Novo buraco negro coloca em xeque o que a ciência sabe sobre as galáxias
O novo buraco negro supermassivo encontrado desafia o que a ciência entendia sobre como as galáxias eram formadas a partir da evolução dos buracos negros
Rodrigo Loureiro
Publicado em 28 de outubro de 2020 às 12h06.
Última atualização em 30 de outubro de 2020 às 10h00.
Buracos negros continuam intrigando a ciência. Depois de astrônomos encontrarem ao menos seis galáxias presas ao redor de um buraco negro supermassivo, agora foi a vez de cientistas descobrirem um novo buraco negro com mais de 12 bilhões de anos de existência – e que mesmo assim é considerado “jovem” – e extremamente raro.
O feito é de uma equipe internacional de astrônomos e publicado na terça-feira (27) na revista científica The Astrophysical Journal Letters .
A descoberta intriga ainda mais os cientistas porque coloca em dúvida tudo o que a ciência já sabe sobre como as galáxias foram formadas ao longo do tempo. Foi encontrada uma galáxia com um blazar, termo utilizado para definir um buraco negro supermassivo que expele jatos de radiação gama. Este blazar é o mais distante já descoberto. E isso por si só já é algo curioso.
Conforme destaca o Futurism , olhar através de vastas distâncias no espaço é como olhar para trás no tempo. Assim, os pesquisadores acreditam que estejam “vendo” como aquela galáxia era quando o universo tinha apenas 1,7 bilhão de anos. Ou seja, como se fosse uma janela para o passado. A idade do universo é estimada em 14 bilhões de anos.
O problema aqui é que o blazar encontrado é do tipo BL Lacartae (BL Lacs), que é considerado uma evolução de um blazar do tipo Flat-Spectrum Radio Quasars (FSRQ). O problema é que este blazar BL Lacartae é muito mais jovem do que os cientistas estimavam inicialmente. E isso acaba criando um problema na linha temporal.
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“Essa descoberta desafia o entendimento atual de que os BL Lacs são na verdade uma fase evoluída do FSRQ ”, disse o autor do estudo Nicolás Cardiel, da Universidade Complutense de Madri, na Espanha, em um comunicado à imprensa.
A descoberta, portanto, sugere que os cientistas erraram quando criaram teorias sobre a evolução dos buracos negros supermassivos. “Esta descoberta desafiou nosso conhecimento da evolução cósmica de blazares e galáxias ativas em geral”, disse Jesús Gallego, coautor do estudo.