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USP cria seu primeiro centro de pesquisas com maconha

O canabidiol, um dos compostos da planta, vai ser testado em mais de 100 crianças e adolescentes com casos graves de epilepsia. E é só o começo

Centro de Pesquisas em Canabinoides será responsabilidade da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto em parceria com a farmacêutica Prati-Donaduzzi (OpenRangeStock/Thinkstock)
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Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2017 às 14h36.

Última atualização em 3 de fevereiro de 2017 às 14h45.

A Universidade de São Paulo anunciou que vai inaugurar seu primeiro centro de pesquisas especializado em maconha. A ideia é reunir todos os pesquisadores do campus de Ribeirão Preto que investigam o potencial medicinal dos derivados da planta – alguns, há mais de 30 anos.

O foco principal é o canabidiol (CBD), um dos canabinoides mais famosos por aqui. Isso porque ele virou notícia quando famílias brasileiras começaram a tentar importar suplementos com a substância para tratar pacientes com formas graves de epilepsia, que não respondem aos tratamentos convencionais.

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A Anvisa precisou começar a emitir autorizações especiais de importação, até finalmente tirar o CBD da lista de substâncias proscritas – hoje ela é considerada “de uso controlado”, como os antidepressivos.

O Centro de Pesquisas em Canabinoides será responsabilidade da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto em parceria com a farmacêutica Prati-Donaduzzi.

O primeiro estudo clínico já aprovado vai ser feito com mais de 120 crianças e adolescentes que têm epilepsia e não melhoraram com medicamentos tradicionais.

Esse é o primeiro requisito para descobrir se, de fato, o canabidiol é seguro e eficaz o suficiente para virar um medicamento e, quem sabe, ir parar nas farmácias brasileiras.

Mas não adianta se animar por motivos “recreativos”: o CBD, isolado, não dá barato – a substância responsável por isso, na maconha, é o TCH.

A criação de um centro especializado pode ajudar a pesquisa brasileira a ir além da duplinha CBD e a epilepsia: com a estrutura da universidade, os cientistas vão poder explorar outros dos mais de 400 canabinoides presentes na maconha – além de testar o potencial do próprio canabidiol para doenças que carecem de tratamentos mais efetivos, como Parkinson, a esquizofrenia e até o câncer.

Este conteúdo foi originalmente publicado na Superinteressante.

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