vejamos algumas questões…
Escolhemos um carro porque ele é mais potente, mas, na prática, temos onde utilizar essa fúria do motor e, mais importante do que isso, podemos botar para quebrar, sendo que o limite de velocidade permitido no Brasil é de 120 km/h?
Acho que não, mas é desafiador saber que, na hipótese de ter à mão um dos Porsche 911 Speedster da foto (um novo ou clássico, tanto faz), por exemplo, estaremos prontos para acelerar!
Sob o argumento de que são mais seguros, valentes, pau para toda obra, os SUVs estão deixando para trás peruas, hatchs, sedãs, cupês e afins. Quantos motoristas largam o asfalto e realmente colocam seu brinquedinho invocado na lama, enfrentam terrenos inóspitos, atravessam riachos, sobem montanha?
Poucos, a bem da verdade, mas é seguro saber que, se e quando quisermos brincar de fazer safari, não ficaremos a pé…
Por que escolhemos um modelo médio ou grande, que ocupa mais espaço nas ruas, é mais difícil de estacionar, se o carro irá servir a uma ou no máximo duas pessoas?
Porque é, digamos, confortável saber que, se e quando precisamos de espaço, não ficaremos encolhidos!
O apelo tecnológico é um dos maiores atrativos para o comprador, desde os modelos mais básicos até os mais sofisticados. Salvo a sincronização do celular com o sistema de conectividade do carro, quem realmente tem disposição de decifrar todos aquelas comandos, que muitas vezes aparem uma cabine de avião?
Poucos, alguns, mas é bom saber que, se e quando quisermos brincar, estaremos aptos!
A escolha da cor do carro por parte do comprador tende a obedecer a uma lógica comercial ultrapassada. Os tons mais sóbrios são tidos como melhores aceitos em uma futura revenda. Com o fim da era em que os automóveis eram reserva de valor, uma espécie de poupança, vale a pena abrir mão de circular pelas vias com uma “roupa” mais alegre, que o deixará mais feliz, sendo que o bem vai desvalorizar mesmo, seja lá qual for a sua cor?
Não, mas é prudente saber que, se e quando precisarmos abrir mão do bem, estaremos prontos para perder menos!
E por aí vai…
Tudo isso para dizer que, sim, sabemos, carro é sonho, desejo, fantasia e uma série de aspectos subjetivos. Mas também é racionalidade, sensatez e outra série de aspectos objetivos. Quando se consegue conciliar estes dois pontos, é o melhor dos mundos.
Chico Barbosa é jornalista, escritor e editor da CBNEWS.Instagram: @chico.barbosa