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Orca carrega filhote morto pela segunda vez e preocupa cientistas; entenda

Baleia Tahlequah destaca a luta pela sobrevivência de uma das populações de mamíferos marinhos mais ameaçadas do planeta

Orca (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 7 de janeiro de 2025 às 19h54.

Última atualização em 7 de janeiro de 2025 às 19h58.

Após comover o mundo em 2018 ao carregar o corpo de seu filhote por 17 dias, a orca Tahlequah, conhecida como J35, revive um doloroso luto que expõe os desafios enfrentados pela população de orcas residentes do sul, uma das mais ameaçadas do mundo.

Tahlequah foi flagrada novamente carregando o corpo de um filhote morto, identificado como J61, na costa de Puget Sound, no noroeste dos Estados Unidos. O filhote, uma fêmea, foi avistado pela primeira vez em 20 de dezembro, mas sua morte foi confirmada em 31 de dezembro. Desde então, a mãe mantém o corpo próximo, empurrando-o com o focinho para evitar que o mar o leve.

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Michael Weiss, especialista em estruturas sociais de orcas, disse à CNN que o comportamento de Tahlequah ilustra o vínculo emocional único desses animais, mostrando como a "ligação entre mãe e filhote é uma das mais fortes do reino animal".

No entanto,o ato de carregar o filhote morto pode trazer consequências graves para a baleia. Com cerca de 136 quilos, o corpo do filhote sobrecarrega Tahlequah fisicamente, comprometendo sua movimentação e dificultando a busca por alimentos.

Essa preocupação é amplificada pela situação crítica das orcas residentes do sul, cuja população está severamente ameaçada. Hoje, restam apenas73 membros da espécie, de acordo com registros oficiais, e a perda de uma fêmea como J61 agrava ainda mais o cenário. Fêmeas são cruciais para a reprodução, e, segundo Weiss,70% das gestações nessa população resultam em abortos espontâneos ou mortes precoces.

Os desafios enfrentados pelas orcas residentes do sul são numerosos.

Além da escassez de salmão Chinook – sua principal fonte alimentar –, elas sofrem com poluição, ruído marinho e problemas genéticos decorrentes da endogamia. “Em condições ideais, uma orca pode ter de cinco a seis filhotes ao longo da vida, mas poucas atingem essa marca”, afirmou Brad Hanson, do Northwest Fisheries Science Center, à CNN.

O luto da orca

Este não é o primeiro caso em que Tahlequah demonstra um luto tão profundo.

Em 2018, ela carregou o corpo de sua filhote recém-nascida por 17 dias e percorreu mais de1.600 km no Pacífico Noroeste. Esse comportamento, incomum mesmo para orcas, destacou o forte vínculo social desses animais e atraiu atenção mundial para a condição vulnerável da espécie.

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