Ciência

Universidade israelense revela nova coleção de manuscritos de Einstein

"A nova coleção joga luz sobre o cientista e o homem após a ciência", afirmou a instituição que Einstein ajudou a fundar

Albert Einstein: em uma carta de 1935 ele demonstra ao filho, Hans Albert, inquietação com deterioração da situação da Europa e com a ascensão do partido nazista (./AFP)

Albert Einstein: em uma carta de 1935 ele demonstra ao filho, Hans Albert, inquietação com deterioração da situação da Europa e com a ascensão do partido nazista (./AFP)

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EFE

Publicado em 6 de março de 2019 às 16h20.

Jerusalém, 6 mar (EFE).- A Universidade Hebraica de Jerusalém revelou nesta quarta-feira 110 páginas de manuscritos originais, alguns deles inéditos, do físico alemão Albert Einstein, que incluem reflexões que ele enviou ao filho durante a época da Alemanha nazista e anotações sobre a chamada "Teoria de Tudo".

"A nova coleção joga luz sobre o cientista e o homem após a ciência", afirmou a instituição que Einstein ajudou a fundar e que preserva seus manuscritos pessoais e científicos.

Entre os documentos há 84 folhas com operações matemáticas datadas entre 1944 e 1948, que dão, segundo a universidade, uma visão direta e inédita sobre o trabalho de uma das mentes mais criativas da história da ciência.

Os manuscritos também incluem um apêndice inédito de um artigo científico sobre a teoria unificada que Einstein apresentou à Academia da Ciência Prussiana em 1930. Para a Universidade Hebraica de Jerusalém, essa foi mais uma das várias tentativas do físico de unificar as forças da natureza em uma única teoria.

Além disso, há uma carta escrita por Einstein em 1935, na qual ele demonstra ao filho, Hans Albert, que então vivia na Suíça, inquietação com deterioração da situação da Europa e com a ascensão do partido nazista, antecipando os acontecimentos que se seguiriam.

"Li com certa apreensão que há bastante movimento na Suíça, instigado pelos bandidos alemães. Mas acredito que inclusive na Alemanha as coisas estão começando a mudar lentamente. Esperamos que não tenhamos uma guerra na Europa primeiro... O resto da Europa começa finalmente a levar a coisa seriamente, especialmente os britânicos", expôs o cientista.

Em outras quatro cartas enviadas ao amigo e também cientista Michele Besso, Einstein compartilha parte de seu trabalho sobre a absorção e emissão de luz dos átomos, que seriam mais tarde usadas como base para o desenvolvimento da tecnologia laser. Ele também brinca sobre assuntos como família e identidade judaica.

Os novos manuscritos farão parte da extensa coleção do Arquivo Albert Einstein, que contém mais de 80 mil documentos sobre um dos mais importantes físicos da história mundial. EFE

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