Remédios para doença conhecida podem ter efeito contra covid-19
A pesquisa foi conduzida em Israel e um dos medicamentos já é aprovado pelo órgão regulatório dos Estados Unidos
Lucas Agrela
Publicado em 26 de maio de 2020 às 12h16.
Última atualização em 26 de maio de 2020 às 13h27.
Uma nova pesquisa feita por pesquisadores de Israel indica que dois remédios para a doença de Gaucher podem ser eficazes contra o novo coronavírus , causador da doença covid-19.
As drogas são chamadas Cerdelga e Venglustat. A primeira já foi aprovada pela Food and Drug Administration dos Estados Unidos, agência análoga à Anvisa, enquanto a segunda está em processo de aprovação. Ambas precisam ser tomadas juntas para funcionarem como tratamento para a covid-19, propõem os pesquisadores.
O estudo sobre o potencial tratamento para a infecção foi feito pelo Instituto de Pesquisa Biológica do Ministério da Defesa de Israel.
A doença de Gaucher é uma desordem genética progressiva que causa uma série de sintomas, como fadiga, sangramentos, dores nos ossos, fraturas espontâneas, cirrose e fibrose. Apesar de a doença não ter ligação alguma com a covid-19, os pesquisadores acreditam que os medicamentos possam ser eficazes no combate ao coronavírus porque ele pode reduzir a carga viral nos pacientes.
Os medicamentos estão sendo testados em animais. Os pesquisadores já publicaram o estudo sobre os resultados obtidos com o tratamento de covid-19 em ratos, mas a pesquisa ainda não passou pelo processo de análise de pares, uma certificação importante na comunidade científica para sua validação.
As drogas podem não apenas funcionar contra o novo coronavírus, mas contra outros vírus, como o Influenza A (gripe comum), o vírus do Nilo Ocidental e o vírus neuroinvasivo de Sindbis.
“Isso indica potencial no tratamento efetivo de várias doenças virais – incluindo futuros surtos de novos vírus – assim que as drogas forem aprovadas”, informou o Ministério da Defesa da Israel.
Por ora, nenhum tratamento eficaz foi comprovado pela ciência em caráter definitivo. A Organização Mundial da Saúde suspendeu ontem o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tramamento da covid-19, com o objetivo de conduzir uma análise da segurança dos medicamentos aos pacientes. No mundo, existem mais de 100 de projetos de vacinas e 200 medicamentos em fase de testes para combater o novo coronavírus.