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Orçamento do plano de segurança vira batata quente do governo

Ministérios e Palácio do Planalto não respondem quanto será investido no pacote e nem quem assumirá o custeio das medidas

Presidente Michel Temer durante reunião sobre Segurança

 (Beto Barata/PR/Divulgação)
Presidente Michel Temer durante reunião sobre Segurança (Beto Barata/PR/Divulgação)
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Brasília em Pauta

Publicado em 18 de janeiro de 2017 às, 19h06.

Última atualização em 18 de janeiro de 2017 às, 21h58.

Brasília - O avanço da crise penitenciária pressionou o governo federal para tirar o plano nacional de segurança do papel. Contudo, o projeto, apresentado às pressas, permanece com lacunas e perguntas sem respostas: qual será o orçamento global desse plano? Quem assumirá os gastos? Como os estados assumirão responsabilidade sobre os gastos diante da situação financeira delicada que enfrentam?

Essa última questão, por exemplo, colocaria a renegociação das dívidas dos Estados com a União de volta aos holofotes. Como os governadores poderiam assumir parte dos gastos do plano de segurança se batalharam para aprovar no Congresso a renegociação da dívidas sem cumprir as contrapartidas exigidas pela União?

O Brasília em Pauta foi atrás dessas respostas. A novela começou aí. Foram procurados os Ministérios da Justiça, da Defesa, do Planejamento e a assessoria de comunicação do Palácio do Planalto.

O diagnóstico é que o orçamento do plano nacional de segurança pública virou uma verdadeira “batata quente” entre os órgãos do governo. Nenhuma pasta respondeu aos questionamentos da reportagem, todos recomendaram que outro ministério fosse procurado.

A última resposta veio da equipe de comunicação do presidente Michel Temer (PMDB), que afirma que os Ministérios da Defesa e da Justiça deveriam responder as perguntas do blog. Os assessores de imprensa das pastas foram colocados em cópia no e-mail. Até o momento em que esse post foi publicado, nenhum deles respondeu aos questionamentos.

A movimentação do governo é intensa quando o tema é crise penitenciária.  As reuniões entre Temer, governadores e o ministro Alexandre de Moraes (Justiça) continuam, mas ninguém quis (até o momento) falar sobre orçamento – tema imprescindível para um país em plena crise econômica.